Retrospetiva

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Assumido ingénuo, prefiro ser um ténebre efémero
Em vez de um célebre génio esquecido num milénio
Sintam ojeriza por quem vos detiver do prazer
Um dia serei cinza ou um cadáver sem caráter?
Qualquer opção me ilude pela carência de virtude
Haja saúde, que o resto muda pela atitude
Sinto-me fútil por haver quem tenha um ídolo hostil
E o ache um símbolo subtil onde só há um perfil inútil
Torna-se típico num mundo em tamanha decadência
O atípico é a tendência do exílio da valência
Tem-se notado que a asnidade invoca fama e azáfama
Falta de maturidade provoca nulidade diáfana
Mentiria se negasse ter sido inóspito de prepósito
Com quem se alimentasse por ódio de alguém insólito
Reflito no conflito que me causa ser inócuo
Ou fingi-lo em sigilo e admiti-lo no vácuo do foco
Conservo o veneno e armazeno-o numa perena cutícula
Observo sereno o obsceno de uma cena ridícula
Falso puritano, engano o dano leviano que me envolve
Sinto-me descalço num percalço, mas ser profano não resolve
Sou um erro, sou ríspido, sou indevido
E no meu sossego, sou um resíduo de indivíduo

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⏰ Última atualização: Jan 13, 2020 ⏰

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