- capítulo dois.

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Não revisada.
Boa leitura.

|| jjk

Já se passaram algumas semanas desde que voltamos para essa casa, Jyhio e eu decidimos sair a procura de comida juntos pelo menos uma vez na semana, mas desde que as minhas dores e dificuldade de respirar começaram a aumentar Jyhio tem ido sozinha, hoje foi um desses dias. Minha tosse está seca e também sinto dor torácica pleurítica, dores não tão similares a dor do câncer.

A porta é aberta agilmente e fechada com brutalidade, revelando uma Jyhio ofegante e cansada. Nossos mantimentos estão acabando, já não temos tanta comida como tínhamos quando viviamos na delegacia, além da comida meus remédios acabaram o que pode ajudar a explicar sobre o aumento de dor pulmonar.

- Você está bem? — Jyhio chama a minha atenção ao se aproximar e se sentar ao meu lado, ela abre um dos bolsos de sua mochila, pegando duas caixinhas de remédio. Paxil e Tarceva. —

Minha feição entediada muda ao ver os pequenos comprimidos rosa de paxil dentro da cartela.

- Aonde você conseguiu acha-los? — Sorrio abertamente para Jyhio que sorria orgulhosa de si mesma. —

- Eu parei em uma loja de conveniência e os achei.

- Em uma loja de conveniência? — Ela apenas assente com a cabeça, antes de se levantar.

- Vou preparar algo para você comer.

No estágio inicial a probabilidade de curar o câncer com tratamento cirúrgico, associado ou não com outras terapias, como radioterapia ou quimioterapia pode chegar aos 90%. A doença pulmonar é dividida em quatro estágios - I a IV.
As pessoas no estágio I fazem tratamento adequado de forma rápida, continuam vivas por pelo menos mais cinco anos ou até conseguirem se curar. Quando a pessoa está no estágio II a chance de 90% cai para 60% e depois do II menos de 50% sobrevivem por cinco anos. Eu não tenho a doença a tanto tempo, descobri ela pelo menos um anos antes da doença se espalhar mundialmente dando início ao apocalipse e ao fim da humanidade. Eu estava acostumado a fazer radioterapia e quimioterapia além de frequentar um psicólogo pouquíssimas vezes mas eu fiquei sem esses recursos quando a doença se espalhou. O câncer de traqueia, brônquio e pulmão são os mais letais de todos e eu estou sobrevivendo com essa doença em meio a um apocalipse, sem acompanhamento médico e sem acesso a boa parte dos remédios.

- Tudo bem, só não demora porque estou com fome. — Jyhio apenas sai me deixando com um sorriso simples nos lábios e um dos olhos fechados pela falta de sono, não tenho dormido já faz alguns dias, além da dor ser extremamente forte também tenho insônia, quando consigo dormir e no máximo três horas seguidas o resto da noite eu passo pensando ou só olhando alguns zumbis se rastejando pela areia, consigo vê-los pela janela do quarto aonde eu e Jyhio dormimos, de noite o movimento é mais lento e eles parecem não ficar muito ativos mas continuam perambulando e grunindo a noite inteira, nessa noite eu vi um grupo de pessoas na beira da praia, provavelmente mais um grupo que procurar por novos recursos e mantimentos, mas por incrível que pareça eles não invadiram a casa, só estavam na beira da praia como se tivessem em uma humanidade normal, como se não tivessem preocupações e como se fossem felizes. Ninguém consegue ser feliz com essa vida que leva, digo, vivendo a beira da morte. —

Agora são por volta dás 15:00 e eu e Jyhio estamos sentados no chão da sala enquanto jogamos UNO, ela achou em um dos armários e me implorou para jogar e como não tínhamos mais nada para fazer eu concordei em jogar.

- UNO! — Ela grita apontando o dedo para mim. —

- Já é a terceira vez. — Reviro os olhos ouvindo a risada debochada de Jyhio. — Não é justo, você esta roubando.

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⏰ Última atualização: Jan 04, 2020 ⏰

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Transtorno || jjk + kth (PROJETO CANCELADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora