Na pele dourada da dona do caos, desordem e apocalipse, pousa o colar de pedras vermelhas. Lábios carnudos, igualmente vermelhos, donos das mais rudes mentiras. Seus olhos azuis são opacos e sem vida. Espectadores de delírios mortais.
Trono de aço que queima e marca cicatrizes profundas do poder na epiderme valiosa. Mais valiosa que os brilhantes cálices de ouro daquele castelo e dos reinos inimigos. Trono dono do terror dos pobres, inveja dos ricos, sangue dos inocentes, lágrimas dos culpados, fúria dos deuses. E Glamour da Rainha.
Tirando sua vestimenta de seda fina e colar de seu sangue frio. A Desordeira vai tratar as queimaduras do trono na banheira de gasolina com essência de riqueza. Ardor de tirar suas mais sombrias gargalhadas, dor que faz cócegas. Ar dor, dor de tirar o ar; deleitar com a tortura. Ver suas queimaduras de impiedade na sua pele se corroendo na gasolina da ganância faz a Desordeira se sentir intocável. Ela é a dona do apocalipse, a causadora de dor, amante do ódio, rainha da loucura, sedenta por riquezas e tortura; Rainha Desordeira do Apocalipse. O gosto metalizado do sangue de seus lábios cortados lhe dá prazer. A dor das feridas serem abertas pela gasolina lhe proporciona o maior dos orgasmo. Curva os dedos dos pés entrando em delírio. Revirando os olhos de êxtase.
Ao sair da banheira de rubis. Ela se enrola em toalha de pele de cabra. Põe brincos ametista manchados de sangue. Luxo do fim dos tempos. Seu tempo.
O castelo está sendo atacado, bolas de fogo são arremessadas nos vidros daquelas janelas caras que o rei tanto adorava; antes de ser morto pelo veneno letal que a rainha banhou sua vulva mais valiosa que esmeraldas. Sentir a boca dele espumar em sua preciosa até a morte foi o verdadeiro significado de prazer.
Os empregados se encontram no chão ardendo em chamas. Enquanto ela dança no salão segurando sua taça com a saliva do beijo da mais perigosa, ardilosa e venenosa cobra. Ao som do órgão que diminui a pulsação e melodia, ela rir durante seus leves e graciosos movimentos de uma profissional bailarina da morte. Ela sabe que vai morrer.
Você sabe que ela vai morrer...
De um jeito ou de outro.
Pelo veneno da arrogância e sede de poder e luxúria.
Pelo último badalar da meia-noite.
Pelo Delírio da desordem.
Exaustão de tanta riqueza.
Ela dá o seu último beijo no corpo morto da sua gata pérola.
A Rainha da desordem cai dura no chão, sem conseguir mover um músculo além dos do rosto de boneca.
A Rainha ri, gargalha, delira em euforia por ver aquele seu lindo lustre de cristal balançar em cima dela; prestes a cair e esmagar seu corpo mais precioso que qualquer quartzo rosa.
O fogo. O veneno. O povo do reino invadindo o castelo com sangue nos olhos. O lustre. As queimaduras infectadas e abertas pela gasolina. A desordem e o apocalipse.
RAINHA DA DESORDEM.
Não importa para qual desses fatores, mas ela sabe que vai morrer para um deles.
Você sabe que vai morrer para um deles.
Você é a Rainha Desordeira.
Agora feche os olhos, agarre o colar de sangue, mostrando seu último sorriso asqueroso.
Aproveite o veneno de todo o poder que você conquistou te consumir.
Dê seu último suspiro, Desordeira.
Você morreu e não irá descansar em paz.
O inferno é dos gananciosos desordeiros.
🌹Esse "conto" foi escrito durante uma das minhas crises se ansiedade, por isso ele pode parecer confuso e ter partes que você não entenda. Mesmo assim espero que tenham gostado pois tenho orgulho desse texto. Ele me mostra que tem como passar por cima dos meus problemas e tirar proveito deles.🌹
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𝐃𝐄𝐋Í𝐑𝐈𝐎 𝐃𝐀 𝐃𝐄𝐒𝐎𝐑𝐃𝐄𝐌
Short Story" a Desordeira vai tratar as queimaduras do trono na banheira de gasolina com essência de riqueza" O trono de aço que queima.