Talako passou a tarde aborrecido por ter deixado Kaya escapar e isso afetou seu desempenho no jogo. Ela, por outro lado, também não se sentiu bem. Deveria ter ouvido ao conselho dele de não ir para os dormitórios. Maldita teimosia.
— Vejam todos! — Um garoto gritou dentro do salão comum da Horned Serpent. — É a garota que fala com as cobras!
— Saúdem todos a Rainha das Serpentes! — Outro se empolgou.
Correu para o quarto e dali não pretendia sair nem mesmo para o jantar que seria em alguns minutos, se não estivesse enganada. Não somente isso, Kaya bloqueou a porta com feitiços. Ninguém mais entraria naquele quarto enquanto ela estivesse lá.
Silenciosa, a noite encobriu o céu do Mount Greylock e com ela, veio o cansaço. Havia sido um dia longo para a jovem Askook. Presenciou muito mais do que seus sentimentos poderiam transmitir. Bastou fechar os olhos para sua mente se encobrir de imagens.
— Tenho novidades para você. — Disse seu avô ao entrar em seu próprio quarto na ilha de Martha, onde estava sendo mantida desde que sua guarda passou a ser mantida por ele. — Professora Spellcaster me garantiu que sua vaga permanece, mesmo com os acontecimentos recentes.
— Eu não quero ir.
— Não perguntei se você gostaria de voltar. — Ele deu de ombros, pegando um dos porta-retratos em cima da cômoda. — Estou apenas te avisando que irá voltar.
— E se eu me recusar? — Questionou bravamente.
Ainda deitada no dormitório de Ilvermorny, deixou uma lágrima escorrer por seu rosto e molhar o travesseiro feito de penas. A cada dia que passava, ser forte tomava todas as suas forças. Se ao menos Finnick estivesse ali...
Doeu-lhe o peito pensar sobre o irmão. A preocupação com ele era assombrosa. Enfim entendia o que a mãe deveria ter sentido todos aqueles anos e se algo acontecesse, seria apenas sua culpa.
Quanto mais pensava sobre o assunto, pior se sentia. Um nó se formou em sua garganta. Queria gritar, extravasar aquele sentimento ruim. Tudo a sua volta parecia ter um clima ruim, como se um dementador estivesse a perseguindo por todos os lados.
— Askook, abra essa porta! — Alguém gritou a porta, fazendo seus pensamentos se dissiparem.
— Me deixem em paz! — Retrucou. Precisava de mais um tempo.
— Escuta aqui, princesa, você não é a única que dorme nesse quarto. — Uma outra pessoa parecia irritadíssima. — Eu juro que vou dar um bombarda nessa porta! Alguém faça essa menina abrir essa...
— Santa Morrigan! — Uma voz particularmente conhecida surgiu no meio da confusão. — Será que ninguém aqui tem um pingo de sensibilidade?
Houve silêncio.
Kaya acreditou que seus visitantes haviam finalmente desistido e iriam embora, mas os cochichos continuavam. Quanto tempo ainda teria antes de destruírem a porta? Não tinha ideia, mas gostaria de gritar até que o deus dos cristãos pudesse ter piedade de sua pobre alma pagã.
— Kaya, me desculpe pelo incomodo. — Pelo uso da palavra desculpe, logo teve certeza de quem era a voz conhecida que a pouco havia surgido. — É Malibu Hale, a garota que te entregou a varinha.
Não importava. Não pegaria na varinha para destrancar a porta.
— Eu sei que deve estar sendo difícil voltar, principalmente sem seu irmão...
— Vá embora! — Ordenou, tentando não se sufocar com o sentimento de preocupação que lhe assombrava.
— E-eu... Nós só... — Percebendo que havia tentado apaziguar as coisas do jeito errado, tentava inutilmente ajeitar as coisas.
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A Ordem da Serpente
Fanfiction"Harry Potter a encontrou enquanto ainda observava o quadro, mas preferiu manter-se a entrada da sala com as mãos dentro da bermuda. Provavelmente a garota não havia percebido, mas ele segurava sua própria varinha daquele modo. Estava se sentido ame...