Dificilmente se tem alguma comunicação eficaz entre um grupo quando mal sabem qual caminho tomar. Dentro de tal ambiente traiçoeiro e imprevisível, a falta de visão pode levar a destinos terríveis. Para isso, o líder da exploração tinha sido escolhido justamente para esta ocasião, com suas chamas poderosas emanando do pulso com vida.-Ei! Estão cegos ou o quê? Só ir atrás de mim, ouviram? Pela quinta vez! -Reclama aquele Blaziken impaciente que estava já de saco cheio de servir de lâmpada. Aos outros dois agentes que precisava aturar.
-Grite mesmo, vai assustar todo mundo, até o novato. -A Noivern responde retoricamente.
-Que se dane -Revira os olhos- Quanto menos peso morto, melhor.
-Só vamos logo, vai demorar assim.
O terceiro e último membro comenta, expondo pela primeira vez sua voz animada e pueril. Onde caminhava deixava uma trilha de brasas indicando bem a trilha para não se perderem. O topo de suas orelhas longas mal ultrapassava as pernas altas do seu companheiro Blaziken, então sua função designada era jogar o carvão e pisar de forma bem calculada para não dar certo. Era uma tarefa bem tosca e insignificante para o resto, mas um ponto de partida ao ansioso Scorbunny que estava só começando.
Tinham saído bem de manhã para poderem voltar deste resgate com o sol ainda vivo, mas metros abaixo e nada de luz natural chegava, aumentando a sensação de abandono.
-É... pra quê nós viemos mesmo? -O líder da missão encara o coelho de soslaio com frieza enquanto quem responde é Marceline, a Noivern bem mais paciente.
-É um resgate, Fir. Lembra quando recebemos uma carta de um Rowlet perdido? -Ele confirma com a cabeça- Então, estamos indo até ele. Precisamos mantê-lo em segurança.
Os olhos daquele pequeno brilham mais forte que as chamas de suas patas. Era tão nobre, tão maravilhoso! Heroísmo lhe trazia maravilhas de se pensar; cada momento fazia a adrenalina correr por seu corpo.
-Quantos níveis já descemos, Kai? -A Noivern pergunta.
-Acho que uns oito, nove. Eu não sei.
-E não encontrou nada?
-O que você acha? Quer ir na frente; fazer um milagre?
-Sim, eu quero.
Kai e Marceline constantemente se encontrava em discussões abarrotadas de alfinetadas, algumas bem diretas. Mesmo assim, conseguiam agir com eficácia em alguns momentos. Até por que era útil ter uma ótima localizadora como aliada.
Ficando parada na frente dos outros dois, ela abre sua boca e emite algum som que a eles não era audível, mas para Marceline era claro como o dia. Aquele som ecoa por todas as divergências do seu piso até receber uma resposta, de forma quase instantânea.
-Por ali. -Ela aponta a nordeste e bate suas asas para pegar impulso.
-Espere a gente! -Fir é quem vai correndo em seguida, deixando o Blaziken por último.
Não podia ver nada ao seu redor, mesmo tendo se passado horas dentro da escuridão rochosa. A contagem de horas e ciclos eram ineficazes pois não tinha nenhum vestígio de seus pertences: celular, relógio, roupas ou carteira; nada estava ao seu redor. Estava neste ambiente onde apenas seu tato podia lhe guiar, que não era muito confiável.
A abstinência de luz estava deixando o coitado insano e paranoico quanto ao seu destino, como iria sair de lá e como poderia se adaptar se nem o próprio corpo podia ver. Tentando falar pela primeira vez com uma garganta rouca, ele chama a plenos pulmões:

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Pokémon Mystery Dungeon: O Resgate da Esperança
FanfictionUm mundo Pokémon diferente do que conhecemos existe além de histórias de ficção. Ele existe e seu acesso é um mistério. Nele, os Pokémon vivem e conversam entre si, agem como humanos e exploram o vasto mundo ao redor em missões de resgate, cultivand...