twelve.✨

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Larissa

1 semana depois

Hoje era o dia de viajar e confesso que estava mais ansiosa que o normal. Era a primeira vez que eu viajaria sem meus pais, sem adultos, no caso eu sou uma adulta, quero dizer sem mais velhos perto. Era apenas nós três, as três espiãs, as três do grupinho da sexta série até hoje.

Lembro de quanto pensamos em viajar pelo o mundo somente nós três, descobrir lugares e sermos independentes diante de tudo.

Colocava as malas no carro de minha mãe, juntamente com as meninas. Ela iria nos levar para o aeroporto. Alice nos olhava com olhares cruéis, como se nós estivéssemos estragado ou derrubado algo dela.

Não a impedi de viajar, não entendo o motivo de ela querer procurar confusão. Isso de fato não estragatia minha viagem e a minha felicidade de momento.

- Vamos? - minha mãe, perguntou, animada. Assentimos e fui até meu pai, né despedir. Alice se levantou e veio até mim, estendendo a mão esquerda.

- Boa viagem. - falou, secamente, como sempre.

- Obrigada. - disse, estendendo minha mão nos fazendo dar um aperto de mãos. Ela sequer sorriu, muito menos eu. Saí de casa com minhas amigas atrás, que riam da situação.

Entramos no carro e minha mãe conversava conosco animada, feliz por nós. Eu adorava o fato da minha mãe ser assim comigo, por confiar em mim e por ser quem ela é.

Ela sempre foi uma mãe pra Alice. Por mais que a minha tia foi uma pessoa incrível, a minha mãe deu total atenção e cuidados a Alice, como se ela tivesse sido uma filha, além de mim.

Assim que ela soube da morte, não contou para a menina de primeira, ela apenas disse que ela teria que passar uns dias em nossa casa. Eu sabia da morte, mas não contei nada a minha prima. Ela fazia orações todos os dias para que a mãe melhorasse, carregava um quadro com uma foto consigo sempre que saía de casa e não deixou de fazer o mesmo quando foi para nossa casa.

Minha mãe contou 1 semana após o ocorrido, Alice ficou arrasada, começou a falar e pensar coisas horríveis. Começamos a pagar sessões de terapia com uma psicóloga para ela, portanto não adiantava.

A Alice se tornou totalmente ingrata a tudo que minha mãe fez por ela. Cresceu a tratando mal e sem querer fazer absolutamente nada em casa e na escola. Só chegava advertências e suspensões. Até minha mãe ser chamada na instituição e lá vai ela dizer que isso era por conta da perda.

Hoje, ela ainda estuda, mas suas amizades são um mal caminho sem volta. A Jéssicapor exemplo, sua melhor amiga, usa maconha e engravidou duas vezes, porém perdeu o bebê. Não julgo essas pessoas, porém quero que ela evolua.

Ela está se afundando cada vez mais e eu sinceramente não sei o que ela vai fazer da vida. Ou afunda, ou tenta nadar no meio do mar que é coberto de correntezas..

olhos castanhos • vitão | concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora