09- Abrindo meu coração

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POV Dra. Lauren Jauregui

- E o que te faz pensar que eu preciso de ajuda? - Ela diz e sai irritada da sala.

Fico sem reação e olho pra a a equipe. Me viro saindo de lá. Eu só queria ajudar. Penso me sentando na minha mesa. Pego minha leitura atual. As ideias de Freud. Vai ser bom para me distrair.

Depois de exatamente 5 minutos e 48 segundos. Alguém para o meu lado, como sei que é Iglesias não perco meu tempo olhando.

- Podemos conversar? - Eu conheco aquela voz. Nunca esqueceria, nem se eu quisesse.

Levantei minha cabeça e me deparei com uma Camila cabisbaixa e de olhos vermelhos e inchados, a minha frente. Concordei com a cabeça e ela saiu andando. Eu apenas a segui.

Chegamos em um Starbucks e nos sentamos no fundo da cafeteria.

- Então... - Ela diz depois de dar um gole no seu cappuccino. - Me desculpe por hoje. Eu não estava muito bem e você me perguntando aquelas coisas eu fiquei meio irritada...

- Tudo bem Camila. - Digo a interrompendo. - Sei como você se sente.

- Como? Você é tão adorável. Impossível você ter se sentido assim alguma vez na vida.

Suspirei e olhei a garota a minha frente, concentrada no seu copo envergonhada. Ela parece tão frágil. Mas me passa confiança. Por quê não?

- Sabe Camila, - Digo e coço a garganta. Ela volta a me olhar. - quatro anos atrás eu perdi uma pessoa muito importante para mim. Lhe tiraram a vida na minha frente e eu não pude fazer nada. Cada vez que a Iglesias vinha querendo me ajudar eu simplismente não queria acreditar no que ela dizia. Ela dizia para mim esquecer, mas eu não quero esquecer. Não mesmo! E olha, - olho nos seus olhos agora brilhando pelas lágrimas ainda não derramadas. Crio coragem e pego sua mão e a aperto, ela retribui o aperto. - sei que pode parecer difícil, mas uma hora você terá que falar. Guardar tudo para si não vai ajudar, só irá piorar a sua dor. E eu estou aqui Camila. Não só como sua colega de trabalho, ou psicóloga, mas como uma amiga. Você pode contar comigo para tudo.

Só percebo que estou chorando quando sinto os dedos delicados de Camila no meu rosto, fecho os olhos e sinto ela deixar um leve beijo onde a lágrima caiu. Sorrio e então ela se afasta e eu abro os olhos.

- Qual era o nome dela? - Ela pergunta calmamente.

- Keana, Keana Marie.

- Eu sinto muito Lauren. - Ela volta a segurar minha mão. - Não consigo imaginar a sua dor.

- Tudo bem. Hoje dói menos. - Abaixo a cabeça e encaro nossas mãos entrelaçadas. Sinto meu rosto em chamas, tenho certeza de que estou vermelha.

- Quando eu tinha 8 anos meu pai faleceu, - começou olhando para nossas mãos juntas. - foi um momento muito difícil para mim, que era a mais apegada a ele. A partir dai comecei a ir mau na escola e tirar notas muito baixas. - As lágrimas já rolavam em seu rosto enquanto me olhava abatida. - Completei 14 anos e tudo piorou, eu era muito magra e diferente das outras garotas da minha idade. Todas elas já tinham namorados ou umas paqueras, sabe? Ninguém reparava em mim. Eu era magra, desengonçada, estranha. - Apertei sua mão tentando passar conforto a ela. Sim, eu a entendo perfeitamente. - As líder baixo. Então eu recorri a auto-mutilação, me sentia sufocada e não sabia o que fazer; eu não tinha amigos, mau falava com minha mãe, muito menos com minha irmã. Esse era o único jeito de me aliviar. - Camila suspira e me olha. Ela segura minha outra mão. - Lauren, eu estou aqui te falando isso, abrindo meu coração para você por que... talvez, só talvez, eu precise de ajuda.

Arrastei minha cadeira para seu lado e a abracei, ela logo o retribuio. Esperei até que ela derramasse rodas as suas lágrimas. Eu a entendia perfeitamente, sei do que ela precisa. Ela precisa de ajuda, e eu serei essa ajuda.

A secretaria do FBI(Lauren G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora