Capítulo 3 - Laços Sanguíneos

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Se antes eu estava confusa, não sei descrever como é que estou agora. Muitas perguntas se passam por minha mente. Quem são estas pessoas? Como me conhecem? O que estou fazendo aqui? E por que esta estranha mulher de cabelos castanhos está me abraçando?

Eu queria fazer todas estas perguntas, mas não conseguia encontrar minha voz. A única coisa que consegui fazer, foi me afastar da mulher que me abraçava, e encarar o homem que apenas observava apoiado na mesa.

-Cibele, querida, acho que Ayla não esperava por isto.

-Ah, desculpe-me Ayla, passamos muito tempo procurando por você. -Diz a mulher, Cibele, se aproximando do homem que supostamente é seu marido.

-Espere, como assim procurando por mim? Quem são vocês? E como sabem meu nome? -Solto as palavras que estavam em minha mente, minha cabeça girava, o que está acontecendo?

-Eu esperava que tivesse perguntas. -Diz o homem. -Me chamo Ivan, esta é minha Esposa Cibele, sua tia.

-Tia? -Eu estou realmente confusa? Como assim tia?

-Sim. Sou irmã de Celina, sua mãe.

-Como podem ter certeza de que eu sou a filha de Celina?

-Você é igual a ela, com exceção dos olhos, tem os olhos de seu pai. -Diz Cibele se perdendo em lembranças. -E o seu pingente. Foi um presente de seu pai para Celina, ela deixou com você na última vez que a vi. -Seguro o pequeno pingente em minhas mãos, uma pedra da lua. 

-Como assim a última vez que a viu? Onde ela está?

-Vamos te explicar tudo, mas não agora. Sabemos que isso tudo é confuso para você Ayla, mas precisa confiar em nós. Queremos te ajudar. -Diz Ivan.

-Ajudar em quê?

-Mary disse que você ainda não sabe quem, ou o que é, podemos te ajudar com isto.

-Como vou saber que não estão mentindo para mim?

-Terá que confiar em nós por enquanto. -Cibele toca o meu rosto.

-Tudo bem, vou acreditar em vocês. Mas eu quero respostas.

-Vamos responder tudo que precisar saber. -Diz Ivan. -Mas quando estivermos em casa.

-Casa?

-É claro, achou que te deixaríamos aqui depois de anos te procurando? -Cibele diz sorrindo.

-Eu não posso. Eu tenho a Jane, não posso deixá-la.

-Vamos resolver tudo querida. Mary recomendou que você passe a noite aqui, assim terá tempo de se organizar e se acostumar com a ideia. Amanhã te levaremos para casa. -Não posso deixar Jane, eu prometi que não a deixaria, eles não vão tirá-la de mim.

-Nós vamos embora agora Ayla. Nos vemos amanhã. -Não consigo respondê-los, apenas os observo saindo da sala.

Não sei como devia estar me sentindo com toda essa informação, mas apenas uma coisa se passava por minha mente. Jane. Eu preciso vê-la.

Saio da sala em que estava e caminho até o meu quarto sem falar nada. Abro a porta e encontro Jane ainda dormindo tranquilamente em minha cama. Deito-me ao seu lado, abraço-a e começo a chorar. Eu tenho uma família agora, uma família que eu não conheço, e não sabem nada sobre mim. Eles não sabem de Jane, eu não vou deixá-la, se eles não a quiserem, então eu não irei com eles.

-Mamãe? -Ouço a voz de Jane fraca pelo sono. -Por que você está chorando?

-Não se preocupe com isto pequena, vem vamos descer, o jantar deve estar quase pronto. -Pego Jane no colo e a levo para a sala ainda sonolenta. Sento-me no sofá com Jane em meu colo e a abraço.

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⏰ Última atualização: May 03, 2020 ⏰

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