Califórnia style

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Kyle odiava a praia.
O mormaço do ambiente praiano, a areia quente que parecia entrar por todas as frestas de suas roupas, o sol que não dava trégua e o deixava queimado como um tomate, a água salgada que fazia sua pele coçar e as infinitas camadas de protetor solar que o deixavam grudento e pegajoso.
Odiava tudo isso.
Mas por algum motivo a praia esse ano parecia mais agradável. Seria o céu azul com poucas nuvens? O passe livre para os sorvetes? Ou talvez a presença de Stan?

Definitivamente era a presença de Stan.

Todos os anos, durante as férias, Kyle e sua família iam passar uma semana na casa de sua tia, na Califórnia, e pela primeira vez em cinco anos a família do garoto de cabelos pretos iria junto.
Para Kyle, ter uma companhia além de seu primo estranho, que curiosamente(e por azar) compartilhava o mesmo nome que o seu, era fantástico por si só, mas a coisa melhorava em dez, vinte ou até trinta vezes quando se tratava do Marsh mais novo. O dono dos olhos azuis era não só o seu super melhor amigo como também seu "super crush" (como Wendy nomeou quando descobriu sobre a paixonite não-tão-secreta) e tê-lo por perto em um clima tropical era perfeito para apreciar a falta de roupas que o calor possibilitava e que o frio de South Park nunca iria oferecer.
-Stan e Kyle, vocês vão juntos pra economizar tempo.
Certo... Talvez não tão poucas roupas.
-Mas, mãe... -O garoto de olhos verdes protestou.
-Mas nada, Kyle. -Sheila interrompeu. -Filmore e Ike entraram juntos, vocês podem fazer o mesmo.
-Mas eles são mais novos!
-O que significa que você e seu amigo se conhecem a mais tempo então tem mais liberdade ainda.
Todos estavam hospedados no apartamento da tia de Kyle, um imóvel bem localizado(perto da praia) e arejado mas que, infelizmente, só tinha um fucking banheiro que teria de ser compartilhado entre doze fucking pessoas ao longo da semana; E, para o desespero do menino Broflovski, pareceu uma boa ideia para os mais velhos juntar os mais novos em duplas para chuveiradas coletivas.
"Oh, céus, o que fiz pra merecer isso?" O garoto ruivo se perguntou, sofrendo previamente pelo controle que teria que ter dentro do banheiro... Mas nesse momento seu primo passou por si, com a pele vermelha, olhos lacrimejando e nariz escorrendo(sintomas de sua alergia à areia da praia), e Kyle passou a agradecer mentalmente por não ter que dividir o chuveiro com aquele ser humano.
-Vamos, cara, seu irmão já saiu. -O garoto de olhos verdes foi tirado dos pensamentos pelo amigo, que já estava com a toalha(branca com detalhes em laranja) em mãos, indo em direção ao banheiro.
-Certo... -Respondeu, mesmo que o outro já estivesse longe o suficiente para não ouvir seu quase-susurro, e foi até a mala pegar sua própria toalha.
Assim que achou a dita cuja(verde com as bordas douradas), seguiu na mesma direção que o super melhor amigo e entrou no ambiente úmido, trancando a porta logo em seguida.
O lugar era forrado(tanto nas paredes quanto no chão) de ladrilhos brancos, a mesma cor que estava pintado o teto e que era vista no armário da pia, fazendo o ambiente ser frio e contrastar perfeitamente com o corpo em combustão do Broflovski. A toalha que virá antes na mão de Stan estava pendurada em um dos ganchinhos presos na parede, Kyle também pôs a sua ali e fez com que apenas um gancho ficasse vago. O vidro do box era turvo, mas mesmo assim o garoto conseguia distinguir cores e pode perceber que seu amigo já estava sem a sunga preta que usava antes.
Ele deveria tirar a própria, então?
Retirou o calção azul com coqueiros amarelos e o deixou dentro da pia, onde o amigo também deixara a roupa de banho. Estava agora completamente nu e envergonhado, mas mesmo assim entrou no box do chuveiro.
A primeira coisa que viu foi uma cortina de vapor quente(mesmo que a água que tocou seus pés não acompanhasse os graus dela), a segunda foi um aglomerado de fios negros reluzentes pela água( Kyle sabia o quão cheirosos e macios eram aqueles cabelos) e a terceira, e mais importe, foi um corpo semi-definido, levemente amorenado pelo sol, mas de maneira tão sutil que o ruivo só notou pela falta da sunga revelar o contraste de seu bumbum com o resto do corpo.

