“E foi assim que cheguei no verdadeiro inferno da minha vida. Depois de sair do quarto, Levi simplesmente sumiu, mais tarde descobri que ele havia sido levado para se unir com o resto da divisão francesa, para conhecer seus novos soldados e o equipamento americano. Enquanto só havia uma força francesa, tinha vinte e duas americanas, mais as inglesas e outros países aliados, totalizando 39 divisões e mais de um milhão de soldados. 6 de julho de 1944, a noite que sobrevoei a costa da França, tendo Jean como copiloto enquanto levava o esquadrão de Levi direto para as garras da morte."
-Homens, não aceitarei falhas nessa operação. Vamos destruir a resistência inimiga, criar novas bases e avançar até onde der. Hoje, meus compatriotas, o jantar será servido no inferno.
Estava na hora, um por um, os soldados começaram a pular do avião, mas antes de ir para cumprir sua missão, segurei Levi pela mão. Ao virar para me ver, sua posse de Capitão sumiu completamente, deixando o homem que amava sair. Segurei seu rosto em minhas mãos, chorando como uma criança, pronta para lhe dar pelo menos um beijo, quando sou interrompida por seus lábios na minha testa, um olhar triste e um sorriso fraco.
-Eu prometo, que farei isso quando nos encontrarmos para comemorar a vitória. Je t’aime Hanji.
(Eu amo você Hanji).
Pela primeira vez em todos esses anos, não seria necessária uma tradução, ele me ama e vai retornar para mim nem que tenha que matar o próprio ditador para voltar. Contudo, tenho uma promessa para cumprir, assim terei mais fé de que os verei de novo.
-”Eu amo você Levi”.
Chocado, ele finalmente se deu conta de que parte da América do Sul meus pais vieram. Como um bom bilíngue, Levi fala inglês, alemão, russo, espanhol, e claro, português.
-Vamos nos casar na praia de Copacabana, então volte vivo para ser meu marido.
[C]-Obrigado, Hanji.
Sem mais demora, Levi deu seu primeiro sorriso aberto, pulando sem nenhum arrependimento. Voltei para a cabine com os olhos vermelhos, vendo Jean se afastar da área, apenas esperando a chance de voltar com um caça armado até os dentes.
-Não se preocupe, Hanji, ele vai conseguir.
-Eu sei que vai. Vamos nessa, Jean!
“Para meu azar e raiva, demorei para me juntar ao campo de batalha, já que Erwin me elegeu como estrategista chefe em sua falta, acabei por ajustar as medidas de avanço até a fronteira da Alemanha. A única coisa que precisava para chegar com meus aviões era o sucesso na conquista de Paris, que estava nas mãos da equipe do Erwin e do Levi. Fiquei agoniada por simplesmente não ter notícias deles por 3 semanas, até que o General francês, Charles de Gaulle, entrou sorridente na minha sala.”
-General Zoe, acabamos de receber notícias da resistência montada em Paris. A cidade foi libertada, os esquadrões alfa e beta foram os responsáveis e já estão começando uma marcha para Berlim. O General Marechal de Campo Erwin foi morto.
Tudo estava indo perfeitamente bem, como planejado, conseguimos recuperar a França em menos de um mês, nossos nomes estavam garantidos na história. Só que a última parte foi dita com tanta calma que pensei ser algum tipo de brincadeira de mal gosto francesa, mas ao olhar bem seu rosto, não havia nenhuma dúvida. Nessa hora tinha apenas uma coisa na minha cabeça.
-O que! Como assim o Erwin morreu?!
Desesperada, acabei caindo da cadeira, fazendo cara de choro pronta para inundar o escritório inteiro, Erwin não poderia ter morrido, por tudo que era mais sagrado nesse mundo, ele prometeu que voltaria vivo, não podia perder um irmão assim. Por mais que fosse lembrado como um herói que se sacrificou, poderia muito bem ser um que conseguiu viver sua vida feliz.
-Acalme-se general, "a raposa do deserto", Erwin Rommel, engoliu uma cápsula de cianeto após se opor a seu Führer, então o deram como morto por culpa de um ferimento na Normandia, ou seja, o Comandante Smith deve ter sido quem reportou nossa vitória.
