Enfim, o fim.

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 Eu estava morto por dentro, não conseguia parar de pensar em Jungkook, já eram duas da tarde e ele não havia aparecido. Ele realmente não me quer mais por perto, sempre é assim, eu virei a cabeça dele de ponta cabeça, ele tem motivos para me odiar, de qualquer forma. Agora eu estava sentado no sofá, encarando a porta, ele não vem. É isto. 

 Para minha surpresa a campainha toca assim que eu me levanto, engulo seco e vou até a porta, seguro a maçaneta e a abro devagar. E lá estava ele, com uma roupa casual, lindo sem muito esforço. Ele me olha e aponta para fora com a cabeça, indicando que eu deveria sair. Saio de casa e fecho a porta. Começamos a caminhar, nenhuma palavra sendo dita. 

 Não demorou muito para que chegássemos a um parque, onde havia um lago, ele se senta na grama, de frente para o lago, e eu faço o mesmo, ao seu lado porém mais afastado. Ele continua a encarar a água, me pergunto se deveria ir embora, mas apenas olho o lago, que era muito bonito, também. 

- Você ainda gosta de mim? - Ele diz direto. O olho assustado, e vejo que ele me encarava, sorrindo amigável. Desvio o olhar para a grama e engulo seco. 

- Eu não sou nenhum stalker nem nada, eu não vou ficar te perseguindo quando você estiver andando, nem vou te impedir de ficar com ninguém que você goste, eu vou apenas guardar pra mim e esquecer.. não se preocupe com isso. - Digo de forma rápida. Ele me encarava, sem uma expressão definida, mas eu podia ver divertimento no seu rosto.

- Que bom. - Disse apenas. 

 Então é verdade.. ele não gosta de mim. 

- Então.. onde você vai morar? - Pergunto sentindo um bolo na garganta. 

- Eu tenho uma tia, que mora aqui. Ficarei com ela até alugar um apartamento pra mim. - Ele diz. Assinto. 

- Eu.. - mordo o lábio. - Eu já vou então. - Digo me levantando, mas ele segura meu pulso me sentando novamente. O olho assustado, ele vai me matar? 

- Você.. - Ele ri. - Ah, Jiminnie.. - Ele ri ainda mais. 

- O.. que.. - Murmuro. 

 Não tenho tempo de falar nada, pois sinto seus lábios selando os meus, de maneira doce e calma. Arregalo os olhos congelando. Ele se afasta calmamente e fica na minha frente. 

- Eu não quero que vá agora. - Ele diz. 

- Mas.. - o encaro confuso. - Você disse que não queria ser meu amigo no hospital.. o que você quer então? - Pergunto. 

- Eu não quero ser seu amigo. - Ele repetiu o que havia dito antes. Baixo o olhar. - Quero ser mais que isso. - Ele continua. Minha respiração falha um instante. O olho novamente. 

- Você.. gosta de mim? - Pergunto receoso. Ele ri fraco e olha o lago novamente. 

- Sim. - E então me encara. - Te chamei aqui por que queria te perguntar uma coisa. - Ele se levantou, faço o mesmo. 

- Pode perguntar. - Digo ansioso. 

- Eu te conheço a pouco tempo, mas já passamos por muita coisa juntos, não é? - fez um ar risonho. Rio fraco o olhando. - É por isso que eu quero continuar a passar por coisas junto com você, a maioria boa, é claro. - Ele segurou minha mão, meu corpo estava gelado. - Jiminnie.. acho que desde a primeira vez que te vi, te achei intrigante, e eu como bom curioso que sou, quis saber mais sobre  você. E então fui percebendo o quanto você é uma pessoa maravilhosa, é bonito, é gentil, e mesmo com suas inseguranças, eu te acho perfeito, Jiminnie. - Ele sorriu se aproximando. O olho mordendo o lábio. - Então, Jiminnie.. você por acaso, quer ser meu namorado? 

- Por acaso? - Pergunto rindo baixo. Ele ri. - Eu quero. - Digo sorrindo, algumas lágrimas caíam, mas era de felicidade. 

 Ele me abraça imediatamente, rodeio sua cintura com meus braços e sinto seu calor, sorrio mais ainda o apertando entre meus braços. 

- Eu te amo.. - Ouço seu sussurro, me arrepio. Separo nosso abraço e o olho, ele sorri também. 

- Pensei que nunca diria isso.. - Digo rindo fraco. Ele toca meu cabelo, retirando a franja dos olhos. 

- Deveria ter dito antes. - Ele diz. 

- Você disse no momento certo. - Digo o olhando. 

- Eu te amo. - Ele repetiu. 

- Eu te amo. - Digo também. 

- Nunca mais pare de falar, principalmente isso. - Ele diz. 

- Eu prometo. 

 E no fim eu achava que essa estória acabaria comigo com os pulsos cortados em um banheiro qualquer, a vida prega várias peças em nós.. Então, não desista, nunca. Eu quase desisti, várias e várias e várias vezes, mas no fim, tudo acabou bem. Se você acha que não está se achando, ou não sabe quem você é, não se preocupe, você pode estar em qualquer lugar, fazendo qualquer coisa, não desista de si mesmo, desista da vontade de desistir. Tudo começa e termina. Mas algo nunca pode acabar, nunca, sua vontade de viver. 

Este foi meu fim, qual será o seu? 






FIM


Incompreensível  pjm-jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora