the end

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Ele nem sabia mais o que fazer. Estava apenas querendo fugir de tudo aquilo. Seu avô estava morrendo, eles estavam perdendo a empresa e a garota que ele amava o abandonou sem razões. Haviam furos na história de seus pais e era isso que ele pretendia esclarecer.
Estacionou a moto e tirou o capacete mirando a construção a beira da estrada. Havia algo familiar naquele local. Puxou a foto do bolso. Era ali mesmo. Desceu da moto e entrou no pequeno restaurante. Tinha um ar interiorano, mas era tão belo que podia ser confundido com algum café francês. 
Ele olhou em volta buscando um lugar vago. Havia um. Uma mesa colada na parede diante de um enorme painel cravejado de bilhetes em papéis de todas as cores, tamanhos e formatos. Se sentou ali e puxou o menu.

-- Vai comer algo? -- um garçom perguntou com um bloco de notas em mãos. Josh desviou os olhos do cardápio.

-- Só um café -- disse ele desviando o olhar para os bilhetes.

-- Você enfrentou um termino recentemente -- o garçom disse. Ele encarou o homem com ar asiático aparentava ter uns sessenta anos ou mais. Josh franziu a testa confuso. 

-- Como você sabe?

-- É comum casais que enfrentam crises frequentarem esse lugar e se sentarem bem aí, um por vez, muitas vezes com intervalo de dias entre a visita de cada um -- o homem explicou -- Desde a fundação desse restaurante fazem isso, e deixam nesse mural, bilhetes com aquilo que não conseguem dizer pessoalmente.

Josh voltou a olhar o mural. Seria possível que seus pais teriam feito isso?

-- Na verdade minha mãe frequentava esse lugar -- disse ele -- E tem grande chance de meu pai ter feito isso também. 

Puxou a foto do bolso estendendo ao homem que semicerrou os olhos na tentativa de enxergar. 

-- Ah sim eu me lembro dela -- disse o senhor -- Vinha com um rapaz e depois passou a vir toda semana, sozinha. Acho que você deve ser o bebê que ela trazia em um carrinho depois de um longo tempo.

Josh assentiu.

-- O rapaz devia ser seu pai, ele também vinha, sempre um dia depois dela -- disse o homem -- Eu ainda tenho os bilhetes daqueles anos, guardados lá em cima. Quer ver?

Josh concordou freneticamente. 

-- Sim, por favor! 

O garçom sorriu e se afastou. Ele ficou esperando. Logo uma garçonete serviu seu café e poucos minutos depois, o homem surgiu puxando um carrinho de suprermercado carregado de caixas médias. Ele se aproximou colocando o carrinho ao lado de Josh.

-- Esses são dos anos que eles frequentaram o lugar -- disse ele -- Vai encontrar os bilhetes deles.

        👑👑👑

Any estava a mais de meia hora sentada na recepção. Ela roía suas unhas com um olhar tão distante que ninguém ousava se aproximar e perguntar se estava bem. 

-- Any? -- ela levantou a cabeça, e viu Malcom parado a porta do escritório.

Estava surpreso, mas não tanto quanto ela estava em pensar que ele fora a primeira pessoa para quem ela correu.
Ela se levantou correndo e se jogando nos braços dele. O mesmo demorou a reagir a aquele abraço repentino. Enfim a abraçou de volta, a conchegando em seus braços e beijando o topo de sua cabeça enquanto ouvia os soluços abafados da garota.

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