O Visco

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Todo o corpo de Harry parecia se encher de calor, tanto da proximidade que ele estava de Malfoy, mas também por não acreditar que depois de conseguir evitar qualquer visco por tanto tempo tinha sendo vítima de um logo agora, e com Malfoy ainda por cima.

Olhando de volta para o loiro, Harry o pegou o garoto de olhos cinzas o observando com uma expressão que ele não conseguia determinar.

Com a inescrupulosa situação e com Malfoy tão perto, Harry não podia deixar de observá-lo também. Seus olhos acinzentados brilhavam com a luz baixa do corredor, e o seu perfume assaltava as narinas de Harry fazendo-o desejar imediatamente poder enfiar seu rosto no pescoço do garoto em sua frente e inalar aquele cheiro.

Malfoy desviou seu olhar rapidamente e olhava para cima, seu pescoço esticado enquanto encarava o visco como se contemplasse seu destino ou a melhor maneira de destruir o ramo enfeitiçado. Harry encarou o formato de sua mandíbula e jeito que seus lábios perfeitos se partiram. Malfoy pareceu ponderar longamente o que fazer e depois olhou para Harry que sentia suas bochechas flamejarem.

"Hm..." Harry tentou, achando melhor encarar aquele visco do que olhar o outro, tentando achar uma resposta para aquela situação surreal e embaraçadora. A ideia de beijar Malfoy não era nada que fosse desprezível à ele, muito pelo contrário, mas ficar preso nessa situação não era algo que ele iria escolher.

E aparentemente aquele não era qualquer visco inocente, já que nem Harry conseguira sair dali quando tentou se afastar. Eles estavam presos, presos até que se beijassem. E se eles estavam de fato presos o moreno decidiu terminar o que queria dizer.

"Eu não quis ofender você, eu achei que estávamos tendo uma conversa amigável até você sair correndo." falou.

O outro arfou em resposta, zombando.

"Eu acho que não tem como sermos amigos; nem antes, nem agora. E tudo e todos podem ver os contras com qualquer... qualquer coisa que seja isso aqui." Draco gesticulou entre os dois.

"Isso ainda é sobre eu não ter apertado sua mão no primeiro ano? Malfoy eu só não aceitei sua amizade porque até então você tinha ofendido uma das primeiras pessoas que foram realmente legais comigo. Mas eu sei que você não e mais aquela pessoa. Mas você sabe?" O loiro ficou pensativo.

"Acho que é mais fácil odiar você, Potter.—" Se Harry tivesse olhado para o rosto pálido em sua frente iria ver tristeza em sua face, e a grande luta do outro para que Harry não visse a profundidade de seus sentimentos. "—Mas no momento quero saber quem foi a miserável criatura que colocou isso aqui." vociferou o loiro pegando sua varinha e disparando feitiço atrás de feitiço no visco, todavia não teve nenhum sucesso em fazer a coisa sumir de cima deles.

Determinado em sair dali de uma vez e se esconder na sua cama para sempre, o grifinório se deu conta que talvez aquela fosse a única forma que Malfoy fosse sequer querer lhe dar um beijo, mesmo que para sair de perto dele, e Harry não queria desperdiçar a chance. Ele pelo menos teria a lembrança.

"Eu sei que você quer me bater e ficar longe de mim agora, mas você e eu sabemos que só tem um jeito de sair daqui." Draco estava quieto, seus lábios pressionados escolhendo olhar para a parede atrás da cabeça de Harry.

"Assustado, Malfoy?" Harry tentou, relembrando o duelo dos dois no segundo ano, e quase riu da diferença das duas ocasiões.

"Não mesmo." Olhos cinzas se focaram nos verdes do moreno e o fitaram por um longo tempo com um olhar desafiador, depois se demorando em seus lábios.

Harry deu pequeno passo para frente já que os dois já estavam bem próximos com seus olhos grudados em Malfoy, suas mãos suavam e seus lábios se partiram ao decorrer em seus pensamentos o que viria a seguir e se o loiro conseguia ouvir a quão acelerado seu coração estava batendo.

Com o sonserino sendo um pouco mais alto ele esperou, com uma expressão de determinação em seus olhos. Draco enfim abaixou sua cabeça e seus lábios se encontraram.

A mente de Harry ficou em branco, mas seu corpo parecia extasiado com novas sensações e as borboletas voavam com mais vigor. Os lábios de Malfoy eram mais macios do que ele imaginava e Harry não conseguia parar de quere-los ainda mais.

Malfoy não ficou atrás no entusiasmo e depois de hesitar um pouco ele relaxou, suspirando e puxando Harry para mais perto, encostando ele na parede e esmagando seus corpos juntos. Não que Harry se importou.

Com renovada animação os dois continuaram a se beijar por um tempo, todas a dúvidas e a preocupação de serem pegos no ardor daquele momento ficaram esquecidas. Aqueles beijos tinham a ânsia de um querer por muito tempo negado, e esperança também, tal qual Harry não queria que acabasse.


Ainda arfando para recuperar a respiração normal Harry não conseguia parar de sorrir, suspeitava que suas bochechas vermelhas iam acabar doloridas.

"Que tal aquele baile agora?" disse Harry dando um sorriso para o sonserino, e ao focar nele Harry decidiu que nunca vira algo tão fofo quanto um Malfoy de bochechas rosadas.

"Você esta sonhando, Pot- Harry."

"Ah pelo menos agora sou Harry." Seu sorriso dobrou de tamanho e ele esticou seus braços para os lados para ver se a barreira do visco ainda existia.

"Você já pode fugir de mim agora, mas por favor não o faça." pediu o moreno.

"Sabe, realmente que ironia..." disse Draco balançando a cabeça, fazendo algumas mechas de seu cabelo loiro caírem em seus olhos.

"O que?" quis saber Harry.

"Eu não quis ficar naquela brincadeira pois sabia que Pansy ia dar um jeito de fazer algo assim acontecer, e então..." Ele gesticulou para o ar.

"Pansy? Mas por que seria mal?"

"Porque... Porque, Potter, eu não queria que fosse assim." o loiro respondeu evitando olhar para o grifinório.

"O que aconteceu com Harry?" o moreno perguntou lamentando a volta de seu sobrenome.

"Ele foi devorado por um dragão." brincou Draco.

"Quer dizer, você?"

"Como você sabe— Esquece..." o rubor do loiro chegava até as pontas de suas orelhas dando a perceber sua vergonha.

Harry ria com mais força, ganhando um soco de leve no braço.

"Ei!" protestou Draco.

Não que Harry ou Draco teriam notado, mas no canto das escadas estava Luna tampando a boca de Gina com a mão para que ela não risse alto da situação e fazer elas serem pegas.

"Não acredito que deu certo! Ainda bem que lembrei daquele feitiço." disse Gina falando com a voz abafada pela mão de Luna em sua boca.

"Eu sabia faz tempo." respondeu Luna com um ar sonhador.

Você está bêbado, Potter?  (Drarry)Onde histórias criam vida. Descubra agora