Depois que acabaram às aulas, fui comer em um restaurante que não era muito longe da Angelus, e como sempre peguei minha comida preferida, arroz, feijão, bife e batata frita, eu poderia comer isso todos os dias que nunca enjoaria, escolhi um suco de manga e sentei em uma mesa.Enquanto almoçava fiquei vendo às notícias, sempre achei interessante a carreira de jornalista, falar não seria tão legal assim para mim, mas como sempre gostei de escrever talvez me daria bem na parte escrita, mas de qualquer forma meu irmão nunca deixaria eu seguir em um área que não tem muita relação com a empresa.
Logo meus pensamentos se perderam e já comecei a lembrar na conversa que tive hoje mais cedo com o anjo.
"Preciso saber o nome dele, bom ele deve ter um nome assim como o arcanjo Gabriel, é estranho ficar falando anjo, parece apelido carinhoso de namorados".
Olhei ao meu redor, e pensei que cada uma dessas pessoas possuem um anjo protetor, independentemente de suas crenças, e isso louco de pensar, deve ser por isso que o mundo espiritual não é todo revelado assim para o homem, nossa humanidade surtaria com toda a verdade, eu já estou surtando, mesmo sabendo que anjos existem desde quando eu era criança lá na catequese, mas agora ver, é totalmente diferente.
Quando olhei para fora do restaurante, só consegui ver meio corpo de uma pessoa que se aproximava usando uma túnica muito parecida com a do anjo, só que desa vez era preta, a parte de cima da pessoa, ou desse ser, não consegui ver uma placa impedia minha visão.
"Deus, que não seja o anjo da morte agora, só o que faltava, ou pior um anjo mau, sei que tem, mas quero ver não, misericórdia!"
Meu coração acelerava cada vez mais que aquele ser se aproximava do restaurante, quase entrando aqui.
"Oh meu anjo, se você é o meu anjo da guarda, não deveria me proteger disso, não? Seja lá o que for"
Quando finalmente consegui ver, eu já estava quase fugindo daquele lugar, mas poderia ser presa, já pensou, uma garota de 18 anos come em um restaurante, depois saí correndo de lá porque viu um ser de outro mundo, que apenas ela viu, mas por sorte quando tive a visão de quem era meu coração desacelerou, e pude ver o padre George entrando no restaurante, eu me esqueci que esse era um dos poucos padre que ainda usam batina.
Sinceramente, se eu fosse padre eu usaria batina em todos os lugares sempre, hoje eles não são obrigados a usarem, muitas vezes vemos padres por todo o lado e nem sabemos o que eles são até por alguma circunstância acabarem se apresentando. Confesso que não acho certo, trajes normais para se parecerem normais, porque eles definitivamente não são! As mãos de um padre é como o útero de Nossa Senhora, onde se deu a luz ao Senhor, e o padre "dá a luz" a Jesus Sacramentado, a Eucaristia, nunca serão pessoas normais. Claro que muitos acabam se perdendo do caminho, por isso é importante que rezemos pelos nossos padre e seminaristas para que sejam fiéis a esse chamado.
Ao me ver padre George caminhou na minha direção.
- Oi Agnes, como vai? - Perguntou sorrindo enquanto estendia sua mão.
- Olá padre, estou bem e o senhor? - Sorri dando-lhe a mão - Veio almoçar?
- Estou bem também - Disse - Vim, mas creio que dificilmente acharei uma mesa.
- Pode se sentar aqui comigo, não tem problema não.
- Obrigado, é muito gentil de sua parte - Sorriu - Vou apenas pegar minha comida.
- Tudo bem.
Agora vai ser a hora perfeita para conversar sobre as coisas do mundo espiritual com o padre, principalmente porque estudou em Roma, com certeza deve saber de coisas a mais sobre alguns assuntos.
Depois que o padre pegou seu almoço e sentou-se junto comigo disse:
- Nossa padre, o senhor me deu um susto, tinha visto do outro lado, mas não consegui ver seu rosto a placa acabou ficando no meu campo de visão.
