Capítulo 4: Um Dia dos Namorados Especial (parte 02)

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Um momento para recordar o amor!


- Finalmente! – Ismael, avô de Matheus, abraçou Karen sem cerimônia alguma. – Demorou demais para apresentá-la, seu palerma! – ralhou com o neto, assim que a soltou.

- Vô... – resmungou, revirando os olhos e a puxando de volta para si.

- É um prazer conhecê-lo, senhor Ismael. – Karen sorriu, tentando diminuir a bronca sobre o namorado.

- O Senhor está no céu, minha querida. – sorriu. – Eu sou o vô e não o Senhor! – brincou.

- Ah, claro! – riu. – Vô Ismael, é um prazer conhecê-lo.

- E o pai? Cadê? – o garoto levou a namorada até a sala de jantar, onde a mesa já estava posta, faltando apenas a comida, que o avô do caçador deixará na cozinha, dentro do forno quente para não esfriar.

- Bem aqui... – uma voz grave anunciou, bem atrás deles. – Desculpe pelo atraso. – Karen se surpreendeu com a postura do homem.

Diferente de Matheus e de Ismael, ele mantinha o corpo totalmente ereto, em uma compostura impecável. Vestia calças sociais, camisa e um blazer. O cabelo estava penteado de forma elegante, a barba bem aparada e os dentes pareciam brilhar. Ele exalava um perfume delicioso e demonstrava ser um típico homem de negócios confiante e de sorriso fácil, imagem que também ia totalmente contra ao jeito rústico e arisco de Matheus.

A garota também se impressionou com a beleza "requintada" que o homem apresentava. Um pai charmoso e um avô vigoroso... Pelo visto, o namorado possuía uma ótima herança familiar.

- É um imenso prazer conhecê-la, Karen. – ele estendeu a mão e levou a dela com delicadeza até os lábios. A atitude não fora nada galanteadora e sim, cortês e civilizada.

- O prazer é todo meu, senhor...? – olhou confusa para Matheus e depois voltou a encarar o homem a sua frente. Não se lembrava do nome do pai de seu namorado. Ou melhor, não se lembrava dele lhe dizer o nome do próprio pai.

- Logan. – respondeu educado, sem tirar o sorriso simpático do rosto. – Pelo visto, o meu próprio filho não fala muito de mim. – lançou um breve olhar sobre o garoto e voltou a encará-la. – Ouço o Matheus dizer o seu nome com muita frequência e isso, minha cara, é algo surpreendente, já que ele praticamente não fala quando estou em casa.

- Se eu ao menos fosse um pai presente... – resmungou.

- O que quer dizer com isso, filho? – endireitou-se e encarou-o.

- Que desde pequeno, quem me criou foi meu avô. – puxou Karen de volta para si. – Aposto que você nem ao menos sabe a data do meu aniversário.

- Mas é claro que sei!

- Duvido... – bufou. – Você nunca aparece na data e demora semanas para me dar um parabéns.

- Provavelmente, é por que estou trabalhando duro para manter tudo isso, que você e seu avô possuem. – fez um gesto amplo ao seu redor, indicando a casa, os moveis e o que mais estivesse por perto.

- Provavelmente, é por que você está trabalhando duro para fugir da minha mãe e de nós... – atacou.

Estava de saco cheio e aquele tipo de conversa sempre acontecia, principalmente quando seu pai tentava bancar o pavão perto dele ou de alguma visita. E Matheus não permitiria que ele fizesse aquilo na frente de sua namorada, pai ou não, o seu orgulho não permitiria que retrocedesse ou ficasse calado.

- Desde que ela morreu, você não fica mais em casa, não olha direito na minha cara e nem interage com o seu próprio pai! – apertou Karen nos braços, buscando por consolo. – Ou seja, você nunca ligou para mim e há décadas não liga para o vô também!

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