Parceiros?

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Capítulo 05

~◇~

Depois de contar o que havia acontecido, julguei pela reação do General que ele sabia, ou pelo menos suspeitava, sobre o que poderia ser aquela coisa que me atacou, mas, mesmo eu tendo perguntado, não houve resposta certa.

As minhas vistas começaram a embaçar novamente. Eu deveria estar com febre de novo...

"O que acha de dormir? Você está ferida.. seria interessante descansar. Amanhã seu braço estará melhor" Pei Ming disse piscando para mim.

"Bom, tudo bem. Você tem outro futon?"
"Na verdade não.. Gostaria que eu aquecesse o seu?"

Não pude evitar achar graça de um pedido tão descarado feito com tamanha despretensiosidade.. no entanto, ele não era o único que sabia flertar:

"Hahaha falharia miseravelmente, General"
"E posso saber onde, General?.."
"Poderia, você, aquecer o que já é incêndio??"

Seus olhos faíscaram e um calor de empolgação surgiu de dentro do meu corpo quando ele riu e depois se fingiu pensativo.

"Tem razão.. não se pode aquecer um incêndio.." ele começou com a mão no queixo..
"Mas, se pode aumentá-lo, General! E se tem algo que sou bom é em 'jogar lenha na fogueira' ¹"

E quando disse isso se aproximou de mim colocando as duas mãos em meu rosto. Meu corpo congelou, pois seu toque era mais frio do que eu imaginara.. Sim.. eu havia imaginado qual seria a sensação de ter as mãos dele em minha pele.

Só agora, com ele tão próximo, me dei conta de que seu semblante irritante era irresistível e todos os tipos de pensamento surgiram nessa fração de segundo quando ele abriu a boca e disse:

"Mas você, A-Lì, está pegando fogo suficiente por nós dois. Vou lhe dar um remédio pra febre e trate de dormir depois".

Eu sabia!! Era parte do plano me provocar e eu caí na armadilha! O sorriso de canto vitorioso que ele mantinha, enquanto buscava o medicamento, demonstrava também puro deboche. As coisas não ficariam assim! 
Não mesmo.

Tomei o remédio e dormi tentando evitar, mas lembrando o quanto aquele rosto ficou perto do meu.

~**************~

O dia amanheceu, acordei com o barulho dos pássaros que faziam a algazarra na mata lá fora. 

Desviei meu foco para o braço e percebi que eu já podia movimentá-lo bem, apenas mais uma troca de curativos era suficiente e com isso passei os olhos pelo "templo afastado" dele..

Era um tanto simples, realmente, todo na madeira, mas exalava uma aura gostosa.. talvez pelas ervas medicinais que ele tinha guardado no cômodo em que estávamos, qual  inclusive estava a mais pura bagunça. Pei Ming realmente foi dormir deixando tudo isso jogado?!

Falando nisso... onde ele dormiu?

O General não estava lá quando acordei, mas resolvi levantar e ajeitar as coisas. Comecei pelos medicamentos, guardando cada um em seu lugar, depois pelas ataduras, enrolando uma por uma e, por fim, dobrei minha cama e mesmo assim ele não tinha chegado..

"Bom, fazer o que né.."

Eu precisava limpar o curativo mais uma vez,  então, sem enrolar mais, dei início ao processo e me perguntei se isso deixaria marcas.. Meu corpo já tinha inúmeras cicatrizes e quando mais nova fiz uma tatuagem enorme na perna. Suspeito que se fosse uma noiva provavelmente meu marido perderia total excitação na noite de núpcias. ² 

Pei Ming - De General para General (o maior desafio de um libertino)[HOB]Onde histórias criam vida. Descubra agora