O primeiro ataque

9 1 0
                                    

Fiquei o encarando por um tempo pensando no que os outros provavelmente fariam com está situação. Ajudar ou não? Aquele individuo não parecia mentir a nenhum momento, mas, ele estava armado e ameaçou-nos antes então claro que ninguém teria confiança nele ou algo do tipo. Quando íamos nos pronunciar um estrondoso som machucou nossos tímpanos ao mesmo tempo que éramos levados ao chão, era desesperador e difícil de voltar ao normal. Uma névoa de poeira veio em nossa direção. Me lembro de antes de apagar olhar para os corpos do meu lado deitados parecendo bonecos de tão estáticos e sentir um líquido quente e viscoso escorrendo da minha orelha. Sangue.

Depois de muito tempo começo a acordar meio desnorteada. Me sento e começo a encarar a minha volta, estava tudo silencioso porém todos acordados. Havia muita poeira em volta e pedaços de metal perto de nós, o pensamento de termos sido atacados veio a tona em todos e atingiu até os mais fortes. Todos estavam com medo e com vontade de sair correndo mas estávamos estáticos ainda nos encarando. Eu estava completamente perdida, abalada, sem... rumo? A saudade de antes disso acontecer, de tudo isso acontecer, a imagem de sentar a mesa com meus pais sempre sorrindo e perguntando sobre o dia do outro. Meu pai com histórias animadoras sobre seu trabalho, mamãe me ensinando como a jogar jogos de luta no videogame, meus amigos saindo depois das aulas para um sorvete e uma competição de dança. Tudo havia se perdido. Lágrimas começaram a se acumular em meus olhos, alguém se pronunciou algo como levantarmos e irmos para o local mais rápido possível.
Todos nós obedecemos ainda acuados.

Depois de muito tempo andando, paramos em uma espécie de cubículo que mal cabia uma pessoa. Não entendia direito até a mão de alguém ser escaneada e a porta que aparentava ser de algum metal extremamente pesado e maciço como uma bola de bilhar, se abriu. Fomos entrando um por um até a porta automaticamente se fechar e luzes se acenderem, andaram por todo o lugar que era relativamente grande e comportaria-nos por um longo tempo, talvez uns 6-7 meses dependendo de suprimentos alimentícios. Apenas deitei em um canto mais excluído e fechei os olhos esperando esse pesadelo acabar e acabei adormecendo.
Acordei e todos estavam em uma roda uns dois a três metros do meu corpo dolorido jogado no chão com uma manta por cima. Me levanto abraçada com a manta e caminho até a roda de adolescentes prematuros fugindo do fim do mundo. A cena era linda, mesmo com todo esse problema parecia que o tempo tinha parado para aquela cena, todos estavam sentados no chão jogando Batata Quente como crianças. Rindo muito pelo que parecia, só conseguia escutar chiados e aquele bendito "piiiii" e uma enorme dor de cabeça. Eles me viram, abriram um belo sorriso -que mesmo no pior momento nunca vou esquecer - e um espaço que foi onde sentei. O desespero começou a bater quando eles falavam e eu não conseguia ouvi-los.

*Autora on*
A feição de desespero da garota começou a transparecer e lagrimas começaram a cair de seu rosto. Ninguém ali estava entendendo alguma coisa, só conseguiam prestar atenção nas rápidas lagrimas que escorriam na bochecha da garota e os dedos sendo levados aos próprios ouvidos como um reflexo. Nada de ruim havia realmente acontecido, o tímpano da garota havia apenas sido "magoado" e uma pequena veia tinha se rompido. Não era algo tão ruim que não poderia ser curado com o tempo mas sim teria uma dor realmente ruim.

Após um tempo com ela se desesperando e as pessoas em volta a julgando por estar fazendo um escarcéu por nada ela percebeu a aversão deles sobre ela e foi apenas num tipo de banheiro que tinha por ali para poder limpar o sangue que parecia seco em seu ouvido. Ela parou e encarou seu rosto encharcado com lagrimas salgadas que já haviam cessado e seu -não pleno- estado que estava, limpou seu rosto e seus ouvidos e simplesmente saiu do banheiro e fora procurar algo para fazer. O grupo que antes estava no chão reunido já havia se dissipado e cada um estava em um canto comendo ou conversando. Ela voltou para onde estava dormindo a um tempo atrás e o garoto que tinham conhecido estava ali, sentado coberto com uma outra manta e mexendo em um tablet. PERA, UM TABLET???? Sentei ao lado dele como quem não quisesse nada e o observei mexendo naquele aparelho. Vi algo como um mapa e vários pontos coloridos espalhados nele e coisas do tipo. Logo que me viu desligou o tablet e sorriu para mim, sorriso bonito porém não convincente. Algo nele estava estranho e eu tinha que saber, além de estar escondendo coisas parecia haver algo de MUITO ERRADO.

________________________________________________

Ai ai pudins, socorro viu kkkkk. Eu sempre desisto e volto né? Desculpa kkkkkkkkk

The New WarOnde histórias criam vida. Descubra agora