“Quase não me aguentei de felicidade, graças a Deus, ainda tinha alguma chance de nos vermos nessa vida. Sai correndo para o centro de aviação, ordenando meus soldados alçarem voo imediatamente, era hora de botar os últimos pregos no caixão do Império ariano. A Itália estava praticamente derrotada graças a ajuda do orgulho da minha terra, a Força Expedicionária Brasileira, o que juntando com o vislumbre que a União Soviética tinha da fronteira Alemã, nos deu carta branca para bombardear as cidades sem nenhuma piedade. Mesmo tentando dividir nossos exércitos no fim do ano passado, nada conseguia para nosso avanço, nem conseguia me lembrar quantos aviões havia derrubado nos últimos meses.”
“A cada centímetro que avançávamos, mais fé tinha de encontrar meus amados na estrada para Berlim, rezando para tudo acabar logo enquanto sobrevoava perto da região. Finalmente cheguei, 1 de maio de 1945, o dia em que presenciei a bandeira vermelha ser hasteada no prédio do parlamento alemão, declarando por fim sua derrota na guerra."
[C]-Roubaram nossa vitória.
"Pensei em voz alta, imaginando como seria colocar a bandeira verde e amarela ali. A sensação era ótima, mas algo me dizia que muitas outras coisas iriam acontecer depois dessa conquista soviética, afinal, assim como Hitler, Stalin era um tirano cruel."
-Acho que azul, branco e vermelho em três linhas ficariam melhores.
-Não, essas mesmas cores, só que em várias listras com estrelas.
"Duas mãos se apoiaram em cada um dos meus ombros, junto das vozes que reconheceria mesmo em outra vida. Não me importando com mais nada, virei abraçando os dois, agradecendo a Deus por terem voltado com vida, e olhando bem, inteiros."
-Prometi que iria voltar e ao parecer não fui o único, lembre de me convidar para ser padrinho no casamento, Hanji, você me prometeu que poderia ir junto na próxima viagem para o Rio de Janeiro. Mas isso resolvemos mais tarde, vou deixar o casal livre agora.
Brincalhão e sacana, Erwin tirou uma com a minha cara, dando uma deixa para conversar com o baixinho envergonhado ao meu lado. Só que antes mesmo de dizer qualquer palavra, Levi agarrou meu rosto dando um beijo que deixava bem claro o tamanho do desespero que sentia feliz da vida, fiz carinho no seu cabelo enquanto aproveitava a sensação maravilhosa que sentia.
-"Achei que nunca mais ia te ver, linda mulher de Copacabana.”
Falou antes de me beijar de novo, dessa vez calmo e delicado, como se não acreditasse que voltou com vida da guerra. Ao terminarmos, olhei bem fundo em seus olhos, cheios de vida, esperança e amor, passavam bem longe do frio que um dia esteve neles.
-Não precisava achar, tinha certeza de que voltaria para mim, ma belle française.
(Meu belo francês).
Agora estamos todos aqui, comecinho de agosto aproveitando as belas praias de Copacabana, desfrutando o sol e a água de coco no meio da areia. A guerra na Europa estava acabada no dia 7 de maio, tudo foi encerrado por lá, e como participamos mais do que ativamente na vitória, fomos liberados para um bom tempo de férias, deixando o Pacífico para os outros oficiais. Jean está comemorando no mar, já que foi aprovado e começara como meu assistente assim que voltarmos, Erwin simplesmente amou o Brasil, tanto que está pensando em levar várias comidas daqui para os EUA, já eu, estou de mãos dadas com Levi observando Mikasa brincar com o Jean.
-Ela realmente parece nossa filha.
-Meu temperamento e a sua aparência, é uma combinação perfeita.
-Com sua loucura e bondade, não me surpreende que ele gosta dela.
-Acho que teremos um ótimo genro no futuro.
Nossa família estava aqui, completa e feliz. O Brasil é nosso ponto de partida, onde espero poder ficar com eles quando me aposentar, mas antes, prometi para minha filha que a levaria ao Japão um ano depois da guerra no Pacífico chegar ao fim. Mikasa veio de uma cidade chamada Hiroshima, um lugar que abandonou depois virar alvo durante a campanha japonesa contra a China, então daria um tempo para as coisas se acalmarem, podendo visitar sua antiga casa com toda tranquilidade que merece, afinal, o que pode acontecer até lá?
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Logo Após a Guerra
FanfictionUma guerra nunca tira pouco, ela leva as pessoas que você ama e tira a vida de inocentes. Mas as vezes, é nesse período de dor e sofrimento que conhecemos pessoas que mudam as nossas vidas.