9° capitulo

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Chae pov.

Saímos da casa das meninas e fomos em direção a casa da tia de Mina, durante o caminho ficamos rindo e trocando carícias, já não é a primeira vez que eu digo isso, mas eu adoro passar meu tempo com ela.

Estávamos lanchando antes de ir embora quando o telefone toca e a Sra.Soo Min vai atender.

— Ah sim querida,ela está aqui sim. Ah ok, só um minuto vou chamar ela — ela veio em minha direção — Chaeyoung, telefone pra você.

— Quem é? — perguntei.

— Sua mãe, vai lá não a deixe esperando — fui em direção ao telefone e o botei no ouvido.

— Alô? — perguntei.

"Vem pra casa agora!" —  gritou do outro lado da linha.

— Porque mãe?

"Não me questione! Venha para casa agora mesmo junto de Mina." — gritou

Eu estava tremendo, respondi um "ok" e desliguei o telefone, percebi Mina se aproximando de mim, eu estava com os olhos marejados

— Mina, ela quer que eu vá para casa com você junto — vi que ela parou de respirar por um momento, pude ver o medo em seus olhos.

— Vovó tenho que ir pra casa, a senhora vai ficar aqui?

— Ah sim querida tudo bem, vejo você outro dia. — beijou a bochecha dela e a mesma o retribuiu.

Nós nos despedimos e fomos em direção ao ponto de ônibus, eu estava com muito medo e Mina não estava diferente, senti ela segurar minha mão e entrelaçar nossos dedos, acabei por sorrir, talvez poderia ser a última vez que nos tocariamos assim.

Faltava somente uma parada até chegarmos à minha cidade o tempo parecia passar lentamente, me fazendo tremer e ter mais medo ainda. Quando chegamos ao nosso destino, fomos em direção à minha casa usando o caminho do bosque, Mina parou no meio do caminho, estávamos em frente ao lago, onde nos vimos pela primeira vez, parecia pensativa, faltava pouco pra chegarmos em minha casa, senti ela ela segurar minhas duas mãos e olhar em meus olhos .

— Chae nós duas sabemos o que vai acontecer... E mesmo que isso dure apenas algumas horas, ou minutos, eu preciso fazer isso — ainda segurando minhas duas mãos pude ver ela se ajoelhando no chão.

— Desde que eu te vi bem aqui senti meu coração acelerado como se eu fosse ter um ataque cardíaco, eu não acredito muito em amor a primeira vista. Mas quando te vi aqui, pude ver que era real, que realmente existia, você conseguiu capturar meu coração de um jeito que quando eu voltava pra realidade, percebia que não parava de pensar em você. Chaeyoung, aqui e agora declaro meu amor pra você. — A essa altura meus olhos já estavam cheios de lágrimas e minhas bochechas extremamente vermelhas, vi ela botar a mão em seu bolso e retirar de lá um colar em formato de coração que estava escrito seu nome nele — Son Chaeyoung você aceita namorar comigo?

Minha boca abria e fechava eu estava com um sorriso enorme.

— Claro que sim! — vi ela se levantar e selar nossos lábios em um selinho calmo que logo em seguida o aprofundei, naquele momento só se ouvia o barulho da água do lago e dos passarinhos cantando, e de vez em quando o barulho do nosso beijo, nós separamos e ainda de olhos fechados encostei minha testa na dela — Minari eu te amo — falei devagar e pude sentir ela sorrindo.

— Eu também te amo ChaeChae — Selou nossos lábios novamente, estávamos em uma sincronia perfeita, mas tivemos que parar.

Ela colocou o colar em mim e voltamos o caminho inteiro de mãos dadas, quando chegamos em frente a minha porta, escondi nossas mãos atrás das minhas costas e abri a porta.

Pude ver a mãe de Mina de cabeça baixa, parecia triste. Já o Sr. Myoui e meus pais estavam furiosos e apertavam seus punhos com força.

— Afastem-se! — meu pai ordenou gritando furiosamente — Você acha que eu sou idiota? Que eu não descobriria? Acharam que íamos permitir que vocês pecassem debaixo do nosso nariz? — disse gritando em minha direção.

— Eu te avisei Myoui Mina! Não acredito que fez isso de novo. — gritou na direção de Mina e a senti estremecer — É a última vez — disse engrossando a voz.

— O que vocês vão fazer? — sua voz estava falhando e a minha não devia estar diferente, senti Mina apertar minha mão.

— Como ousa tocar em minha filha debaixo do meu teto?!! — gritou minha mãe indo em direção à Mina. Aconteceu tudo muito rápido minha mãe tinha desferido um tapa no rosto da mais velha que soltou minha mão e cambaleou caindo no chão, rapidamente me joguei no chão e abracei ela.

— Mãe! Ela só estava segurando minha mão!!!

— Tenho certeza que isso deve te dar alguma satisfação, vocês homossexuais conseguem transformar qualquer ação normal em perversão!

Eu estava chocada, realmente não esperava que minha mãe fosse assim. Eu estava quase no ponto de levantar e começar uma discussão com ela ali mesmo, quando algo vem em minha mente.

— Aé? Então você acha isso pervertido? — Virei o rosto de Mina em minha direção e a beijei na frente de todos presentes naquela sala, senti ela retribuir o beijo e acabei por sorrir.

— Parem imediatamente! — o pai de Mina gritou.

Senti o corpo de Mina sendo puxado para longe de mim assim como o meu era puxado para longe dela, olhei de relance e vi Mina com os olhos completamente vermelhos tentando se soltar de seu pai que a segurava pelo braço.

— Vocês duas nunca mais irão se encontrar, se falar, ou se olharem outra vez me entenderam? — foi a última coisa que disse antes de puxar a Mina pra fora da minha casa pela gola de sua blusa, corri até a porta e consegui segurar em sua mão.

— Mina! — gritei com minha voz falhando.

— Chae!

Foi o último contato que tivemos antes de ser puxada para dentro de casa e a porta sendo fechada com força atrás de mim, senti minha mãe segurando meus braços, consegui me soltar e fui correndo pro meu quarto mas antes de entrar gritei pra eles.

— Quando vocês vão parar de destruir tudo aquilo que me faz feliz?!

Tranquei a porta do meu quarto e me joguei na cama. Ela finalmente tinha tido coragem de me pedir em namoro, e também foi a primeira vez que dissemos que nosso amor era recíproco, mesmo sabendo que não duraria nenhum dia.

[...]

Ouvi batidas na porta, e ouvi minha mãe falar que tinha gente no telefone pra mim, fui até a minha bancada, onde lá tinha um telefone e o coloquei em meu ouvido.

— Alô?

— Oi Chaeyoung! Tudo bem? perguntou Kai do outro lado da linha.

— O que você quer?

Bem, já que as coisas agora voltaram ao normal, você quer sair comigo? — eu não acredito no que eu ouvi.

— Foi você. — disse com uma voz séria.

— As coisas tinham que voltar a ser como eram antes Chaeyoung, o que vocês duas estavam fazendo era totalmente repugnante, nojento e anormal.

Acabei soltando uma risada nasal

— Não me procure, nunca mais, a única pessoa nojenta aqui é você e eles. — disse se referindo aos meus pais — Nunca mais olhe na minha cara.

— Chaey-

— Cala a porra dessa boca! — gritei e bati o telefone no gancho finalizando a ligação, parecia que minhas pernas não suportavam mais o peso do meu corpo acabei caindo no chão e fiquei por ali, encolhida e chorando.

take me to church || michaengOnde histórias criam vida. Descubra agora