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- Sininho, viu minha blusa?

- Qual?

- Aquela cinza?

- Precisa dela?

- Suponho que sim, procurei ele em todos os lugares.

- Por que precisa?

- Eu gosto dela. Você viu ou não?

- Peguei emprestado.

- Empresta-

- Logo devolvo, tudo bem?

- Tudo bem... Por que precisa dela?

- Lamar sujou a blusa e, como você é maior que eu, peguei uma das suas. Eu iria falar, mas parece que você farejou primeiro.

- Ele esteve aqui?

- Sim, hoje. Olha, eu vou devolver assim que-

- Eu disse que tudo bem. O que vocês fizeram?

- Decoramos.

- Sério?

- Não viu o seu quarto? Foi o meu projeto do ano e você ainda não disse nada sobre ele.

- Não está detestável. Ele entrou no meu quarto?

- Eu estava lá também, Noah!

- Meu quarto. Okay, claro que estava.

- O que foi?

- Não transaram no meu quarto, certo?

- Por Deus, garoto, não.

- Ótimo, eu teria pesadelos se tivessem. Meu cobertor é precioso demais para essa coisa obscena. Sexo, eu quis dizer.

- O agarre sem medo.

- Lamar? Ew!

- O cobertor- Noah, o que? Agarre o cobertor, vá dormir!

- Mas o cobertor não é tão quente.

- Quer deitar aqui? Contanto que não me derrube da cama, você pode vir- Okay, já está aqui. Não esse é o meu cobertor. Urrea, solte.

- É divisão. Onde está o seu espírito... de dezembro. Como chama? Natalino? É, isso mesmo. Onde está o seu espírito natalino? Emprestou o meu moletom e não pode dividir um cobertor? Ruim, Sina, muito ruim.

- Metade?

- Eu posso-

- Não, não pode.

- Não seja rude. Quando vai viajar? Na véspera?

- Não, as passagens já tinham esgotado. Vésperas são agitadas, então vamos no dia vinte e três.

- Isso é...

- É?

- Antes do seu aniversário.

- Você lembrou!

- Porque parece surpresa? É difícil esquecer quando boa parte do mundo comemora o seu nascimento- Oh, não? Não é? Eu sei, você pode rir, eu sou uma piada.

- Você é uma piada que lembra do meu aniversário. Adorável.

- Estava marcado no calendário.

- Não, eu não marquei. Você lembrou porque me ama.

- Eu não amo. Quer saber? Sem mais conversas por hoje, eu cansei de você.

- Faltam apenas dois dias até você se livrar de mim por meio mês. Pode continuar olhando para o teto, mas ainda quer falar comigo?

- Ainda pode ligar, se quiser.

- Talvez, não sei.

- Huh... Se, por acaso, precisar de algo.

- Posso te ligar todos os dias, mas teria que me pedir.

- Pedir? Eu? Oh, por favor, é como se não me conhecesse.

- Você também consegue ligar.

- Não quero atrapalhar seu encontro prolongado.

- Não vai-

- Discurso feito, nos poupe disso. Você é a única que me suporta, mas não vou ligar no meio de algo.

- Você não atrapalha.

- Ótimo, ela disse.

- É verdade, olhe para mim. Agora, olhe.

- Pronto. O que é?

- Você não é um fardo, não atrapalha. Nunca. Eu digo constantemente que odeio algumas coisas que você faz, mas eu nunca quero que mude.

- Nem a parte de deixar a cama desarrumada?

- Você é um merdinha.

- Ai está o meu insulto, agora posso dormir bem. Boa noite.

- Boa noite, boozie.

- Faz tempo que você não me chama assim.

- Dorme.

christmas - noart adaptationOnde histórias criam vida. Descubra agora