Final de ano letivo. Mais um ano concluído em meio a crises, fracassos, acertos, glórias, honras. Amizade.
Para certos alunos, é algo prazeroso se despedir dos amigos, aqueles nos quais criamos raízes, experiências e momentos. Pra outros, deixar para trás é algo complicado.
Mas sem dúvida a tarefa mais gratificante para alguns alunos é se livrar dos inimigos, os chamados "ranços". Acredito que muitos já se familiarizaram com a expressão, que designa aquela pessoa desagradável, insuportável, que só desperta raiva.
Um pouco cruel despejar isso em alguém ?
Bem, pode até ser. Mas tantos já nem acham isso tão relevante e muito menos incomum. São alunos insatisfeitos com seus docentes, colegas lançando raiva e desprezo para uns para os outros através do olhar, como se estivessem jogando lixo em um lugar qualquer.
Queria saber pra onde foi a palavra " compreensão ". Talvez ainda viva em almas raras, ou quem sabe perdida em um ambiente inóspito que nós mesmo criamos.
Acha isso um exagero ? Uhum, não é. É bem fácil entrar em uma sala de aula e perceber o quão ela é unida, assim como não é difícil detectar os desamores. Pequenas encaradas levam a respostas secas, olhares furtivos despertam nojo, palavras mal ditas trazem discussões. Em uma empresa, sucesso desperta inveja, atenção e carinho são confundidas com puxasaquismo e favoritismo. Onde vamos parar assim ?
Daqui a pouco alguém olha para a sua cara e você uma planta uma bala bem no meio da cara do infeliz. Sim, porque ranço é um caminho quase sem volta. " Ódio, raiva, grosseria " é o que ele clama. E se esse ranço parasse aí ainda tinha remédio. Pior é quando ele leva a coisa piores: brigas, mortes e tudo mais que não presta.
Não posso dizer que não tive meus desafetos, eles existiram sim, mas eu entendi que nem sempre temos o que queremos e com isso meus ex-inimigos hoje são pessoas muito queridas por mim, que me sinto muito grato, e eles sabem disso. As pessoas não são nossos clones perfeitos e chatos, que podemos moldar ao nosso querer.
Existem pessoas dos mais diversos tipos: extrovertidas e retraídas, calmas e irritadiças e isso é simplesmente o jeito delas de lidar com o mundo. Não há motivo para esse esfaqueamento mútuo com o olhar !
Se as pessoas são assim só resta uma coisa: Compreensão. Compreender que todos tem os seus motivos para gostar ou detestar a gente. Mas podemos influenciar essa escolha: não custa nada um bom dia, um sorriso sincero e um abraço, porque eles podem fazer milagres, grandes milagres.
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Loucuras da vida moderna
Short StoryAté onde chegou o homem com a mudança ? É errado não ligar para que os outros pensam ? Até onde a sociedade influencia no nosso comportamento, no nosso jeito de ser ? Esta obra busca discutir através de crônicas estes devidos temas, com uns toques d...