Capítulo 8

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Draco estava sentado em um banco da praça em frente a biblioteca da Trinity College, em Dublin, apesar do clima frio o sol pinicava confortavelmente sua pele. Scorpius corria pela grama junto de sua fiel Husky, a Horcrux.

Scorpius havia ganhado a cadela em seu aniversário de dois anos e os dois se tornaram inseparáveis. O nome foi ideia de Pansy, que havia acabado de ler uma saga bruxa e achava que o nome combinava com o animal.

Horcrux era extremamente cuidadosa quando estava ao lado de seu pequeno dono, zelava por sua segurança afastando qualquer pessoa que lhe fosse desconhecida.

Por não querer ver seu filho com saudade da cadela enquanto viajavam para Irlanda, Draco decidiu que seria divertido leva-la junto. Já haviam passado por diversos pontos turísticos do país e Dublin era sua última parada antes de voltarem para os Estados Unidos.

Voltando sua atenção para a criança que corria pelo gramado sendo seguido de perto por uma cadela branca enorme, Draco sentiu seu peito se encher de uma emoção única, que ele chamava de "efeito Scorpius", sempre que via seu filho feliz se sentia recompensado por tudo que passou.

Perdeu seu primeiro amor quando tinha apenas 20 anos, mudou de país, construiu sua própria empresa, casou-se com uma mulher maravilhosa e teve que perdê-la para ganhar seu maior presente. Scorpius. Hoje, com 33 anos, sentia que sua vida estava completa.

Havia se habituado a viver sozinho, sem qualquer presença feminina e de certo modo isso sempre lhe pareceu o correto. As poucas vezes em que havia saído com os amigos, a noite parecia não ter fim, sua única vontade era voltar para seu apartamento, colocar em algum desenho e dormir com Scor em seus braços.

Em meio sua divagação não notou quando Scorpius caiu, ralando o joelho, o choro agudo o despertou, e toda sua atenção foi para a criança que recebia auxílio de uma estranha.

Draco se aproximava da cena com os olhos estreitos. Horcrux olhava desconfiada para a mulher que fazia carinho nos cabelos loiros, na clara intenção de acalma-lo.

Conforme se aproximava, Draco pode sentir um perfume floral muito sutil exalando da mulher, que tinha os cabelos castanhos ondulados na altura dos ombros. Junto ao perfume floral ele pode sentir um leve aroma de livros velhos e poeira, aroma esse que o fez arregalar os olhos e apressar seus passos.

– Como é seu nome pequeno? – A voz, Draco conhecia essa voz macia e levemente rouca.

Fungando, a criança respondeu baixinho, enquanto fazia carinho na cabeça da cadela, que havia deitado em seu colo, ainda com os olhos na estranha.

– Que nome lindo. Você veio com alguém?

– Com meu pai....

– E onde ele está?

Apontando sobre o ombro da mulher, Scorpius encarou seu pai, que tinha os olhos arregalados em choque enquanto fitava ela se levantar e virar em sua direção.

Os olhos castanhos pareciam cansados e não tinham o mesmo brilho de 14 anos atrás. Surpresa, entendimento e então carinho, foram as emoções que Draco pode identificar no rosto a sua frente.

– Olá Draco. – Ela sorriu. E com apenas esse gesto o mundo parou ao redor de Malfoy.

– Como...?

O sorriso nos lábios femininos diminuiu até sumir completamente e o leve franzir de sobrancelhas mostrava que não era isso que ela esperava.

– Eu preciso ir. – Se virou novamente para a criança que encarava a cena em completo silencio. – Tome mais cuidado quando brincar próximo das árvores, tem muitas raízes por aqui.

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