Cap - 5

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Inês narrando:

Desde que o pai da Ainê morreu, eu virei aquela mãe super protetora, me preocupo demais com ela

Ontem quando ela disse que ia pro baile funk eu fiquei com meu coração na mão, igual toda mãe fica

Não conseguia nem dormir, esperando ela voltar pra casa, mas o problema é que ela não voltou

Fiquei a noite inteira vigiando o portão e nada dela voltar, eu já estava ficando angustiada

Já era 5h da manhã do dia seguinte e nada dela voltar, o telefone dela, ninguém atendia, peguei e liguei pra Tainy

Ligação: Tainy

-Tainy: alô ?

-Tainy cadê minha filha ?

-Tainy: eu...eu não sei tia, ela não tá em casa ?

-Você é uma irresponsável Tainy, chama minha filha pra ir no baile e larga ela sozinha, tem vergonha na cara não, até agora ela não voltou, se ela voltar com um arranhão Tainy eu te arrebento

-Tainy: eu vou achar ela tia, me desculpa

-Você perdeu totalmente a minha confiança, isso que dá se envolver com bandido

-Tainy: não é nada disso tia eu só...

-Só o cacete, você deixou minha filha sozinha num BAILE FUNK, pra com certeza ir atrás de bandido, te conheço e não é de hoje, que desgosto Tainy

-Tainy: me desculpa eu - começou a
chorar

-Para de chorar e vai achar minha filha, anda garota

Fim de ligação

Ainê meu amor, aonde você se meteu...

Carioca narrando:

Tava na cama, com as gatas e NJ do lado, quando meu rádio começa a tocar, atendi no ódio por alguém me acordar tão cedo

Rádio:

-Coé carioca, cola aqui no beco 9

-O que aconteceu ?

-Tem uma menina aqui pô, toda arrebentada, parece que alguém maltratou a mina tá ligado

-To indo pra aí, não deixa ninguém perto não, já to descendo

-Beleza, valeu

Off

Peguei minhas roupas, vesti e desci de moto até o local

Reconheci a menina, era a que me chamou atenção no baile ontem, ela literalmente estava acabada, como que alguém tem coragem de fazer isso com ela

Cheguei perto e ela se assustou, fui com calma, ela estava bastante assustada

-Carioca: meu nome é Carioca, não precisa ter medo eu quero te ajudar

Ela não respondia

Peguei ela no colo, no estilo noiva

-Carioca: NJ pega o carro, ela precisa ir pro postinho urgente, qual é seu nome

-xxx: Ainê - disse baixinho

-Carioca: você vai ficar bem tá ?

Ela só chorava, silenciosamente, eu via as lágrimas descendo, mas eu acho que a dor interna era pior que a externa

-NJ: mó vacilo com mina né

-Carioca: Eu vou descobrir quem fez isso

Levamos ela de carro até o posto, pedimos uma maca e os médicos levaram ela pra dentro

-Carioca: ela tem parentes

-NJ: vou perguntar a Gerson, ela é amiga da mina que ele tava ontem

-Carioca: faz isso

Não demorou muita pra a mãe dela chegar desesperada atrás da filha, explicamos o que sabíamos e que ela ainda não podia entrar

-Inês: é a minha boneca, ela nunca se envolveu com isso, nunca, faz curso fora do morro, trabalha numa loja, aí a amiga dela da essa ideia, ela toda inocente vai e acontece isso

Eu só a abracei a senhora, imagino a dor que ela está sentindo

-Médica: parentes de Ainê Noel ?

-Ines: aqui

-Médica: olha, desde que ela chegou é nítido que foi sofreu abuso sexual, nós coletamos todos os preventivos, caso queiram fazer uma denúncia

-Inês: mas ela ta bem ?

-Médica: sim, ela sofreu algumas lesões, mas graças a Deus nos exames não deram nada, agora conseguimos fazer com que a mesma dormisse

-Inês: quando ela pode ir pra casa ?

-Médica: acredito que hoje a noite ou amanhã de amanhã

Eu nem prestei muita atenção, só na beleza dessa ruiva linda

-NJ: com licença, ela já disse quem fez isso com ela ? Ou se ela lembra mais ou menos dos traços de como era o homem ?

-Médica: ela não disse nada ainda, mas quando ela acordar vocês podem perguntar a ela

-Inês: obrigada doutora

Se for um do Vapores, ah mais eles vão ver a morte cedo cedo

Tinha que ir pro serviço, fins os corres que eram necessários, cobrei quem tava devendo, depôs voltei pro hospital, encontrei NJ no caminho e fomos juntos

-NJ: vapo sumiu hoje né ?

-Carioca: deve ser a consciência pensado

Entramos no hospital e fomos procurar por ela, quem manda aqui é a gente, ninguém barra não

Encontramos no quarto 17, ela estava conversando com a mãe, parecia estar melhor, a mãe alisava seus cabelos, ela com uma carinha triste

Batemos na porta e elas mandaram entrar

-Carioca: como vc tá ?

-Ainê: melhorando

Tinha vários roxos nos seus braços e pernas

-Ainê: Tainy não falou nada Mae ?

-Inês: eu nem quero que fale, agora sem responsabilidade

-NJ: a gente pode falar em particular com você Ainê

-Inês: mamãe vai buscar café tá ?

A dona saiu, deixando só a gente com a filha dos olhos verdes hipnotizantes

-NJ: a gente queria te perguntar se..

-Carioca: se você lembra do rosto, ou até do nome da pessoa que fez isso com vc

-Ainê: ele se apresentou como PH

Não era um vapor, era o próprio dono do morro...

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