Cap - 10

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Ainê narrando:

Sabe quando você não tem reação, quando parece que você não ouve nada mas mesmo assim ouviu e não quer acreditar na realidade, parece mais pesadelo

Todos olhavam pra mim, esperando uma mínima reação minha, mas eu não queria estar ali, nem sentindo nada daquilo, então eu só fechei os olhos e tentei assimilar tudo que estava acontecendo

Eu estou G R A V I D A do homem que me estuprou, isso pra mim é o fim do mundo, seria muito pedir pra Deus me levar ? Eu não quero esse filho, não quero

Pra mim já deu sabe, meu futuro tava decidido, com meu curso, agora, teve um pedra no meio do caminho que vai atrapalhar tudo

Ainda mais pq eu serei sozinha sozinha, e não quero que ele tenha contato nenhum comigo, eu não vou abortar, sempre fui contra, mas é a única coisa que me vem na cabeça no momento

-Inês: filha, eu to aqui com você, pro que você precisar

-Iasmin: a gente tbm amiga

-Ainê: essa conversa não sai daqui, estão me ouvindo eu não quero que aquele ogro fique sabendo de nada

Todos ficaram em silêncio

-Ainê: eu to falando sério, se ele souber, eu paro de falar com todo mundo

-Inês: relaxa filha ninguém vai falar

-Ainê: eu não quero morrer, mas do que já morri por dentro, doutor quando eu saio daqui ?

-Médico: já tá liberada

-Ainê: me tirem daqui logo

Iasmin me deu um beijo na testa e começou a tirar as agulhas de mim

-Tainy: Ainê posso falar com você

-Ainê: fala

-Tainy: eu sinto muito, isso é tudo culpa minha

-Ainê: não é, consequências da vida

-Tainy: eu me sinto muito culpada, desculpa por tudo que tá acontecendo

-Ainê: já disse que não é culpa sua

Então ela se pôs a chorar

-Ainê: menos Tainy, depois a gente conversa melhor

Terminei, o médico assinou minha falta e saímos, tinha um carro nos esperamos e eu não falei nada no caminho de casa

Iasmin teve que ir pra casa. Trocar de roupa, Tainy ficou no meio do caminho tbm, fui eu, minha mãe e os meninos pra casa

-Inês: vou preparar sua comida

NJ foi com minha mãe, me deixando a sós com carioca

-Carioca: não acho certo o que você está fazendo, mas irei respeitar sua opinião

-Ainê: o que eu estou fazendo ?

-Carioca: de não contar a PH que ele vai ser pai

-Ainê: você quer que meu filho saiba que ele é um estuprador ?

-Carioca: já está aceitando melhor né, já está chamando de meu

-Ainê: essa criança, tanto faz, qual seu problema carioca ?

-Carioca: nenhum pô, só não acho certo

-Ainê: show

-NJ: pô nega, tenho que ir, me ronda é hoje, fica bem

-Carioca: Eu vou tbm

-NJ: fica com ela

-Carioca: vai da não, depois eu volto aí

-Ainê: beleza

Eles foram embora e eu to morrendo de medo do carioca contar a ele e se ele contar eu mato ele de verdade

Eu fui dormir, mas acordei de madrugada com vontade de tomar sorvete de paçoca. Sei que a sorveteria aqui do morro fica aberta até tarde

Troquei de roupa, coloquei um conjunto moletom, vinho, e meu chinelo mesmo, não é muito longe

Prefiro não acordar minha mãe, tbm não irei demorar, sai, na rua não parecia ter quase ninguém, como não é dia de baile, mas perto da quadra tinha um povo jogando e tinha movimento

Comprei meu picolé, tava voltando pra casa quando eu vejo um grupo de "piranhas" vindo na minha direção, tento passar direito, mas uma delas segura meu braço

-Ainê: me solta - isso só fez ela me apertar mais

-XXX: CHEFINHA CORRE AQUI

eu não fazia ideia de quem eram elas

-XXX: Mexeu com o homem errado

-Ainê: eu não mexi com o homem de ninguém

-XXX: as fofocas correm rápido no morro nega

-Ainê: eu não estou entendendo

-XXX: tá fazendo a Sonsa, respeita hein

-Fernanda: ora, ora, ora a menina que mexeu com meu marido, como ousa passar perto da gente, tem vergonha na cara não ? Piranha

-Aine: eu não fiz nada

-Fernanda: faz a Karen comigo não amada, eu vou acabar com você

Ela veio pra cima de mim e as meninas me soltaram, eu automaticamente cai no chão com ela em cima de mim

-Fernanda: quem mandou você se envolver com homem casado

-XXX: acaba com ela

-Fernanda: tem uma regra, quem pega homem casado fica careca

Eu estava muito assustada

-Fernanda: Karoline manda orelha pegar a máquina de barbear

Não, isso não

-Aine: para por favor

-Fernanda: agora você pede pra parar né, na hora tava bom

Tava horrível na hora

-Fernanda: eu sou a dona dessa porra toda

E ela não parava de me bater, puxar meu cabelo

-Fernanda: eu nunca te vi aqui no morro, é novata né, pra não saber a regras

Eu nunca quis saber

-XXX: ela tá merecendo mesmo uma coça

-XXX: careca tá chegando

Meu cabelo, eu fui estuprada e ainda mereço isso

-Fernanda: vai ficar carequinha, nada que uma prancha não resolva

-XXX: fiquei sabendo que ela ainda troca mensagens com ele

-Fernanda: é o que sua piranha

Ela começou a me bater muito, eu só conseguia proteger minha barriga, ou ao menos tentava...

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