Capítulo 2 - Anjo de Neblina?

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Darei uma dica a todos vocês.

Nunca peça ao seu amigo preguiçoso para tirar a neve da calçada, ele vai dar um jeito de colocar mais neve lá.
Eu realmente não sei como ainda me impressiono com essas coisas anormais.

- Por que está aí parado vegetando por tanto tempo? A loucura acertou seu cérebro dessa vez, ou só está pensando na Millianna? - Garret chega por trás, cutucando minhas costas com seus dedos gordurosos.

- Adoraria dizer que estava pensando nela. Mas infelizmente, você, seus dedos gordurosos, e a neve a mais na calçada me impediram.

- Como é ranzinza.. - resmunga baixo.

- Porra cara, quando eu te peço educadamente você deveria fazer alguma coisa. Agora que vou entrar em meu modo, Você-é-obrigado-a-fazer-isso, você está ferrado.

- Uhh, que medinha do senhor mandão. - Ele coloca as mãos uma de cada lado do rosto.

- Tudo bem, você pediu. - Entro em casa novamente e vou até o nosso quarto. Garret vem logo atrás de mim.

- Calma irmão, era brincadeira, o que você vai fazer?

Vou até o Atari na cômoda do quarto, vasculho a caixa de jogos.

- Não. Você só pode estar de brincadeira.

-Sabe.. - tiro o jogo que estava procurando de dentro da caixa. - Será realmente uma grande perda.

- VOCÊ TA MALUCO CARA, CHAMEM O FBI, ESSE DOIDO QUER QUEBRAR MEU RIVER RAID. - Garret avança, e pula em cima de mim, mas desvio. O que acaba fazendo com que ele caia na parte de baixo do nosso beliche estrondosamente.

- Nada acontecerá com ele, se você fizer seu serviço. Agora se não.. - Balanço o jogo, e ele segue cada movimento com o olhar.

- Ta bom, ta bom, eu prometo limpar tudo. Mas deixe ele em cima da cômoda devagar..

- Nem pensar, está confiscado. - Garret só faltava desmaiar.

- Pelo amor de Deus, Scott, coloque ele em um saco a vácuo, e em uma superfície macia.

Coloco ele no bolso e saio andando. Garret desmaia atrás de mim.

No mesmo bolso em que coloquei o cartucho de jogo, está aquela coisa que vem me intrigando desde que chegou no correio. Sim, a droga do caderno.

Por que um caderno? Uma modelo russa, passagens pro Havaí, casa nova, nem rola.

Tão achando que eu sou um colegial pobre que precisa de material?

Ando com a cara fechada a caminho da loja, até que esbarro em um Anjo maravilhoso no meio da rua, e seu nome propriamente dito é Milliana.

- Oi.. - Ela sorri timidamente.

- O-o..Oi! Oi! - Perco a fala por um momento, e me esqueço como se pronuncia uma mera saudação. Ela ri baixinho.

- Indo ao trabalho, certo? - Pergunta ainda com um sorriso no rosto.

- É, estou sim. - A olho meio embargado.

- Então, não vou mais atrapalhar. - Desvia o olhar e começa a andar, quando seguro sua mão ela vira imediatamente.

- Não atrapalha nem um pouco. - Desvio o olhar e sinto os olhos dela caírem sobre mim.

- Posso te acompanhar? Gostaria de ver mais alguns filmes. - Ela esfrega o tecido do casaco com o polegar e indicador, o que faz com que ela fique extremamente fofa.

- Obvio que pode. - Ela sorri, e enrosca seu braço no meu. O caminho inteiro até o trabalho parece um sonho no qual eu nunca mais quero acordar.

Quando chegamos, ela vai direto a seção de Ficção Cientifica, e eu, prá trás do balcão procurar uma bala de menta pra disfarçar o hálito de pão murcho com pasta de amendoim.

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⏰ Última atualização: Aug 18, 2015 ⏰

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