Um Brinde

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Capítulo 08 

~◇~

Pei Ming suspirou, mas se voltou para mim e me contou sobre a calamidade Bai Wuxiang, sobre a queda do antigo imperador e como ele fora, de certa forma, perseguido nessa história tendo que lidar -segundo ele- com vários rancores passados.

Eu ouvi com atenção toda a história e quando estávamos terminando a trilha já podíamos escutar a agitação na vila da montanha.

 A movimentação parecia estar grande, e agora que chegamos era possível ver que a quantidade de carroças e pessoas circulando de fato era maior que o normal. Muitas crianças na rua e pessoas mais arrumadas, o clima era de festa. Me virei para o general e arqueei as sobrancelhas exigindo uma explicação. 

"Aaish! Tsk! Me esqueci completamente de que hoje é a comemoração da ascensão de Quan Yizhen. Não conseguiremos falar com ele tão cedo".
"Sabe… estou pensando.." eu disse enquanto saíamos da multidão em direção a algum lugar mais calmo. Olhei para ele com atenção que respondeu:
"Estou ouvindo"
"Tem uma coisa que não entendi.. Você disse que a calamidade era o Imperador Jun Wu… Mas, não havia vestígios que fosse algum deus. Primeiramente, eu nem consegui ver a coisa que me atacou e só notei a cor branca quando desembainhei Man Yue".
"Está dizendo que ele não tinha uma forma?"
"Exatamente. O que pode estar acontecendo?"

Pei Ming me lançou um olhar complexo
"Cabe a nós descobrir.."
 
E de repente um silêncio se instaurou entre nós. 

Mesmo a movimentação ao nosso redor parecia quieta demais; o general não me provocava desde que chegamos aqui.. o que poderia ser feito?..
Resolvi puxar o assunto:

"Bom, primeiramente precisamos falar com Quan Yizhen, no entanto ele está ocupado… Já que estamos aqui, General.. por que não participamos da comemoração? Podemos acabar ouvindo algo que nos ajude na multidão".
"Hoo! Finalmente quer um encontro comigo? Eu achei que não fosse pedir logo".

Que bom.. eu me sentia muito mais aliviada em ver que seu espírito brincalhão estava de volta.

"Hehe então vamos beber??"

Pei Ming me olhou e riu enquanto nos dirigíamos para uma taverna.

"Que tipo de criação você teve para ser tão direta assim?"

Ele começou me perguntando quando abriu a porta e me deu passagem, no entanto antes que eu pudesse respondê-lo escutei alguns murmúrios sobre eu estar entrando lá. 

A capa de Pei Ming cobria nossas vestes e condicionava nossa aura espiritual, aos olhos de pessoas comuns éramos apenas humanos. No entanto, fiz questão de tirar o capuz quando ouvi cochichos como "será mesmo uma mulher?!" "Que sem noção". Me dirigi ao balcão com o general atrás de mim quando alguém bem corajoso disse alto:

"O que pensa que está fazendo entrando aqui?? Meretrizes podem esperar no seu prostíbulo, mas se está tão desesperada eu poss-

Antes que eu me virasse para socar o indivíduo Pei Ming o pegou pela gola alta e o levantou do chão.

"Pode o quê? Hm? Me conte o que você vai fazer"

E o homem mal podia falar. Tive que intervir para que o clima na taverna não ficasse tão pesado e ameaçador. Coloquei as mãos no ombro dele e olhei em seus olhos para que entendesse que estava tudo bem e aos poucos Pei Ming colocou o lixo no chão.

Foi a minha vez de falar:

"Veja bem, se você pode entrar e beber por que eu não posso fazer o mesmo? Por que não é apropriado? Eu decido o que é apropriado e eu tenho o dinheiro pra minha bebida, não estou aqui bebendo fiado como vocês. Espero que não haja uma próxima vez, mas se eu o pegar destratando uma mosca que seja.. meu caro.." pasei a mão cuidadosamente pelo cabo da minha eapada fazendo uma voz doce:
"..Você não gostar"

Pei Ming - De General para General (o maior desafio de um libertino)[HOB]Onde histórias criam vida. Descubra agora