take me to church || michaeng

8° capítulo

Mina pov.

Estávamos no ponto de ônibus esperando ele chegar para tomarmos rumo ao caminho da casa da minha tia. Estava um clima agradável, minha vó conversava bastante com Chaeyoung, tenho certeza que gostou bastante dela.

[17:30 p.m]

[...]

Já tínhamos chegado a casa da minha tia, ô mulher que não cala a boca um segundo. Ela fala demais meu deus, e ainda fica contando todas as vezes em que eu passei vergonha.

Mas o lado bom é que eu tenho umas amigas que moram aqui perto, e eu quero passar na casa delas pra apresentá-las para a Chae.

— Vovó!! To saindo com a Chae ok? — ela respondeu confirmando e eu puxei Chaeyoung pra fora de casa a caminho da casa das minhas amigas.

Depois de 5 minutos chegamos e eu estava igual uma retardada batendo palma pra ver se elas abriam essa porta, vi minha amiga na janela rindo de mim.

— Jihyo! Eu vou te bater se você não abrir essa porta — vi ela rir mais ainda e vi ela vindo em direção à porta.

— Você precisava ver seu rosto Mina! Estava hilário. — foi interrompida.

— Meu amor quem está na port- — parou de falar assim que viu a Chae — Oi?

—Tudo bem Sana. — vi Chae sorrir — essa é Chaeyoung, minha namo- — parei de falar assim que me dei conta do que eu ia dizer — Quer dizer, minha amiga? — olhei pra ela confusa.

— Estamos juntas — ela segurou minha mão, acabei sorrindo com seu toque.

— Ownn que fofinho, entrem entrem — deu espaço pra passarmos.

•°quebra de tempo°•

Chae pov.

— A quanto tempo estão juntas? — perguntou tomando um gole da sua xícara de café.

— Pelo o que eu me lembre uns 3 meses.

— E ainda não namoram? — disse Sana indo se sentar ao lado de Jihyo.

— É complicado Sana, ela é filha do pastor lá da onde eu moro, e pelo o que eu sabia, fui a primeira pessoa que a beijou.

Acabei lembrando de todos os momentos que tivemos até hoje e acabei corando um pouco.

— Eu ainda estou me aceitando melhor.

Escutei batidas na porta e vi Jihyo indo atender.

— Ah deve ser a Tzu, ela saiu pra trabalhar e só voltava mais tarde.

— Ah sim, tem um bom tempo que não vejo ela. — eu não estava entendendo nada, quem é essa meu deus?

Olhei disfarçadamente pra porta e vi Jihyo e Tzuyu dando um selinho, vi a mais alta deixar sua bolsa no gancho perto da porta e se aproximar da sala junto de Jihyo.

— Oi Mina! Quanto tempo. — foi dar um abraço nela.

— Ei ei!! Não fala comigo mais não?? — Sana dizia enquanto botava as mãos na cintura e fazia um bico em forma de indignação.

— Claro que sim meu bem. — vi ela se aproximar de Sana e assim como fez com Jihyo, deixou um beijo em seus lábios.

Pera...

Que?

Ela não estava com a Jihyo? E a Jihyo não tava com a Sana?

Aí gente que confuso.

Eu estava com cara de paisagem até Mina bater em meu ombro de leve pra eu acordar pro mundo real. Me levantei e fui até Tzuyu

— Son Chaeyoung, prazer — fiz uma pequena reverência  e ela se apresentou repetindo meu movimento.

— É, desculpa perguntar mas... — fui interrompida por Mina que respondeu minha pergunta antes mesmo de eu perguntar.

— Elas três são casadas Chae — demorei um pouco pra raciocinar mas no final acabei entendo.

— Sério? Que legal! — sorri e as outras no cômodo também.

•°quebra de tempo°•

— Como foi se assumir Chae? — Perguntou Tzuyu, eu realmente não esperava essa pergunta.

