Cap. 6

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" - Eu não consigo para de pensar em tudo que a gente viveu, porra, eu nunca me senti assim. Eu acho que eu te amo."

Any Gabriely.
21 de junho, sexta.

A luz que vinha da janela aos poucos iluminava meu quarto, me mostrando que eu não dormi nada.

Os pensamentos da noite anterior rodavam a minha cabeça. Eu fiz mesmo aquilo? Jesus que vergonha, eu não quero nunca mais sair do meu quarto.

Pii.

Pii.

"Alô?"

"Any 'tá tudo bem?" - Joalin?

"Acho que sim, porquê?"

"Estou na frente da sua casa, temos aula."

"Eu não quero ir."

"A mas tu vai, tem 10 minutos pra descer."

"Espe..."

Merda.

Me levanto na força do ódio indo em direção do banheiro, meu cabelo está armado e minha cara está péssima. Depois de tempo tentando achar algo bom pra vestir, tranco a casa e caminho em direção ao carro de Joalin.

- Bom dia luz do dia. - Ela diz assim que eu entro no carro. - Nossa, tu 'tá acabada.

- Delicada você, mas eu concordo, não dormi muito bem essa noite. - Encosto a cabeça no banco para tentar aliviar a dor.

- Você sumiu do nada, a última vez que eu te vi você estava dançando. O quê fez depois disso?

Começo me lembrar detalhadamente de tudo, abro meus olhos e sinto meu corpo ficando quente e me trazendo sensações estranhas.

- Nada, tipo, eu não estava muito bem e chamei um táxi pra voltar pra casa. Desculpa te abandonar.

- Deixa disso, de qualquer jeito eu ia te deixar sozinha, tinha coisas melhores dessa vez. - Ela me olha com um sorriso que eu conheço bem.

- Diz logo, quem foi? - Me viro para encara-lá.

- Noah, - ela diz e solta um gritinho. - nossa, ele é perfeito. Suas mãos, nossa  trabalham perfeitamente em mim, tipo...

- Aí meus Deus, mas já?

- Lógico. Tinha um homem, maravilhoso por sinal, esperando ansiosamente por mim. Acha que eu ia dizer não, coitado dele. - Ela faz um biquinho imitando um bebê.

- Você não presta. - Rio da sua história.

- Mas mesmo assim você me ama.

- Odeio ter que concordar com você. - Ela ri.

- Preparada pra mais um dia?

- Na medida do possível.

[...]

Aula de educação física. Momento onde todo o ódio é descontado em uma simples brincadeira. Você pode derrubar, xingar ou até mesmo jogar a bola com tudo na pessoa escolhida mas não tem problema, você só está levando o jogo a sério.

- Any, joga com vontade. - O professor grita pela décima vez só hoje.

- Eu sou ruim, não adianta. Esporte não é pra mim. - Grito de volta.

- Vem aqui. - Corro até ele pensando na nova lição de moral que está pra vir. - As aulas estão acabando, vou te dar uma chance, pode ir se trocar. A aula vai acabar daqui a pouco, pode ir.

- Nossa, muito obrigada. - Eu amo esse cara. - Desculpa por todas as vezes que eu te xinguei ou falei durante o jogo...

- Vai logo garota. - Assinto e vou em direção aos vestiários com uma felicidade enorme.

Pego as minhas roupas e vou em direção as cabines. Quando termino de me trocar, escuto a porta principal fechando.

- Quem é? - Nada, logo escuto o barulho da tranca.

Guardo as roupas de volta no armário e vou em direção a porta. A porta está fechada e quando tento abrir ela está trancada.

- Any. - Não pode ser. - Acho que agora não tem pra onde fugir.

Me viro e vejo Josh com suas roupas de educação física, ele me encara sério esperando que eu fale alguma coisa.

- O quê está fazendo aqui. - Pergunto tentando deixar minha voz firme.

- Tanta coisa aconteceu ontem e é isso que você me pergunta?

- Sim, acho melhor você sair daqui. - tento sair de perto de mas ele se aproxima me fazendo recuar.

- Ontem você me fez ficar louco, - Ele diz chegando cada vez mais perto. -  sabe como você me deixou? Sabe?  - Eu acabo batendo na parede e ele chega bem perto do meu ouvido. - Eu estava duro, pronto pra você. - O tom da sua voz é baixo me fazendo suspirar. - Mas daí você me deixou sozinho, isso não se faz Gabriely. Eu tive que lidar com isso mas a cada movimento eu pensava em você, imaginava suas mãos e tentava pensar como era o seu gosto, como será que é?  - Suas mãos passam pelo meu corpo enquanto distribuí beijos em meu pescoço. - Eu quero muito descobrir.
Sabe, temos um trabalho pra fazer, não sei se esqueceu, é pra segunda. Eu espero você hoje depois da aula para fazermos. - ele se afasta e destranca a porta, saindo e me deixando sozinha.

Minha respiração está desregulada, meus pensamentos confusos.

Aonde eu fui me meter?

~♤♡

Frozen HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora