A última criança que eu batizei.

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22º Domingo do Tempo Comum

dois de setembro de dois mil e dezoito

Ritos Iniciais

Descobri-me desperto, de fato, depois dos 30 anos. Infelizmente. Eu repousava em um café naquela noite. Era meu aniversário de três décadas, sendo que em uma delas, eu passei mais trancafiado que de costume. Naquela noite, eu repousava a minha silhueta almática no café que me suga as energias ruins e faz meu corpo ceder aos encantos dessa droga lícita que deve matar mais que maconha. Mas isso eu não fumo, aqui não permitem, e nem lá em casa permitiam. Celavam-me dentro de quartos na mente, e a ela não era permitido se expandir. O café não expande tanto, não é alucinógena em pouca quantidade, e em grandes quantidades, causa mais desconhecimento corporal que a cocaína. Mas isso também nunca cheirei. Sei que essa é pra cheirar, pois descobri que banheiro é igual em todo canto, sempre há espaço e condições para uma carreirinha ou uma rapidinha. Quisera eu que algumas celebrações fossem como rapidinhas, por motivos óbvios.

"aqui não posso nem ao menos fumar um cigarro, e é lícito" preciso repetir a mim mesmo. Repito e repito enquanto meus pés seguem em uma fila de pessoas empacotadas de branco e ensapatadas com o melhor que os pais podem pagar, eu não me importo, mas tem gente por aqui que não faz nada além de analisar o vestuário alheio. "aqui não posso nem ao menos fumar um cigarro, mas está bem, quando na praça chegar poderá fumar." Sim, repugno-me e consolo-me, pois Deus não me deu várias faces à toa. E tenho certeza de que Ele perdoa o consumo de drogas para amenizar a mente e relaxar o corpo. Não pode fazer nada de mau aos próximos, amai-vos, disse Ele, mesmo que distantes. O próximo nem sempre está próximo. E agora é hora de começar a missa e eu não estou próximo deles. Só meu corpo automatizado prevalece.

Sejam bem-vindos irmãos e irmãs para mais uma celebração da comunhão do corpo e sangue de Cris (cofcof) Cristo.

~ passou a noite fumando e agora tosse na frente do povo, e ainda quer ter razão, ele não merece o amor de Deus ~

O corpo e o sangue estão entre os pensamentos mais requisitados, e as fumaças também, não nego, e meus ouvidos correm por todos os lados, sei que esses coroinhas estão falando de mim, e só por um deslize, que eu nem considero deslize. Deslize é o que faz o corpo quando em cima de outro corpo em movimentos que permitem o maior contato divino e nos é dito que não podemos. Merda.

Que foi isso?

Ainda bem que não tava com o microfone ligado

Hahahaa, mas aposto que algumas beatas ouviram

(hoje ele está disperso, não deve ter dormido tão bem, que Deus cuide dele – broto de um pensamento de proteção da mais atenta beata)

Puta merda! Estou meio sem foco, confesso. Preciso sair daqui, mas não posso ainda. Foi-me ensinado a ter palavra, não por Deus, pois não sei se Ele cumpre o que promete, ainda não recebi a maiorias das bênçãos que pedi, nenhuma oração foi atendida de imediato. "mas Deus age certo em momentos incertos e Ele sabe o tempo de tudo".

Pensando assim, Ele deve saber que meu tempo aqui está acabando e que toda essa nave não me verá mais no púlpito a dilacerar o ar condicionado ao frio interno e externo. Preciso reconstruir o meu frio para que eu não morra dentro dele. Mas nenhuma palavra me diz o que preciso fazer para me encontrar em felicidade comigo mesmo, tudo depende daquele que tudo sabe e nada faz.