Capítulo 5

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_ Sim Louis Still.

A moça encarou o monitor e sorriu.

_ Por aqui, por favor.

Ela os guiou para uma mesa perto dos violinistas no qual sabia que Louis gostava por ter uma vista mais ampla do salão.

_ O garçom virá lhes atender. – sorriu deixando-os.

Jonathan estava mais tranqüilo a respeito de seus sentimentos, sabia que tinha que esquecê-la e para isso tinha que seguir sua vida. A proposta de emprego viera na hora certa e sabia que seu pai não iria gostar da noticia.

_ Isso é maravilhoso! – Louis parabenizou-o.

_ Sim, acho que já é uma porta para mim, sabe? Sair do alcance do meu pai e me arriscar.

_ Só espero que você não vá tão longe, com quem vou sair pra beber nos fins de semana?

_ A o Bruno ai. Pode ir com ele.

_ Ele não tem graça, sabe por que as garotas se aproximam de nós? – Jonathan deu de ombros sem interesse então Louis continuou – por sua causa. Você é o cara mais popular da faculdade e todas preferem estar com você.

O garçom se aproximou e lhes serviram com vinho e anotou seus pedidos.

_ Você é o primeiro a encontrar uma parceira – continuou seu discurso – elas vem comigo e o Bruno. Semana passada saímos juntos, porém não foi a mesma coisa de quando você está conosco.

Jonathan sorriu ignorando o discurso patético do amigo e saboreou seu prato que acabara de chegar. Aquele restaurante era conhecido pelos melhores pratos, ele tinha que admitir, estava tudo temperado da maneira que gosta.

Enquanto o amigo falava no intervalo de uma garfada a outra como um rádio quebrado, Jonathan tentava criar planos em sua mente para seu próximo passo, anunciar seu pai que não fará parte da empresa e encarar a fúria de um empresário pronto a perder seu maior investimento era a pior coisa. Era isso o que ele significava para seu pai, um investimento.

Após a refeição terminar, uma pequena taça com sobremesa foi posta para ambos com cobertura de alguma coisa que parecia mel.

_ Aquela não é a Hannah?

Aquela foi a primeira vez que Jonathan realmente lhe deu atenção desde que sentara a mesa, ele girou a cabeça na mesma direção em que ele olhava e a viu. De vestido preto que delineava seu corpo, um colar que deixava seu pescoço nu mais a mostra e com um batom luxúria na qual Jonathan passou a língua nos próprios lábios na tentativa de sentir os dela. Naquele momento ele se sentiu tentado a ir até lá, dizer que estava com saudades e que não a esqueceu nem um dia desde a noite que estiveram juntos, mas se proibiu em fazer isso, pois ela não estava só, um homem lhe fazia companhia.

_ Que gata! Será que ela fica comigo também? – Louis zombou vendo a reação do amigo de incrédulo.

_ Está louco? Você não vê que ela tem namorado? – observou irritado novamente o casal conversando entre sorrisos.

_ Se eu não te conhecesse, diria que você está com ciúmes dela. – Louis tocou seu ombro sorrindo divertido com a situação.

Jonathan empurrou o braço do amigo e tentou não encarar o casal feliz, mas não conseguiu por muito tempo, pois se pegou observando-a novamente. Naquele momento ela sorria de algo dito pelo companheiro e virou a cabeça sutilmente no mesmo instante seus olhos se cruzaram.

Jonathan queria desviar o olhar e fingir que não tinha visto-a, mas já era tarde de mais, pois ela já tinha visto-o também. Ele não sabia  que o olhar espantado dela queria dizer, mas ele sabia o que ele queria dizer a ela.

Hannah desviou seu olhar no instante seguinte parecendo incomodada e após trocar algumas palavras com o rapaz deixou seu lugar e seguiu até o toallet.

Jonathan excitou, queria ir atrás dela e querer se explicar, dizer que tentou procurá-la mas não sabia onde encontrá-la. Dizer alguma coisa que a desse outra chance.

_ Não vai me dizer que você vai atrás dela. – zombou Louis – você disse que iria virar a página.

_ Irei, mas antes tenho que ter certeza de algo.

De instinto ele deixou sua mesa e seguiu no mesmo caminho que Hannah, olhou na porta do banheiro feminino e esperou ansioso sem saber o que dizer quando a encontrasse. Foi quando ela saiu e tombou no peito largo dele que estava como uma barreira  ao lado da porta, de instinto ele segurou em sua cintura a impedindo de se afastar.

_ Desculpa. – falou ela antes de levantar a cabeça e saber de quem se tratava aquele corpo musculoso.

_ Você está bem?

Ela excitou ainda encarando seus olhos, pigarreou e abaixou o olhar.

_ Sim, pode me soltar, por favor.

_ Claro. – ele a soltou fazendo-a dar um passo para trás – por que você fugiu naquele dia?

_ Eu não fugi.

_ Fugiu sim, quando acordei você não estava mais lá. – afirmou o que ambos sabiam o que o fez levantar a sobrancelha.

Ela pareceu ficar nervosa e suspirou.

_ Nós não tínhamos nada, não tem o porquê de eu ficar lá. Foi apenas uma noite.

Sua afirmação o pegou de surpresa, ele sabia que foi apenas uma noite, mas não sabia que ficaria tão afetado por elas terem saído da boca dela. Pensava se aquilo não tivesse significado nada para ela como significou para ele.

_ Em partes você está certa. – ele se aproxima contendo a vontade de sentir seus lábios sobre o dela.

_ O que você está fazendo John?

Ouvir seu nome sair da sua boca numa forma gentil o fez se esquecer de tudo, o fez se esquecer do rapaz que a esperava na mesa e não ligou para o que ele significava para ela, se era seu namorado ou não, se era seu irmão ou primo, a única cosa que ele queria era sentir seus lábios e sabia que tinha que ser agora.

Quando o beijo foi recíproco ele sabia que ela também gostava dele, ao contrário ela não teria retribuído certo? Ele a segurou pela cintura e a prendeu contra a parede sentindo o sabor maravilhoso do mel em seus lábios e desejou sua boca ainda mais. Quando finalmente o beijo cessou e ambos pararam para respirar ambos sorriram.

_ Seu beijo continua igualzinho com da última vez. – ele fala para ela com seus lábios pertos do dela pronto para iniciar outro beijo.

Ela abaixa a cabeça colocando a mão na boca.

_ O que foi?

_ Isso não devia ter acontecido. – ela se desvencilha dos braços dele e o deixa para trás atordoado com a situação e feliz por ter a resposta de tantas noites de agonia.

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