Capítulo único

93 12 33
                                    

Frank acordou apreensivo naquela manhã. Ficou pelo menos meia hora enrolando na cama, até que seu celular tocou. Era seu empresário, lhe dando bom dia e perguntando se ele estava pronto. Ele não sabia se estava pronto.

A ligação terminou após 5 minutos, numa conversa cheia de mentiras onde Iero disse estar bem pelo menos umas sete vezes. Ele, o resto da banda e toda a equipe tinham combinado de se encontrar no aeroporto naquela noite, para a continuação da turnê. Era isso, Frnkiero and the Cellabration ia sair dos Estados Unidos e conquistar o mundo.

É claro que viver de música era seu maior sonho, e ele estava feliz por finalmente ter uma banda que aparentemente estava dando certo. Mas Iero ainda tinha algo em sua mente, ou melhor, alguém.

O dia foi seguindo extremamente estranho. A cada dois segundos sua mãe lhe perguntava se ele tinha colocado tudo na mala e se ele ia lembrar de ligar pra ela com frequência. Ele respondia positivamente a todas as perguntas, claramente preocupado demais com outras coisas pra elaborar frases mais decentes. Depois do almoço, Frank tomou banho, pegou o carro e saiu.

Após meses passando por cada parte daquele país gigante, ele voltou para New Jersey apenas para pegar uma mala maior e despedir-se de seus pais, já que ficaria muito mais tempo fora (e iria bem mais longe). Mas não era só com eles que Frank precisava falar.

Digamos que Iero tinha um "rolo": nenhum deles tinha oficializado nada mas era claro o quanto sentiam-se bem juntos e o quanto desejavam um ao outro. Podia até não ser um namoro oficial, mas ele tinha certeza de que o que sentia pelo rapaz alto de cabelos bagunçados e olhos verdes era amor; por mais que ele não soubesse se era recíproco ou não.

Enquanto dirigia, ele se lembrava da última vez em que viu Gerard. Ele bateu na porta do apartamento e ouviu uma voz vir de lá de dentro, avisando que a porta estava destrancada. Quando abriu, avistou Way deitado de lado, assistindo TV, com as mãos frias sendo aquecidas no meio de suas pernas e um semblante calmo, mas extremamente adorável aos olhos de Iero. Em sua imaginação, ele apenas desejava que Gerard estivesse lhe esperando exatamente daquele jeito, como da última vez.

Após mais ou menos 45 minutos dirigindo, Frank estacionou na frente do prédio, falou com o porteiro e logo entrou, indo até o elevador. Quando o mesmo chegou, apertou o botão do quinto andar, apreensivo. Em menos de um minuto, as portas se abriram e ele virou a direita, logo encontrando a porta branca que possuía o número 505 na frente.

Ele observou aquele número por vários segundos. Parecia ser a milésima vez que Frank encarava aquela porta, era até estranho estar ali de novo depois de tanto tempo. O rapaz finalmente criou coragem para bater e logo ouviu uma voz lá dentro mandando-o entrar.

Ao contrário do que ele tanto imaginava, Gerard estava sentado na varanda, olhando a cidade. O mais alto levantou e virou-se, logo encontrando o olhar de Iero. Eles se encararam por longos segundos.

Frank não conseguia interpretar o rosto de Gerard naquele momento, ao mesmo tempo que ele parecia indiferente e até um pouco feliz, também passava a impressão de que, se pudesse, Way ja teria voado no pescoço do mais baixo. E, sinceramente, Iero continuaria o adorando mesmo assim, ele só não conseguia entender de onde emanava toda aquela raiva.

-Eu ouvi dizer que agora você vai sair em turnê mundial com a banda.

Ah. Daí vinha a raiva. Ele já sabia.

-É verdade. Mas você não precisa ficar bravo, Gee. Eu vim aqui pra fala sobre is...- Ele foi interrompido por um suspiro de Way.

-Eu não estou bravo, Frank. Eu só... - Ele fez uma pausa, respirando fundo e jogando os cabelos para trás - Achei que a gente ia poder passar algum tempo junto depois dessa turnê pelos Estados Unidos. Mas eu realmente fico com um pouquinho de raiva por você não ter me avisado antes sobre isso.

I'm going back to 505 - Frerard One-ShotOnde histórias criam vida. Descubra agora