Prólogo

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Liana de Souza Lins.

Aí meu santo cristinho, como que eu vou sair daqui? Sei que fui uma irresponsável por ver vagalumes e seguí-los como se fosse uma criança, mas eles eram tão bonitinhos que quendo fui me dar conta, já estava nessa imensa floresta que eu nem sei onde começa e onde termina. Já andei por todos os lados e nada de encontrar algo que me ajude a sair daqui.

Já desistente e aceitando que eu morreria de fome, me joguei sobre o enorme carvalho que estava ao meu lado, sentei no chão e fiquei extremamente aflita de um animal aparecer e me comer. Com pensamentos nada agradáveis, peguei uma pequena flor do chão e fiquei brincando com ela, tentava me distrair de qualquer forma possível. Quando estava aceitando melhor o meu fim, um barulho me fez ficar em alerta e apurar a audição. Parecia que tinha algo caindo, algo não, parecia... água? Meu Deus, isso com certeza é água.

Levantei às pressas de onde estava e comecei a seguir o barulho como se minha vida dependesse disso, após passar por uma vegetação diferente, finalmente encontrei o que tanto esperava. Antes de dar mais algum passo, observei o lugar e meus olhos se encheram de encanto, era extremamente lindo. Uma gruta de porte médio se estendia no chão, logo acima uma singela cachoeira que se derramava sob algumas pedras que tinham dentro da gruta, a água cristalina e as pedrinhas brancas que tinham a sua volta me deixaram embasbacada com tamanha beleza.

Depois de me recuperar dessa visão, caminhei até a gruta e logo minhas mãos estavam pegando um punhado de água e levando até a minha boca. Santo cristinho, que sede eu estava. Após estar saciada, fiquei observando aquele espelho molhado e algo me chamou a atenção. O céu refletido ali era um céu de pôr do sol, ou seja, o sol nasce ao leste e morre a oeste, ele se põe atrás da minha casa. Então se eu subir em uma árvore grande conseguirei ver pra que lado ele está se pondo e seguir na direção da cidade.

Levantei rapidamente e olhei a minha volta procurando uma árvore grande e de fácil acesso. Após achar, a alegria me inundou quando percebi que já estava em cima dela e tendo a visão da grande estrela de fogo se pondo lentamente a uns trezentos metros daqui. Peguei um ponto de referência que foi um ipê amarelo e saí da árvore rapidamente. Após estar quase saindo da gruta, me perguntei como acharia esse lugar de novo. Peguei algumas pedrinhas e comecei a fazer uma pequena trilha até o ipê.

Depois de uns vinte minutos andando, já tinha saído da gruta e passado pela linda árvore de flores amarelas. Segui mais uns cinco minutinhos e meus olhos avistaram a pequena cidade em que morava. Finalmente lar.

Sob o Olhar do LuarOnde histórias criam vida. Descubra agora