O Príncipe e a Raposa (versão conto)

Último

Uma semana se passou até que Cristian finalmente teve tempo para ir até a floresta tirar suas dúvidas. Era tarde quando chegou na clareira a qual encontrava Ayla, a raposa. Ela já estava lá como se o esperasse aparecer, correndo em sua direção quando o viu, então sentando em sua frente o olhando. Ele então encarou aqueles olhos penetrantes tendo certeza de suas suspeitas e então dizendo a raposa para que ela voltasse a forma humana pois o mesmo gostaria de perguntar algumas coisas para ela. Ayla então saiu da clareira e foi para o meio da floresta, minutos se passaram até que a mesma moça do baile aparecesse, dessa vez com uma faixa branca em seu peito e utilizando um tipo de saia que ia até sua panturrilha, com cortes laterias nas pernas para melhor locomoção, possuia também adornos nos tornozelos e braços, seus cabelos trançados presos com peças de metal.

Christian não conseguia acreditar, ela estava mais bonita que na noite do baile, após sua pequena distração se concentrou no que fazia ali, pediu uma explicação do porquê ela havia mantido segredo durante os anos que se conheceram, para do nada aparecer no baile. Ayla então o contou tudo, que era proibido se mostrarem por conta do massacre de híbridos, pois eles ainda tinham medo de serem entregues e mortos pelo Rei, ela pergutou se ele não se lembrava das histórias nas quais até mesmo híbridos nobres tiveram que fugir pois eram acusados seriamente, mesmo sendo inocentes. Eles passaram a tarde esclarecendo tudo. Ela também contou que seu verdadeiro nome era Elora, quando estava anoitecendo eles escutaram uma voz mais grave a chamando para irem, o príncipe pergutou quem a chamava, ela o respondeu dizendo ser Ulf, seu melhor amigo.

Ulf começou a ficar impaciente então aparecendo na clareira, ele usava apenas uma calça que ia até a panturrilha, de tecido leve e adornos nos braços e tornozelos, com o tronco desnudo e seu cabelo um pouco bagunçado com uma mecha mais longa descendo em trança.
Christian encarou Ulf com nada mais do que surpresa e felicidade em seus olhos, ele reconheceria aquele rosto e aqueles olhos em qualquer situação, agora ele tinha o rosto mais definido e mais músculos  aparentes. Era Jake, seu melhor amigo e primeiro amor, o qual pensava estar morto. Lembrava de ter passado vários dias em seu quarto, sem comer, sem sair, acreditando que o havia perdido.

Jake estava na sua frente, ele parecia querer ficar ali também para conversarem, comtudo tinha que ir, caçadores se aproximavam junto de seus cães de caça. Ulf e Elora então partiram deixando o príncipe na clareira sabendo que os cães não o atacariam.

No dia seguinte Christian se encontrava confuso, a conversa com Elora e ter visto Jake ou Ulf, ele pensava sobre tudo e até mesmo duvidava daqueles que moravam consigo no palácio, afinal mentiram para si. Diziam que houvera um atentado contra o antigo Rei e que era culpa dos híbridos quando a verdade era que a Rainha havia traído o Rei. Ela estava com um híbrido que era empregado do palácio. O rei ficou possesso e delirante, decretou uma caçada os híbridos, muitos morreram, crianças, mulheres e homens. E aqueles que conseguiram se esconder, nos tempos que passaram, não se transformaram mais, nem mesmo quando estavam sozinhos, tinham medo de que a qualquer momento alguém os visse e denuncia-se. Os que fugiram acharam abrigo na floresta que com o tempo ganhou fama de amaldiçoada, como os moradores das vilas a chamavam.

Christian lembrava de amar ver as orelhas e cauda de lobo de Jake quando eram crianças, quando tinham certeza de estarem sozinhos, os tons cinzas do pelo dele eram lindos e pareciam a mais pura prata. O príncipe sabia que muitas pessoas não possuiam nada contra os híbridos, mas tinham medo de serem condenados caso ajudassem.

