LETTER TO YOU

fifteen

L E E M I N H O

Eu já estava acostumado em ficar sem minha mãe em casa, não era algo que eu queria, porque eu me sentia sozinho na maior parte do tempo. Mas por um lado é bom não ter ela aqui, porque estou livre para fazer qualquer coisa.

Já se passaram dois dias desde aquele almoço que teve na casa do Jisung, e sendo sincero, os meninos estão muito estranhos, inclusive Sana, Chan e Jeongin. Parece que eles estão escondendo alguma coisa e eu sou o único que não sabe de nada, isso me deixa frustrado.

Neste exato momento, estou na escola, mais especificamente na aula de física, ou seja, na aula de Jb. Ele tem sido um cara legal comigo, pelo menos ele não deu em cima de mim até agora e Changbin me contou sobre a conversa que eles tiveram quando eu estava no hospital, ainda quero agradecer a ele por isso. Quando a aula acabou, já sabia que era intervalo. Changbin saiu sem nem me esperar, acho que ele iria conversar com os meninos sobre tal segredo que eu não sei o que é.

Fiquei com a cabeça deitada na mesa, estava com preguiça de sair e com uma leve raiva dos meninos. Ah, sim. O Changbin tinha pedido o Felix em namoro. Agora eles estão de aliança. Bem fofinho, né?

- Minho? - escutei alguém me chamar e vi que se tratava de Jb - Não vai sair para o intervalo?

- Hm, não sei. Parece que os meninos estão de segredinho e eu sou o único que não sabe, isso me deixa triste - digo suspirando

- Então por que não diz isso a eles?

- O quê? Sem chances! Não é por conta que eu to com raiva que eles vão precisar me contar - fechei os olhos e percebi que ele se sentou no lugar de Changbin, ao meu lado.

- Você é bem compreensivo. Deve ser um ótimo amigo - ele diz, e pela sua voz, ele deve estar sorrindo.

- Eu não sei

- Os seus amigos te amam, principalmente o Jisung. Eu vi o jeito que ele te olha. Com um brilho nos olhos, um olhar apaixonado. Eu achei tão fofinho. Por isso quero me desculpar por ter dado em cima de você no início. Me
desculpe - ergo a cabeça e olho para ele. Sim, ele estava sendo sincero.

- Tá tudo bem. E eu queria agradecer. O Changbin disse que você queria me ajudar por conta da minha mãe, então obrigado - sorri alegre

- Falando nela, como está a relação de vocês?

- Ela acabou saindo do país, estou sozinho em casa agora, é até bom

- Isso é maravilhoso - ele sorri - Agora preciso ir, vê se sai um pouco, para respirar
um ar fresco.

- Ok, muito obrigado - ele acena e sai.

Como não queria atrapalhar os meninos. Pego meu caderno e um lápis e vou em direção à biblioteca. Tinha pouca gente lá, o que me deixava mais tranquilo. Sento em uma mesa sem ninguém e começo a escrever uma carta.

Sim, era para Jisung.

Eu não sabia quando eu iria entregar, mas não canso de fazer coisas fofinhas para ele. Jisung se tornou alguém super importante para mim. Já perdi as contas das vezes que ele me ajudou, de quantos beijos já demos, de quantos abraços, de quantos eu te amo já dissemos um para o outro. E nada era mais bonito do que a reciprocidade. Eu sabia que tudo aquilo era recíproco. O que me deixava mais bobinho ainda.

Jisung era simplesmente tudo para mim. Ele era o meu mundo. Fazia tanto tempo que eu gostava dele, que não dava para acreditar quando ele tinha me mandado a carta dizendo que era recíproco.

E foi com esses pensamentos que terminei a carta. Fechei o caderno e olhei o relógio da biblioteca. Faltavam quinze minutos para tocar. Andei de volta para a sala e acabei encontrando Changbin e Jisung no corredor.

- Oi, amor - ele me deposita um selinho em meus lábios.

- Por que não foi se sentar com a gente? - Changbin pergunta.

- Eu tinha que terminar um exercício - menti, não iria dizer o verdadeiro motivo.

- Ah, entendi.

- Minho, você quer sair comigo hoje? Pelas três da tarde? - Jisung pergunta e eu não estava preparado para essa bomba.

Jisung era uma caixinha de surpresas. Toda hora me dando um tiro diferente.

- Eu quero sim - digo animado.

- Ótimo. Perto das três eu vou te buscar na sua casa, ok? - assinto - Agora eu preciso ir. Eu te amo demais. Boa aula.

- Eu também te amo demais - disse e dei um beijinho nele. Acenei e ele foi em direção a sua sala.

- Quanta açúcar, meu pai - Changbin reclama e vai em direção a sala.

- Você é assim com o Felix e eu nem reclamo! - grito e o mesmo estira um dedo pra mim.

Suspiro que nem bobo apaixonado e já estava preparado para seguir o mesmo caminho que Changbin, mas escuto o Jb me chamar.

- Você estava com cara de bobo apaixonado. O Jisung te chamou para um encontro? - pergunta malicioso

- Sim! Eu estou tão animado! - ele ri

- Se divirtam lá e usem camisinha - arregalo os olhos e dou um tapa no braço dele - To brincando.

- Não sei se estou preparado para esse tipo de coisa ainda, entende? - ele assente - Bom, vou voltar para minha sala.

- Bom encontro, Minho!

- Obrigado - me despedi e segui o caminho em direção a minha sala.

Não estava prestando muita atenção nas últimas aulas, eu estava pensando mais no encontro que iria ter com o amor da minha vida. Eu to sentindo que algo vai acontecer lá.