Foge- Esconde

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Quando acordamos o sol já estava alto, me levantei e fui até a cozinha preparar nosso café da manhã. Quando cheguei lá, encontrei meu irmão preparando os ovos, fui por trás dele e o abracei espelhando beijos pelo meu pescoço. Me virei e puxei sua cintura pra mais perto de mim e colei nossos lábios, uma de suas mãos foi até meu cabelo puxando meu rosto para mais perto, e a outra levantou levemente minha camisa  deslizando pelo meu tanquinho. Comecei a espalhar beijos pelo seu pescoço, logo eu estava contra a bancada, ele arrancou minha blusa e sua boca me beijava verozmente. Passei minha mão pelo seu membro, sabendo por experiência própria o quanto aquela sensação era boa, ele começou a desabotoar minha calça, mas antes que terminasse, seu telefone começou a tocar. Ele se afastou e atendeu a chamada.
- Alô? Bobby? - ele ficou em silêncio um tempo ouvindo o outro lado da linha. De repente ele esboçou um enorme sorriso e se afastou de mim indo em direção a porta. - Sério?! Pode deixar já estou indo.
- Ei aonde você vai?
- Meu carro está pronto Sammy, finalmente vou pegar meu bebê! - ele falou desligando o telefone e pegando o ovo inteiro e enfiando na boca.- até daqui a pouco.
- Até.

DEAN

Saí porta a fora louco pra chegar logo na casa do Bobby. Ele era um homem quase de meia idade, cuidou de mim e do meu irmão depois que mamãe morreu e papai começou a sair pra fazer sei lá o que. As épocas com ele eram as melhores, caçavamos, jogavamos bola. Ele cuida de um ferro velho, e depois que falei que meu sonho era ter um impala só meu, ele mesmo decidiu arranjar um pra mim.
No caminho, não conseguia parar de pensar em Sammy, e em como chegamos aquele ponto. Eu sempre cuidei dele, afinal ele é meu irmãozinho, mas a alguns meses eu comecei a sentir algo mais por ele. Eu não podia admitir, por vários motivos. Sempre fui o pegador da cidade e usei isso pra disfarçar meu interesse por ele, mas acabou não dando certo. Mas por mim tudo bem, eu finalmente estou com quem amo, meu medo e apenas se isso causar problemas pro Sam.
Logo cheguei ao ferro-velho.
- Bobby? Cadê você?
- Aqui atrás - sua voz veio de uma pilha imensa de carros.
- Isso aqui ta uma zona Bobby.
- Cale a boca e venha logo ver esse carro.
Assim que vi o carro abri a boca de admiração, seu preto tão reluzente chegava a brilhar, as rodas eram lindas. Me aproximei do carro passando a mão pelo seu capô e admirando cada parte dele.
- Isso está incrível Bobby. Como posso recompensar?
- Não o quebre. Já é o suficiente. Agora toma - ele sorriu e esticou a mão me mostrando a chave do carro. Peguei ela rápido e entrei já ligando aquela belezura.
- Tome cuidado, e por favor... não tenha mulheres no banco de trás do carro ok?
- Pode deixar - falei rindo - obrigado Bobby, até mais. - dei partida no carro e saí do ferro-velho.
Voltei pra casa animado, parei na frente da porta e dei uma longa buzinada. Sai do carro e entrei gritando.
-Saaaam a baby che...- parei de falar quando vi meu irmão preso a uma cadeira e um cara com uma arma apontada pra sua cabeça.
Minha primeira reação foi parar e olhar. Que porra estava acontecendo ali? O homem com arma me encarava com um sorrisinho debochado. Ele era enorme, mais forte que eu e Sam juntos.
- E aí Dean? Quem é baby? - ele encostou a arma na cabeça de Sam que fechou os olhos em claro desespero.
-Quem é você e o que você quer? -olhei pra ele de forma ameaçadora mas tomando cuidado para não fazer movimentos bruscos. Qualquer erro e meu irmãozinho morreria. E eu não podia deixar isso acontecer.
- Vocês logo vão descobrir, o chefe vai ficar muito feliz em ver vocês, mas se as coisas continuarem assim, talvez ele fique decepcionado, agora se você não se importa, teria como você se sentar ali? - ele apontou para uma cadeira vazia com apenas uma corda em volta. Andei lentamente até a cadeira
-  Chefe? Que chefe? E por que ele vai ficar feliz em nos ver? - ele andou atrás de mim pondo a arma em minjas costas e me empurrando em direção a cadeira - É, acho que isso não é mais um dos jogos foge e esconde né Sammy? - Foge e esconde foi um jogo que o Bobby inventou. Ele nos prendia em salas, cadeiras, baus, todo tipo de lugar, e tínhamos que fugir. As vezes ele aprecia como o grande vilão e tínhamos que lutar contra ele.
- É, parece que não..mas podia ser. - percebi um leve movimento em suas mãos presas. Ele entendeu o recado. Em um movimento rápido me joguei em cima do cara dando-lhe um soco na cara. Ele caiu pra trás soltando a arma que foi parar perto do pé do Sam, que ainda estava preso.
-Sam! A arma! - ele a chutou para longe. O brutamonte se lavantou e partiu pra cima de mim, desferindo vários socos em meu rosto. Bati nele fazendo seu nariz sangrar. Ele pôs as mãos em volta de meu pescoço e apertou me deixando sem ar.
- Sam! - falei sem folego. Finalmente se soltando, Sam correu até nós com a cadeira em mãos e quebrou-a nas costas do cara que desmaiou em cima de mim.
-Porra Sammy! Tira ele de cima de mim.
- De nada. - ele falou enquanto me ajudava.
Andei em direção a arma e a peguei. Tá de brincadeira comigo. Me virei com cara de poucos amigos para o Sam.
- Olha isso.
- O que foi?
- É de brinquedo - joguei a arma longe e andei até meu irmão. - você está bem?
- Estou. E você? Está doendo? - ele pôs a mão gentilmente em meu pescoço e deu um selinho.
- Bem também. E na verdade nem estou sentindo. - abracei ele respirando fundo. De repente ouço um barulho atrás de mim. Me viro assustado pronto pra bater em quem vinhece.
Mas eu não estava preparado pra cena que eu via na minha frente. Em forma de V, havia vários caras enormes, e dessa vez com armas de verdade. E bem no centro, como um grande chefe da máfia, nosso pai com um sorriso triunfante

Um mês de perdições Onde histórias criam vida. Descubra agora