Ele sabia que possuía responsabilidades a cumprir, a coroação seria após a morte de seu pai apenas, porém o casamento seria antes, ele teria que dar um jeito do casamento atrasar, o problema era que sua noiva estava sempre cuidando de preparativos para que nada saísse errado e acabasse por justamente ter o evento atrasado.

Katherina estava ansiosa pois finalmente casaria com o homem que ama e subiria ao trono, sem ter um certo empecilho entre eles graças aos seus planos junto de sua mãe há 10 anos, enquanto isso Ulf estava nervoso  fazia 8 anos que não via Chris, pois tinha parado de vigiá-lo.

Ulf não sabia que era com ele que Elora dizia ter feito amizade, ele não ia na clareira tanto quanto ela. Elora havia sido a primeira que falou consigo quando chegou na floresta, mesmo ela sendo a filha de um dos líderes que os protegiam ela não agia como se fosse importante de certo modo, então se aproximou e logo se tornaram amigos.

Ele ainda não havia esquecido de Chris, era apaixonado pelo mais novo, porém em sua cabeça havia sempre a ideia de que nunca mais o veria, por isso e Elora eram melhores amigos, porém 4 anos antes decidiram tentar, e até o momento eles estavam juntos, mas nunca deixaram de se referir um ao outro com o melhores amigos, afinal não era nada oficial, mesmo que todos já  desconfiassem dos sorrisos e olhares que trocavam.

No reino o casamento ainda era preparado e o Rei havia piorado na última semana. Não tinham mais tanto tempo. Christian ia para a clareira pedir ajuda para Elora, conselhos do que ele poderia fazer, não queria se casar com Katherina, ela era uma boa moça, mas ele não a amava e sentia que ela o escondia algo sempre que o assunto do irmão dela vinha a tona. Sempre que pergutava a amiga o que fazer ela simplesmente o dizia para ele pensar no que ele queria e se fosse certo fazer da maneira que ele queria, nunca tentando influenciar o jovem amigo.

O dia do casamento havia chegado, sua coroação seria após o casamento, ele sabia o que deveria fazer e não foi uma decisão fácil, mas após a morte do Rei e ele lhe contar o que havia acontecido realmente com a mãe dele no último ataque onde inocentes foram acusados e mortos ele tomou sua decisão. Não poderia deixar aquela que armou para seus pais e para o próprio irmão subir ao trono.

Então ao entrar no salão do casamento, a cerimônia ocorria normalmente e na hora de dizer os votos ele disse não, e que renunciava ao trono, o deixando para seu irmão, além de contar que sua noiva era a culpada pela morte daqueles inocentes, além das mentiras que ela e a mãe dela haviam contado para todos.
Após toda a confusão ser provada e resolvida todos foram embora do salão do palácio onde ocorreria a coroação do irmão mais novo de Christian.

O primeiro decreto do novo Rei era de que os híbridos que quisessem voltar a morar no reino eram bem vindos e que estava proibida a caça dos mesmos, o que o fizessem seriam condenados a morte. Cristian sabia que ele seria muito perseguido por aqueles que ganhavam a vida na caça pois muitos reinos vizinhos pagavam por híbridos escravos, além da família de sua ex-noiva também o querer morto. Sendo assim ele fugiu para a clareira ao fim da coroação.

Chegando na clareira viu Ulf e Elora, quando o notaram ali na entrada da clareira a alguns metros, eles se separaram permanecendo de mãos dadas e trajavam as mesmas roupas de quando os viu pela 1ª vez em forma humana naquele mesmo llugar. Elora então se aproximou dele sorrindo e estendendo sua mão.

Christian foi embora com eles para morar na floresta dos híbridos, todos o receberam muito bem. Poucos foram os híbridos que haviam voltado a morar no reino pois ainda havia receio. Os que ficaram ensinaram Cristian a como viver ali e foi onde ele passaria seus anos vivendo ao lado de Ulf e Elora. Sendo batizado com um novo nome, agora ele era Knut.