Confie em mim.

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O vento era um beijo suave em seu rosto, levava os cabelos castanhos para trás com força conforme Mark pedalava. Donghyuck agarrava em sua camiseta, a mochila balançando nas costas, seus chaveiros tilintando uns contra os outros.

Mark não mentiria se dissesse que estava nervoso, as mãos delicadas e tão bonitas de Donghyuck se prendiam a si com tanto afinco que o Lee mais velho podia sentir suas bochechas corarem. Ele preferia por a culpa no vento contra seu rosto que deixava sua cara vermelha. Definitivamente não era porque Donghyuck cheirava tão bem ou o quão fofo ele ficava quando o agarrava daquela maneira. Ok, foco Mark, pensou. Este não era o ponto. Definitivamente não.

Ele gostaria de conversar com Donghyuck durante o trajeto, mas no fim pensava que aquele silêncio gostoso não era desconfortável e sim muito agradável. Descobrira que ficar com Donghyuck era simplesmente bom.

Fez uma curva, sentindo os dedinhos de Donghyuck apertarem sua camisa, a repuxando contra si. Deu um meio sorriso tímido enquanto desacelerava. Donghyuck dissera com as próprias palavras que a casa era de um tom azul e era a quarta da rua. Mark obedeceu as instruções e parou com a bicicleta na frente de uma casa de classe média azul fosca, com um enorme ipê florido no quintal.

Donghyuck desceu, as pernas bambas pelo esforço de se apoiar por tanto tempo. Mark sorriu ao ver o garoto se arrumando, procurando a chave do portão.

"Pronto, entregue." Sinalizou Mark. Donghyuck chacoalhou a cabeça freneticamente, puxando Mark para fora da bicicleta.

"Entre um pouco, suas pernas devem doer." Escreveu, sorrindo, seus olhos se espremendo no processo. Mark pareceu pensar um pouco antes de assentir suavemente. Desceu da bicicleta velha, o banco rangendo no movimento.

O Lee mais novo abriu o portão e fez um gesto para que Mark fosse primeiro e deixasse sua bicicleta apoiada na parede da casa. Fora o que fez. Ele abriu a porta de casa, que fez um barulho como se fosse uma espécie de aviso. Mark concluiu que o sistema deveria ter sido feito de propósito. Em pouco tempo uma mulher de estatura mediana e cabelos castanho escuro apareceu batendo as mãos na calça, tirando o que parecia farinha da pele dos dedos.

"Oi filho." Abraçou o filho e logo observou Mark com um olhar de julgamento. "Quem é esse?"

"Mark Lee." Escreveu seu nome, já que além disso Mark não tinha um sinal próprio.

"Um amigo?" Levantou uma das sobrancelhas. Mark estava ficando zonzo com a comunicação dos dois e resolveu falar algo.

— Er… Oi, meu nome é Mark. – Estendeu uma das mãos, a mulher a apertou firmemente. — É um prazer.

— Você é o que de Donghyuck? – Cuspiu, severa, os olhos duros como pedra.

— Amigo. – Respondeu com confiança. Sim, Donghyuck era seu amigo.

— Por que eu nunca vi você? – Donghyuck cruzou os braços, respirando fundo. Ele parecia chateado com as perguntas da mãe. Afinal ela sinalizava tudo enquanto falava, então ele sabia exatamente o que estava sendo dito.

— Eu sou novo, um estudante transferido. – Explicou.

— Hm. Sou Lee Hyejin, mãe de Donghyuck. – Completou, tentando sorrir. Mark pensava que talvez não tivesse sido uma boa ideia entrar. Afinal, sua mãe parecia tão hostil que ficará com um pé atrás.

"Mãe, não faça isso. Mark realmente é meu amigo. Não estrague isso." Mark não entendeu nem uma parte dos sinais que Donghyuck fizera então deduziu que era algo importante por sua cara.

"Eu não fiz nada, ainda." Comentou.

Donghyuck se virou para Mark.

"Vamos ao meu quarto?" Chamou, sorrindo. Sua mãe apenas observava a cena de tocaia. Ela nunca havia visto aquele garoto, da noite pro dia Donghyuck aparecia com um amigo misterioso? Seu menino costumava lhe contar tudo, mas por algum motivo escondera aquilo dela. E ela sabia que o filho escondia muito mais, e não estava pronto para dizer. Eram suas questões. É claro que sabia do bullying, ela mesma havia ido na escola reclamar tantas vezes que perdera as contas. Mas nunca parecia resolver. Abanou a cabeça afastando aqueles pensamentos para longe, voltando a cozinha para fazer seu bolo.

No Words. [markhyuck]Onde histórias criam vida. Descubra agora