No Norte da África

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"Depois de praticamente garantir nosso sucesso no front do pacífico, acabei sendo realocada para o norte da África, onde ajudaria as forças britânicas a dominar a região da Tunísia, obrigando os soldados alemães restantes a se renderem de uma vez. Ao chegar em uma unidade de comando no Egito, fui me encontrar com o Capitão que estava cuidando da linha terrestre, a única coisa que não esperava era que basicamente todos daquele setor eram franceses. Ao mostrar minhas credenciais, passei por vários corredores escutando todos ao meu redor falando palavras que não conseguia entender, fiquei completamente perdida até um garoto me olhar de maneira fria, logo depois, assumindo uma pose de comando."

-Attention soudée! Qu'est-ce que tu crois que tu fais debout comme ça?
(Atenção soldada! O que você acha que faz de pé assim?).

Eu olhei para ele, ele olhou para mim, segurei um riso que iria sair ao ver sua expressão ficar cada vez mais irritada e comecei a pensar no que ele poderia ter dito. Francês vem do latim, é uma língua irmã da minha original, então acho que ele disse "atenção soldada!", de resto, não consegui compreender uma única palavra.

-Je suis américain.
(Eu sou americana).

Foi tudo o que me ensinaram, disseram que isso seria o bastante para lidar com os franceses em um primeiro momento, mas ao parecer ele não recebeu isso muito bem.

-Tsc, só se importam em aprender nossa língua para reafirmar que vieram da terra do Tio Sam nos salvar, poderiam ao menos aprender a obedecer nossas ordens.

Eu ouvi aquilo e simplesmente não consegui levar a sério, queria muito rir do quanto ele ficava fofo com aquela cara irritada, fora que o menino era muito baixinho para tentar me impor respeito. Tinha plena consciência de que todo tipo de reforço era bem vindo, mas chamar adolescentes tão novos para guerra?

-Minhas sinceras desculpas meu pequeno companheiro, mas não acha que é muito novo para estar aqui?

Quando dei por mim, percebi que todos os soldados ao meu redor ou tinham uma expressão aterrorizada, ou riam como se tivessem escutado a melhor piada das suas vidas. O ser pequeno a quem fiz a pergunta parecia ter travado, não sabia se havia quebrado ele de vez ou se sua raiva era tanta que iria explodir igual a um vulcão.

-Arrêter!
(Parem!).

Todos os homens ao meu redor sumiram em questão de segundos, o que lhe falta de altura, é compensado no respeito que impõe e no tamanho de seu mau humor; mas nunca que iria pensar nesse homem como alguém tão acima no comando de uma tropa. Os homens aqui devem viver em um verdadeiro inferno.

-Bando de soldados incompetentes, e você, americana, saiba que sou um homem com 30 anos, todos de experiência em combate. Saí das periferias mais violentas de Paris para me tornar o Primeiro Capitão no comando, então deveria ter mais respeito por um superior. Agora saia do caminho, tenho que receber o General da Força Aérea do seu país, não tenho tempo para lidar com novatos.

Se ele queria me ofender, havia conseguido, saquei minhas credenciais e a insígnia que carregava na jaqueta do meu uniforme, que estava amarrada em minha cintura. Endurecendo meu rosto em uma face irônica e sarcástica, ele enfim reparou nos meus óculos próprios para voo, as permissões e os títulos que carregava. Ficando completamente surpreso, acho até que ele queria levar a mão para o peito a fim de verificar se o coração ainda batia, mas ao invés disso, estendeu ela em um comprimento.

-Levi Ackerman, primeiro Capitão no comando.

Apesar de sem graça pela cena de agora pouco, Levi não se curvou, seguiu com sua pose de comando e a cara marrenta. Não seria a primeira vez que lido com esse tipo de pessoa, principalmente estando no exército, mas aproveitar a oportunidade não era um pecado.

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