Capítulo 2 - Crianças e Lobos

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Na manhã seguinte sou acordada com pequenos dedos cutucando meu rosto.

-Mamãe, acorda, quero brincar. -Ouço a voz de Jane com uma risada travessa.

-Daqui a pouco Jane, ainda está cedo para brincar. -Digo na tentativa inútil de continuar dormindo.

-Mas o sol já acordou mamãe, não é hora de dormir. Eu quero brincar. -Diz se jogando em meu peito, a seguro para que não caia da cama.

-Tudo bem, eu já acordei. -Digo sorrindo apertando a ponta de seu nariz a fazendo sorrir e balançar sua cabeça de um lado para o outro.

-Vem mamãe, tem que tomar banho.

-Tudo bem, eu me rendo. -Digo me sentando colocando Jane na cama fazendo-a cócegas ouvindo sua risada alta. Se as meninas não estavam acordadas, com certeza acordaram agora. -Próxima parada, banho. -Digo pegando Jane e a colocando em meus ombros fazendo-a gritar e gargalhar.

-Estou pronta! -Diz Jane quando termino de vesti-la após seu banho.

-E está linda, vamos descer para a o café?

-Vamos!

Desço as escadas com Jane em meus braços brincando com meus cabelos e murmurando uma música infantil.

Ao chegar ao fim da escada a coloco no chão e ela corre até a senhora Mary, que acabara de sair de seu quarto.

-Tia Mary, vem brincar com a gente? -Pergunta abraçando suas pernas.

-Talvez mais tarde Jane, hora do café da manhã. -Diz pegando-a no colo. -Vejo que acordaram cedo hoje.

-Jane acordou bem animada hoje. -Digo pegando Jane.

-Vou acordar as outras crianças. O café está quase pronto.

-Mamãe, vamos desenhar?

-O que quer desenhar? -Pergunto colocando-a ao lado da mesa e me sentando.

-É surpresa!

-Tudo bem. Então o meu também é surpresa.

Sento-me ao lado de Jane e começo a fazer um desenho qualquer, Jane começa a murmurar uma musica infantil, na qual não consigo identificar. Posso ouvir as meninas se trocando no andar acima. Talvez demorem um pouco até descerem.

-Mamãe, eu quero glitter.

-Não tem glitter aqui Jane. -Digo olhando pela a mesa.

-Vou fazer glitter então.

Sem entender o que Jane quis dizer, observo enquanto ela levanta uma de suas mãos, juntando o polegar e o indicador, como se segurasse algo em seus pequenos dedos. Jane esfrega seus dedos um no outro e pequenos fragmentos brilhantes caem sobre o papel, como glitter.

-Terminei meu desenho mamãe! Olha. -Diz erguendo seu desenho nele avia duas pessoas e um animal, eu diria que um lobo ou um cachorro; havia pequenas estrelas que brilhavam; o glitter que Jane fizera e jogara sobre o papel.

-Está lindo Jane, quem são? -Pergunto apontando para o desenho.

-Essa sou eu. -Diz indicando uma das pessoas do desenho. -Essa é você, e este é o Senhor Black. O que você desenhou mamãe?

-Eu desenhei um barco. -Digo a mostrando.

-Por que um barco mamãe?

-Não sei, gosto de barcos. -Aperto levemente sua bochecha.

-Ayla, Jane, venham tomar o café. -Chama a senhora Mary.

Todas nos reunimos na cozinha, onde havia um café da manhã completo, com bolos, frutas, pães. Sempre era assim com a senhora Mary, tudo é perfeito aqui. Mary faz questão que todas as crianças se sintam acolhidas e amadas aqui, e ela consegue, sempre é tudo animado, não há tristeza, ela cuida de todas as crianças como se fossem seus próprios filhos, como sua própria família.

A Filha da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora