Apêndice-|Três Lâminas|

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   Eu nunca fui muito de ter amigos, sabe?! Meio que eu estudo em uma escola perto da minha casa a mais de 3 anos, eu particulamente gostava mais de ser o calouro da escola que um veterano como hoje em dia, porque, os calouros são interpretados geralmente de duas formas pelas outras pessoas, alguém digino de pena e por isso digno de uma amizade, ou alguém vulnerável ao bullying, eu acho que meu rosto claro, cabelos levemente castanhos e olhos verdes podem ser sacrificados na mão de algum idiota pelo preço de uma amizade com alguém. Foi assim, que quando calouro e em meus plenos 12 anos, conheci Miguel Valêncio um garoto alto e atlético, seus longos cabelos loiros se alinhavam sobre seus ombros e realçavam sua tonalidade clara como neve, e olhos azuis como mar, jogava basquete e deveria ser parte do ciclo dos populares da escola, foi ele quem se tornou meu escudo contra idiotas metidos a valentões, o conheci quando uma garota da minha sala se declarou pra mim, e seu suposto namorado veio tomar dores inexistentes, o que ele não contava era com a presença de Miguel, que como um nobre ou herói, ou melhor um nobre herói o derrotou apenas com três palavras, que nunca esquecerei: "Ele tá comigo". Depois disso, passamos a andar juntos, e acabei esquecendo a garota.
   Além dele conheci também, Eduardo Nevski, apesar de sua linhagem russa o mesmo tinha tonalidade de pele como algo que pode ser descrito próximo ao pardo, mas seus olhos castanhos e cabelos levemente loiros, traziam de volta sua ancestralidade, além de seu corpo robusto e forte, seu temperamento era o oposto do de Miguel, que estava sempre calmo. Nevski é como um urso esfomeado, sempre grosseiro e rude, além de apaixonado por lutas, o que geraram seu apelido: Polar. Que veio do seu antigo apelido de urso polar, mas como bons preguiçosos que somos, Eduardo deixou de ser Nevski e passou a ser Eduardo Polar. Ele acabou se tornando minha espada, que um dia era apontada pra mim. O conheci quando entrei na escola, ele foi o primeiro a me dá um roxo no rosto, e fez isso por algumas semanas até encarar Miguel, que o subjugou com alguma técnica marcial ou coisa do tipo,o jogando no chão antes que meus olhos pudessem registrar tal feito digno de aplausos. Depois disso, e de sua suspensão ao lado de Miguel, os dois voltaram com uma amizade estranha, e passaram a andar juntos comigo. Um grupo estranho, eu sei. Mas que viria a se tornar uma pedra no sapato de vários seres.
   Que se início quando pela primeira vez, meu coração palpitou como se quisesse pular pra fora do meu peito, tudo por causa de Júlia Yata, a garota nova da escola e filha da velha japonesa. Além da garota mais linda que meus olhos tiveram o privilégio de ver, sua ancestralidade japonesa, cabelos longos e negros, corpo esculpido pelos Deuses, me fizeram pela primeira vez sentir o amor, e descobrir que na vida ela era meu fárol, e eu iria atrás dela até no fim do mundo se fosse necessário. Só não achei que o destino levaria isso ao pé da letra.

Bornout: A saga dos 9 reinosOnde histórias criam vida. Descubra agora