take me to church || michaeng

4° capítulo

Chae pov.

"Meu primeiro beijo foi com uma menina... e essa menina é Myoui Mina" .

Assim que percebi o que havia feito rapidamente botei a mão na minha boca tocando o local onde ela tinha acabado de beijar.

— Oh Meu Deus! — eu estava assustada, me levantei rapidamente da onde estava.

— Oh céus! Me desculpe Chae, e-eu — ela começou a gaguejar de um modo que até é bem fofo — Melhor voltarmos para a igreja .

Concordei com ela e seguimos caminho a igreja, durante o percurso o silêncio foi um pouco constrangedor, apenas ignoramos e continuamos andando.

Assim que chegamos meus pais estavam conversando com os pais de Mina, eles convidaram minha família pra ir na casa deles amanhã a noite pra jantar e não recusamos...

O almoço da igreja foi tranquilo, quando deu 13:30 eu e Myoui saímos para darmos uma volta na cidade.

Mina pov.

Acho que a melhor sensação da minha vida foi sentir os lábios da Chae, eles eram macios e tinham um gosto de cereja mas assim que me separei dela, ela estava assustada. Será que ela gostou do beijo? Ela me odeia agora? Ela vai parar de falar comigo? Será que ela vai contar pra alguém?

Essas perguntas rodavam minha cabeça durante o caminho da igreja. Será que ela tinha alguma dúvida sobre sua sexualidade e eu piorei a situação?

Aish, porque tudo é tão difícil?

Tantas perguntas e nenhuma resposta.

[...]

Acho que ela não ficou chateada com o beijo, ela até aceitou ir na minha casa para jantar junto dos meus pais, e agora estamos passeando pela cidade. Não falamos nada até agora, o silêncio para mim está até que confortável mas eu acho que estou incomodando um pouco ela.

— Mina!! - saí de meus pensamentos com o grito da Chae — Meu Deus estou te chamando a um tempão.

— Desculpa Tiger. — ela me olhou confusa — É que você parece um filhote de tigre.

— Gostei do apelido. — ela sorriu mostrando suas covinhas — Enfim, eu ia perguntar se você quer tomar um sorvete.

— Sorvete? Eu amo sorvete! Vamos sim. — ela sorriu de novo e seguimos para um carrinho de sorvete que tinha ali.

— Qual sabor Minari?

— Cupuaçu!

Pegamos nossos sorvetes e nos sentamos em um banquinho da praça.

Chae pov.

Estávamos tomando sorvete quando vejo Mina se aproximar de mim e limpar o canto de minha boca com seu polegar, acabei ficando corada. Vi ela se aproximar mais um pouco, mas a impedi.

— Mina, eu não posso...É pecado. — eu queria tanto, mas eu não podia. Vi sua expressão mudar.

— Tudo bem, desculpa - vi ela abaixar sua cabeça.

Depois um silêncio reinou entre a gente estava ficando até um pouco desconfortável, Mina ainda estava de cabeça baixa, decidi que era melhor voltarmos pra casa, já que estava escurecendo.

Eu estava pensando, meus sentimentos pela Mina são mesmo reais? Eu nunca tinha me apaixonado antes. Fiquei pensando no que a Jeong me disse, todos esses sinais aparecem quando eu fico perto dela, como por exemplo: nervosismo, ansiedade e felicidade ao mesmo tempo.

É...

Eu tinha que aceitar, não tem como eu evitar esses sentimentos.

Depois de uns 10 minutos chegamos na porta da casa dela, fui tirada de meus pensamentos quando Mina me chamou.

— Chae, me desculpa mesmo. — enquanto ela falava eu olhei pros dois lados pra ver se tinha alguém perto, e antes de ela terminar de falar eu beijei o canto de sua boca, sorri ao ver que suas bochechas estavam ruborizadas.

— Boa noite Pinguim — sorri para ela que estava parada com a mão no local que eu tinha beijado, olhei mais uma vez pra ela antes de ir embora e vi que ela estava sorrindo.

— B-boa noite.

Mina pov.

. . . . .

Tá...

Meu Deus eu estou surtando! O que acabou de acontecer?

Eu achei que ela tinha detestado, pensei que estava incomodando ela.

Nesse momento eu estava parada na porta de casa sorrindo igual uma boba com a mão onde ela tinha beijado, mas minha felicidade acabou assim que a porta atrás de mim foi aberta com força e uma mão me puxando pra dentro.

Quando eu estava já dentro de casa, vi meu pai com muita raiva eu já sabia o que ia acontecer.

— Que porcaria é essa aqui Myoui? — gritou me mostrando meu diário, nesse momento as lágrimas começaram a descer, eu sabia o que ele tinha lido, e....Não, não é sobre a Chaeyoung.

E sim sobre a Momo.

— Eu sabia que tinha algo de errado com você! - gritou, ele me puxou para fora de casa, antes de sairmos vi minha mãe com os olhos inchados e vermelhos... Normalmente ela pediria pro meu "pai" parar mas dessa vez...Ela não fez nada, não disse nada. Eu sabia que era por causa do que eles descobriram.

Fomos pro jardim, no lugar onde ele sempre me batia, ele levantou minha blusa deixando minhas costas a mostra, pegou seu cinto e começou a me bater.

— Filha minha não será lésbica! - a cada palavra que ele dizia, era mais uma batida em minhas costas, eu senti o sangue escorrer. Eu ia cair no chão a qualquer momento.

— Sua nojenta! Isso é falta de rola!! — quando ele disse isso vi ele abaixar a zíper de sua calça, mas foi impedido pela minha mãe que implorou para ele não fazer isso. E novamente outras batidas foram desferidas nas minhas costas.

E outra...

E outra...

E escuro.