O garoto travou e engoliu em seco. Não tinha estado nem por um minuto ali e já sentia seu sangue correr para a virilha.

Stan pareceu notar sua presença, pois olhou sobre o ombro para confirmar que era ele mesmo
ali.
-Cara, você sabe regular esse chuveiro? -Perguntou ao recém chegado. -Eu não consigodeixar a água morna.
-Deixa eu ver isso. -Respondeu se aproximando, ficando lado a lado do super crush, para mexerno pegador. -Primeiro você abre tudo, aí vai fechando até ficar bom.
-Ah, entendi. -O olhar do ruivo recaiu sobre o rosto do outro, notando uma leve vermelhidão naárea das bochechas. Seria o vapor do ambiente? Não deu tempo de se questionar pois olhosazuis cruzaram com os seus, causando um pequeno gay panic em seu sistema.
-A gente pode se lavar agora...
-É, pode sim...
Os dois estavam evitando contato visual. A atmosfera pesava em desconforto.O Broflovski procurou pelo shampoo enquanto Marsh foi atrás da esponja com o sabonete.O silêncio mútuo dando espaço para apenas o barulho da água caindo preencher o lugar.
Depois de ler diversos rótulos (que iam desde os hidratantes corporais de Shelly até as loçõesestranhas do primo esquisito), Kyle achou o produto para cabelos cacheados e pode despejaruma quantidade generosa em sua mão. Começou a aplicar ao que massageava o courocabeludo, por um momento até chegando a esquecer da tensão em que se encontrava.
Mas não por muito tempo.
O barulho de algo caindo chamou a atenção do garoto que procurou com os olhos o quepoderia ter feito o somzinho abafado, e concluiu ter sido o sabonete que Stan pegava no chão.
Kyle se lembrou da tensão... E do tesão.
As costas nuas do moreno formavam um caminho perfeito para a água escorrer e e chegar até o traseiro branco, o garoto de olhos verdes desejou passar suas mãos ali para saber qual era a sensação que acariciaraquela pele. Assistiu ao outro se ensaboar e teve inveja da esbonja que podia tocar aquelecorpo e sentir todos os admiráveis cantos dele. Viu os músculos se contraírem e descontrairemconforme Stan realizava os movimentos, o ruivo fantasiou sobre como seria ter aquelascontrações em baixo de si e sentiu sua parte baixa fisgar.
"Por, céus, o que estou pensando?!" O garoto se repreendeu quando notou seu pênis já ereto.
Entrou na direção da queda da água, fechou os olhos e tentou acalmar a mente (e o corpo) masassim que tentou visualizar cenas broxantes (como Cartman lambendo os dedos sujos de salgadinho ou os nudes vazados do Justin Bieber, sua professora do quarto ano, jogando vôlei) sentiu um leve impacto contra si.
Arregalou suas esferas verdes com o susto e viu o moreno muito próximo a si. Suasbochechas (já queimadas pelo sol) tornaram um tom de escarlate digno de lagostas.
O Marsh também se assustou. Seu corpo travou assim que sentiu a pele encontrar com a doruivo e ao virar para olha-lo, deu a Kyle a vista privilegiada de um rosto quase tão vermelhoquanto o seu.
-Desculpe, cara, não te vi aí... -O mais baixo disse antes de desviar o olhar... E mirar bem na ereção alheia. -...Você tá duro?
Ele não sabia o que responder, era óbvio que estava duro, não podia negar mas também nãopodia dizer:"Sim, Stan, estou com tesão porque me imaginei te fodendo desde que entramos aqui".
Mas nem foi preciso, pois em seguida Stanley virou de frente para o outro, revelando seu pênissemi-ereto.
-Sabe...Uma vez meu pai falou sobre... -O moreno estava obviamente desconcertado.-...masturbação coletiva...
O som da água tomou o ambiente.
-Você... -O mais alto não sabia como dizer aquilo sem parecer estranho. -...quer se masturbarcomigo?

Califórnia boys [SP Style]Onde histórias criam vida. Descubra agora