Uma garotinha vê uma cobra,
Pequena, fininha, sozinha
A cobra pede que a menina brinque com ela
Mas a menina tem medo.
E então a cobrinha se transforma
Troca de pele,
Vira uma serpente gigante
Escorrendo veneno pelas lábios.
A menina chora
O veneno escorre
A menina não se mexe
O veneno se espalha.
A menina caí no chão
E se contorce
O veneno a envolve
Ela quer escapar.
Surge outra serpente
E despeja mais veneno
São duas serpentes
E uma menina.
Ela não tem a menor chance
Mas queria ir embora
Para longe das serpentes
Para longe do veneno.
Para longe…
Ela se debate
São palavras ou veneno?
Ela não sabe.
Só quer ir embora.
Partir...
Sem se sentir egoísta
Para se construir, sozinha.
Para longe do veneno
Para longe das serpentes
Das palavras-veneno
Do ninho de cobras
Fugir...
Para viver.
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O dia em que me perdi e outras neuras. (poemas)
PoesieCompilação de poemas de minha autoria, que tratam sobre coisas que nos revoltam ou fatos recorrentes do dia à dia, em minha percepção. Coisinhas que precisam ser ditas e escritas, colocadas para fora, sejam elas boas ou ruins. Você irá se identifica...
