Capítulo Três

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Estava tudo escuro, mas Lauren teve a sensação de estar em um sonho ao qual parecia estar flutuando. De repente sentiu vontade de abrir os olhos e ao fazer constatou que estava sendo carregada por braços fortes. Sentiu um cheiro forte de perfume masculino e ruborizou ao perceber que estava nos braços de um homem. Foi então que ela se lembrou de tudo: dos livros, do susto que levou, da descoberta sobre o homem misterioso, do seu desmaio. Ao pensar no seu desmaio, ficou envergonhada por ter acontecido na frente de alguém importante. Ainda pensava nisso quando ouviu a voz grave daquele que causou seu constrangimento.

 — Se sente melhor senhorita? — ao ouvir aquela voz, sentiu suas entranhas se contorcerem dentro de si. Ao olhar para cima viu aquele par de olhos encantadores que hipnotizavam qualquer pessoa.

 — Sim! Eu estou bem! Poderia me coloca no chão por gentileza? — Sua voz soou calma, mas só Deus e a ruiva sabiam o que se passava dentro dela.

 — Ah. Me desculpe! Você tinha desmaiado a dez minutos e o senhor Meyer achou melhor levá-la ao hospital. Demoramos esse tempo pois minha equipe estava analisando um meio de sair com uma moça nos meus braços sem ser reconhecido ou chamar atenção. — Ao ser colocada no chão, Lauren sentiu que não deveria ir pra tal lugar pois sentiu suas pernas bambearem diante da descoberta

 — Muito obrigada Vossa Alteza por ter me socorrido — A jovem Bonneville ainda estava embaraçada com a situação. O Príncipe lhe lançou um sorriso cortês que derreteu o coração da moça.

 — Por nada senhorita! A propósito, acho que devemos continuar a nossa apresentação. Muito prazer Lauren Bonneville, eu me chamo Esra Hawis e sou o filho caçula de uma família nada convencional. — Ele estendeu a mão em direção a ela que aceitou de bom grado. Ao tocarem as mãos algo diferente ocorreu nos dois. Uma espécie de eletricidade.

— Muito prazer Esra Hawis, ou devo dizer, Vossa Alteza meu Príncipe  — Lauren gracejou e Príncipe deu uma risada divertida. — Eu…

— Alteza, já está ficando tarde. Precisamos retornar ao Palácio. —  O chefe da segurança alertou o Príncipe e Lauren quis se joga num burraco ao perceber que toda a segurança de sua alteza e o senhor Meyer observavam sua conversa com o Príncipe.

 — Tudo bem George, estou indo — O Príncipe falou para seu chefe de segurança, girou a cabeça na direção de Lauren e lhe encarou profundamente — Sinto muito senhorita por não podemos nos conhecer mais um pouco. Sabe como são as pessoas da Realeza, sempre fugindo ou tendo compromisso que os impedem de ver o mundo lá fora. — O Príncipe dramatizou e a ruiva deu uma gargalhada gostosa. Jamais tinha rido tanto como na presença de seu soberano caçula.

— Alteza, se for da vontade do Criador iremos continuar nossa conversa. Eu sei que o senhor tem compromissos importante pois ocupa uma importante posição. Mas saiba que foi um prazer lhe encontrar novamente depois de dez anos. — Ela lhe lançou um sorriso sincero pois o Príncipe foi capaz de tirar um pouco da sua tristeza que sentiu ao ler o livro da Princesa Anne Hawis.

— Por nada! E por favor não me chame de senhor. Eu tenho quase quarenta mas não é pra tanto. Eu ainda tenho um vigor de um jovem da sua idade.  Me chame de Esra por favor. Faria um desfeita comigo ao me chamar de senhor. — Esra fingiu estar ofendido e Lauren balançou a cabeça em negação rindo do humor do amigo.

— Tudo bem alt… Esra! Mas uma vez foi um prazer lhe reencontra e me desculpe se fiz algo de errado. — A jovem Bonneville fez uma pequena reverência a sua autoridade.

— O prazer é meu! Não tem do que se desculpar. Até mais Lauren. Adeus senhor Meyer. — O Príncipe cumprimentou o senhor que só observava tudo atentamente. Ao ver o Príncipe sai porta a fora da mesma forma como entrou Lauren soube o que era respirar novamente.

Ao se virar, encontrou o senhor Meyer observando-a e apenas lhe deu um sorriso que o simpático senhor retribuiu. Voltou aos seus afazeres até dá a sua hora de saída.

— Uau! O que você me contou foi a melhor coisa que eu ouvi no dia. Depois da pregação de Augustus Nicodemus é claro! — Victória estava em estado de choque e admiração. Sua amiga viu o Príncipe e conversou com ele duas vezes num dia e após o relato constatou como ele era um perfeito cavalheiro.

— Eu ainda não acredito sabe?! Como eu posso ter reencontrado depois de tantos anos?

— Deus e Seus planos minha amiga! Ele sabe o que faz. Esse reencontro tem um propósito e no tempo certo você saberá qual é. — A loira falou com carinho para a amiga que refletiu sobre as palavras de Vic. Iria seguir os planos dEle, mesmo que não visse o Príncipe novamente.

Duas semanas depois

— Menina Lauren, chegou essa carta pra você. — O senhor Meyer a chamou e assim que Lauren veio recebeu a carta que continha um selo peculiar para cartas aos plebeus: um selo real de Cibele. O brasão do Cordeiro. Aquilo só poderia significar uma coisa! Esra Hawis lhe escreveu uma carta! Ao ter tais pensamentos, a ruiva abriu urgentemente a carta.

" Cara senhorita Bonneville,

Creio que não começamos muito bem nossa amizade. Eu realmente senti apreço por seu caráter e carisma pois me tratastes como alguém normal e não como sua alteza real. E eu sei que são pessoas como você que devo estar tendo no meu ciclo de amizade. Deus uniu nossos propósitos eu creio nisso.

Por esses motivos, venho através desta carta lhe convidar para um chá da tarde amigável no Royal Café. Espero pela sua presença.

                 Atenciosamente, Esra Hawis"

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Palavras: 970

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