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- Sabe o que eu mais odeio sobre o Natal?

- Bom dia para você também, Noah.

- Pessoas que são obcecadas com ele. É vergonhoso.

- O Natal é vergonhoso?

- As pessoas que gostam dele, Sina. Elas fazem com que tudo gire em torno dessa data, absolutamente tudo. Tem um papai Noel cheirando a álcool em cada maldita esquina.

- Acordou de bom humor hoje?

- Oh, sim. Não tinha um motivo decente para ficar irritado, então consegui um no caminho de volta.

- Sente, conseguimos um melhor que isso, ainda são nove horas.

- Não trabalho hoje, tenho tempo pro café.

- Ótimo, sente.

- Huh. Estranha insistência, você nunca faz isso, gosta de me empurrar para fora na primeira oportunidade.

- Isso é uma grande mentira.

- Não é, você me odeia.

- Eu odeio o fato de você odiar tudo.

- Não odeio você.

- Isso é... bom? É o mínimo que se pode fazer por alguém que divide um apartamento com você e paga sua alimentação, não é? Não que eu esteja reclamando, claro que não.

- Está reclamando?

- Não, eu disse que não.

- Porque se está, eu poderia-

- Não. Tudo bem, eu adoro arrumar sua cama. Todos os dias.

- Sério? Eu também não odeio isso.

- Noah.

- Esse sou eu.

- Preciso contar algo.

- Eu sei, você gosta de vestir minhas roupas quando eu não estou em casa.

- Não, não é isso. De onde tirou isso? Eu não visto...

- Veste.

- ...Suas roupas. Noah, isso é outra coisa.

- Outra coisa.

- Sim, outra coisa. Algo que não deve ser tão relevante assim, mas eu gostaria de te deixar saber. Porque você é dramático, precisa de tempo para se acostumar com a ideia.

- Oh, Deus, não me diga que comprou um cachorro! Já disse que eu adoraria ter um, mas tenho essa alergia idiota...

- Não!

- Não?

- Apenas... me escute. Dê um tempo, você precisa ficar em silêncio.

- Posso fazer isso. Silêncio, então. Começando agora.

- Ótimo. Veja, eu sei que você não gosta de feriados em família. E comemorações. Eu tenho esse colega na livraria, ele me convidou para passar o natal com ele e-

- Josh?

- Não. Você não disse que iria me deixar falar?

- Okay, senhora me dê um tempo, fale.

- Obrigada. Então, como eu dizia, ele me fez um convite quase irrecusável. Nós tivemos alguns encontros- Noah! não me interrompa de novo. Não acredito que pensou em- Okay, hum, esses encontros me mostraram que ele é um cara bem legal. Inteligente, tem um sorriso legal e, você sabe né?!

- Não sei... Oh, desculpa, pensei que fosse uma pergunta. Era retórica.

- Ele me chamou e eu disse que pensaria sobre isso. Acho que direi sim. É isso.

- Posso falar agora?

- Pode.

- Então... você vai?

- Yeah, acho que sim?

- Onde fica?

- Londres.

- Ele trabalha na livraria da esquina e mora em Londres? Tem um jatinho particular ou...

- Não seja idiota, a família dele mora lá...

- ...vai de econômica no avião?

- ...e ele comemora o Natal?

- Meio óbvio, não.

- Não precisa ser rude aqui, mocinha. Depois não me pergunte o porquê do meu ódio por questionamentos. E por que me contou isso, afinal? Eu não ligo, vá, bata suas pernas em solos britânicos e me diga se sente alguma diferença.

- É isso? Só isso?

- Acho que sim. O que esperava que fosse?

- Não sei. Eu só... Ei, onde você está indo? Não vai tomar café?

- Não, perdi a vontade. Estarei no meu quarto.

- Hum... Tudo bem. E você está bem?

- Divino. Sina, qual o nome dele?

- Lamar.

- É o mesmo que encheu meu apartamento de flores?

- Nosso apartamento. E sim, é ele.

- Tem certeza que é?

- Sim...?

- Okay, bom dia.

- Bom.

- Ei, Sina?

- Você gosta?

- De que?

- Natal.

- Gosto.

- Okay.

- Okay, Noah.

christmas - noart adaptationOnde histórias criam vida. Descubra agora