— Eu ainda não contei aos meu pais, tem a questão da igreja em que eles dizem que é pecado e o preconceito também.

— Eu te entendo, meus pais também eram muito religiosos, mas eu me assumi pra eles e não deu bom, meu pai me bateu muito e minha mãe resolveu me expulsar de casa, acaba que eu tive de morar com a Tzu.

— O meu já foi mais assim: minha mãe me aceitou, mas meu pai fez um escândalo, era horrível as vezes que ele me batia, tinha dias em que minha mãe não estava em casa e eu era obrigada a dormir no jardim, estando frio ou calor — disse Sana.

— Já no meu caso eu fui aceita dos dois lados, eles não tiveram problemas com isso, ai perguntei pro meu pai se elas podiam morar comigo e ele deixou, isso é porque meu pai já teve uma experiência LGBT e meus pais gostam bastante delas duas, as vezes fico até com ciúmes.

— Uau que história! Fico triste pela Sana e a Jihyo não terem tido a mesma sorte que você, isso me dá um pouco de medo de me assumir, não sei o que eles podem fazer.

Percebi que Mina tinha ficado em silêncio e de cabeça baixa durante toda a conversa, aconteceu alguma coisa, e as meninas também perceberam, quando ela levantou a cabeça pude ver seus olhos vermelhos e suas bochechas molhadas pelas suas lágrimas, imediatamente eu e as meninas a abraçamos.

— Ei Mina o que houve? — Tzuyu perguntou enquanto ia em direção a cozinha e pegando um copo d'água.

Assim que Tzuyu à entregou a água ela se sentou entre Jihyo e Sana, e eu olhava pra Mina enquanto eu limpava suas lágrimas com meu polegar.

— T-tenho que contar algo a vocês — ela gaguejava e soluçava enquanto tentava falar.

— Minari, se acalme, respire e beba sua água para depois falar — vi ela acentir levemente, respirou fundo e começou a falar.

— Antes de eu me mudar, quando eu ainda estava com a Momo...— vi ela olhar pra mim como se estivesse esperando alguma reação minha, apenas a incentivei a continuar falando — Eu registrava todos os momentos no meu diário e teve um dia que eu tinha saído com a Chaeyoung para darmos uma volta pela cidade e assim que voltei pra casa....— ela parou um momento, parecia que estava relembrando o momento, pude ver seus olhos se encherem de lágrimas — Meu pai estava furioso e segurava meu diário,e novamente ele me bateu e disse que isso tudo era falta de rola aí eu vi ele abaixar zíper de sua calça, mas foi impedido pela minha mãe mas ele continuou me batendo até eu desmaiar no chão. Eu tinha escrito sobre a  Chae, mas por sorte ele não viu. — ela tampou o rosto com as mãos e começou a chorar — Não sei o que ele poderia fazer com ela. — ela falava entre soluços — E no outro dia, me desfiz do diário, com tudo o que eu havia escrito.

Estava um silêncio na sala, eu e as meninas estávamos sem palavras, depois de um tempo voltando pra realidade todas nós nos levantamos e fomos abraçar Mina que ainda estava chorando.

Tirei uma mecha de seu cabelo que caiu sobre seu rosto e a coloquei atrás de sua orelha, ela levantou sua cabeça e nossos olhares se encontraram.

— Mina vamos resolver isso, tenho certeza que vamos conseguir, mesmo com todas as dificuldades — dei um selinho calmo nela e a abracei, senti ela apoiar sua cabeça em meu pescoço e sentir sua respiração nele foi a melhor sensação do mundo. — acho melhor voltarmos pra casa da sua tia, já está ficando tarde.

— Mina, Chae vocês sabem que podem contar com a gente a qualquer momento né? —  Sana disse.

— Sei disso, por isso que amo vocês. - foi em direção as amigas e as abraçou, acabei sorrindo, vi ela estender sua mão pra mim me chamando para o abraço, e ficamos assim por um bom tempo.