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Curiosidade 23 — O número pode parecer pequeno, mas leva menos de 4 minutos para você decidir se sente algo romântico por alguém.


— Certo, é o seguinte: nossa família vai se reunir no sábado, entenderam? Sábado, não domingo ou segunda-feira. E eu juro que se vocês idiotas não acordarem antes das 9hrs, eu vou incendiar os quartos dos dois!

Era um dia quente de primavera e nenhum dos dois homens da casa queria ouvir a voz de Temari, que só faltava explodir de tanto nervosismo. Kankuro, que se abanava com um leque lilás e felpudo, roubado da irmã, revirou os olhos. Porque era a loira que dava ordens, se ele era o mais velho?
Gaara, que estava há dois assentos de distância do irmão e sem camisa, com gotinhas irritantes de suor escorrendo por suas costas, se levantou.

Automaticamente, os outros dois olharam para ele como se ele fosse um grande inseto no meio da sala. Se levantar quando Temari estava dando seus sermões? Ele queria morrer, definitivamente. 

— Tanto faz, já tenho planos para sábado – disse, sem dar a mínima. Kankuro até parou de se abanar, em choque que o mais novo tinha mesmo dito isso na frente da loira assassina.

Como se não pressentisse o perigo que corria, Gaara quase saiu andando. Quase, porquê Temari o empurrou de volta pro sofá sem fazer esforço. Kankuro riu, mas logo seu sorriso sumiu porque Temari os encarava como se pudesse pular em seus pescoços à qualquer momento. 

— Olha aqui, irmãozinho, – havia um toque muito sutil de sarcasmo na voz dela – o que eu espero desse dia é que nossos tios, primos e agregados que ninguém convidou, pensem que somos uma família unida e feliz. – Ela voltou a andar de um lado para o outro, porém agora seus passos eram lentos e assustadores; para Kankuro, pelo menos. Então parou de andar de repente, de frente para Gaara, que continuava impressionado com a força dela. Temari cruzou os braços debaixo dos seios e seu olhar pareceu duas vezes mais irritado. – E se você ousar, na verdade só imaginar, em estragar esse dia, considera-se sem teto. – Seu tom de voz parecia um rosnando de um cachorro de rua. – E sem dentes, também. 

Kankuro se encolheu no sofá, deixando o leque subitamente de lado. Gaara encarou corajosamente os olhos da irmã, mas sua carranca não durou mais que 10 segundos, e logo ele também tinha engolido em seco. Sabia que Temari era capaz de cumprir cada palavra: aquela mulher era um Hitler em potencial. 

De repente ela desfez a cara de brava, sorrindo amavelmente. 

— Bem, é isso! – E se jogou no espaço do sofá entre os garotos, que suspiraram aliviados. Ligou a TV, sorridente. – Quem quer sorvete?


Era quarta-feira e Hinata Hyuuga estava atrasada para a escola pela primeira vez em meses. Isso porque Neji, seu primo mais velho e que já estava na faculdade, não podia levá-la de carro mais – o horário de seu  estágio tinha mudado de repente.

O problema, é claro, era que o caminho de sua casa para o colégio não era grande o suficiente para se pegar um ônibus, nem curto para chegar rápido andando. Talvez ela até tivesse chegado no horário, se não precisasse parar a cada 5 segundos para levantar as meias ⅝, cujo elástico tinha arrebentando na noite passada, e era peça obrigatória de seu uniforme.

Suspirou pela milésima vez, arrumando as meias e correndo para dentro do portão, torcendo para lá dentro estar mais fresco que ali fora – aquela era a primavera mais quente em anos!

Felizmente ela não parecia tão atrasada, pois vários alunos estavam para fora da sala ainda.

— Tenten! – chamou, chegando ofegante até onde a amiga estava, encostada no próprio armário. Parecia distraída com uma revista.

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