- Pensou que fosse o que? Um anjo da morte é? - Ele riu, mas eu dei uma leve estremecida.
- Vai que havia chegado minha hora?
- Bom, eu espero ver o Amado quando chegar minha hora, igual Santa Teresinha - Disse o Padre.
- Tem muitas coisas que o homem desconhece, não é? - Eu precisava entrar mais no assunto - Que nem sobre o mundo espiritual, anjos, demônios, entre outras coisas.
- Olha Agnes - Padre George que antes estava mais concentrado em seu prato começou a me olhar curioso e atentamente - Tem sim, mais do que imagina, é ilusão do homem achar que morreu e acabou, tem muitas coisas, imagináveis, mas apenas algumas foi reveladas aos homens, é tudo um grande mistério.
- E o senhor não tem medo?
- Se eu dissesse que não estaria negando minha humanidade, pois todo ser humano tem medo das coisas que não conhece, mas a partir do momento que você passa a confiar sua vida toda em Deus, render-se a Ele, tudo muda, o medo não vai embora, mas sua fé é fortalecida - Continuou - Pense nos mártires, morreram por causa do Evangelho, defendendo a fé deles, e por que fizeram isso? Porque sabiam a verdade, aqui é só um teste, depois daqui que a vida, ou em alguns casos, a morte de fato acontece.
- Mas padre, não só a morte, o senhor pode me contar sobre mais coisas sobre anjos, e sei lá essas coisas?
- Por que o interesse por essas coisa, Agnes? - Perguntou o padre agora de fato largando os talhares e prestando atenção em mim.
Eu acho que devo contar a verdade sobre o anjo, afinal ele é um padre e deve entender mais sobre esse assunto do que eu e poderá me ajudar com tudo o que está acontecendo.
Quando eu estava preste a contar sobre o acontecimento para o padre George, o que eu vi impediu que eu falasse qualquer coisa ou então me movesse. Uma luz vermelha surgiu ao lado do padre, olhei e mais ninguém via, apenas eu reparava, e cada vez mais essa luz ia ganhando forma até ela se transformar em uma pessoa, era um homem branco, cabelos castanhos compridos chegando até o ombro, usava uma túnica vermelha com dourado que chegavam até o pé, não disse nada a princípio apenas ficou ao lado do padre.
Quando eu olhei ao redor, meus olhos foram do outro lado da rua onde avistei o meu anjo, mas que dessa vez me observava de longe, apesar de estar um pouco longe consegui ver ele fazendo com a cabeça um sinal de negação lentamente.
- Agnes? Está tudo bem? - Padre George perguntou um pouco apreensivo.
Antes de eu conseguir responder aquele homem de túnica vermelha se pronunciou.
- Sou o anjo da guarda do padre George - Ele apenas disse isso e tocou no ombro do padre, nesse mesmo instante o celular do padre tocou.
- Sim padre, estou bem, é que perdi a noção de tempo e espaço, preciso correr para chegar a tempo na empresa - Disse enquanto o padre pegava o celular.
Ele leu uma mensagem em seu celular.
- Tudo bem, também terei que ir, acabou falecendo uma senhora de nossa paróquia e os familiares chamou para dar a benção no corpo.
"Essa deve ser uma das piores parte de ser padre".
"O anjo tocou no padre, e a senhora morreu? Que?"
Quando olhei de novo o anjo do padre George havia desaparecido.
Eu e o padre fomos para o caixa, logo nos despedimos. Pensei que veria meu anjo, mas ele desapareceu junto com o anjo da guarda do padre. Espero que ele ainda volte à noite para conversarmos.
"Certo ele falou para não contar para ninguém, mas poxa até para o Padre? A pessoa que eu mais confiaria para contar isso é para um padre, mas de qualquer forma não falei".
Segui meu caminho e fui para a Angeus.
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Angelus
RandomAgnes uma garota que perdeu seus pais quando tinha apenas 8 anos, herdou a empresa de joias Angelus junto com seu irmão Antonie, que hoje é o responsável pela mesma. Com 18 anos ela começa a assumir a sua parte, e descobre o real motivo pelo qual se...