O Que Precisamos?

23° CAPÍTULO

20:12

Os pneus pararam do lado de fora da casa e ele nem se deu ao trabalho de desligá-lo.  Abriu a porta e estava correndo em direção à casa, a arma apontada antes que os outros carros parassem na rua.  Chegando à porta da frente, ele tentou a maçaneta para encontrá-la trancada, e com apenas desespero de chegar a Sakura e Seto, deu um passo para trás e levantou a perna antes de empurrá-la contra a porta, fazendo-a ceder.  Depois de mais alguns golpes contra a porta, ela rachou para onde ele jogou o ombro nela e ela se abriu.  Ele podia ouvir barulhos vindos da cozinha e, embora quisesse correr, sabia que tinha que andar com cuidado e garantir que sua arma estivesse pronta.

Dirigindo-se para a cozinha, ele podia ouvir respirações difíceis e gritos de uma mulher.  Suas mãos se apertaram ao redor da pistola e seu dedo estava pronto para disparar o gatilho.  Atravessando o corredor que levava à entrada em arco da cozinha, ele cuidadosamente dobrou a esquina e encontrou um homem pairando sobre Sakura, as mãos apertadas em volta da garganta dela, enquanto ela tentava fracamente se soltar.  Sangue fervendo e rugindo em seus ouvidos, ele levantou a arma, o dedo pesado no gatilho antes de falar.

"Levante-se e solte, ou eu atiro."  sua voz gelada registrou com Sakura quando no escuro seus olhos dispararam para ele, profundezas verdes implorando para que ele a ajudasse.  O homem que não a soltou virou a cabeça para ele também.

"Ahh, o Uchiha descobriu os enigmas."  seus dedos cravaram na garganta de Sakura, fazendo-a sufocar um som.

"Eu disse para deixá-la ir."

"Agora, por que eu faria isso, depois de todos os problemas pelos quais passei?"  o homem sorriu para ele.  "Ela é a morte final. Aquele que dirá para casa que você não é invencível Uchiha. Que mesmo um homem tão poderoso quanto você é derrubado por bagagem, por ter uma fraqueza, eu a explorei e agora você está à minha mercê."  Os olhos de Sasuke endureceram com as palavras do homem.

"As fraquezas de que você fala só me fortalecem. Vivo para proteger as coisas que você chama de minhas fraquezas. Agora deixe-a ir."

"O que você faria se eu a deixasse ir? Você me mostraria misericórdia? Não. Você não mostraria misericórdia comigo. Assim como eu não mostrarei misericórdia com você. Diante de seus olhos eu a matarei e então você vai querer  vingança. Você pode me matar depois das enfermarias, mas pelo menos eu me vingei antes da minha morte. "

"Você está certo, eu não te mostraria piedade."  Sasuke chiou.  "A misericórdia não se torna você."  o homem riu.

"Você está certo, não é. É por isso que vou fazer a morte final e depois morrer, sabendo que completei minha missão. Destruir tudo o que você considera querido. Esse seu querido menino também pode não ser.  . "  um brilho perverso surgiu nos olhos do homem quando mais uma vez ele pressionou com mais força a garganta de Sakura.

"Eu vou atirar em você agora, se você não deixar ir."

"Eu também te desafio, Uchiha."

O dedo de Sasuke tremia no gatilho.  Ele só conseguia pensar em outro caso em que havia tirado uma vida.  O cientista louco que ele matara um ano antes.  O homem sequestrara crianças, torturava-as, experimentava-as.  As crianças nem eram muito velhas, algumas tão jovens quanto seu filho Seto agora.  O homem tinha longos cabelos negros, olhos de cobra e segurava uma criança indefesa, ameaçando matá-lo se Sasuke não abaixasse sua arma.  Sasuke apertou o gatilho.  Matou o homem instantaneamente e sua alma se sentiu vazia.  Ele sabia que precisava puxar o gatilho.  Esta não era uma criança nas garras da morte, era sua esposa.  Suor brotou em seu pescoço.  Tudo ficou mais quente e suas mãos tremiam como um terremoto.  Ele precisava puxar o gatilho.  Ele tinha que salvar Sakura.  Pressionando a outra mão sobre a arma para mantê-la firme, ele olhou para o homem, olhou nos olhos dele e apertou o gatilho.  Mais uma vez um vazio tomou conta de seu corpo.

Itachi foi o primeiro a sair do carro assim que parou o meio-fio, ele correu para a porta da frente apenas para ouvir o único tiro de uma arma.  Seu coração parou antes de correr para dentro da casa, acendendo as luzes.  Ele ouviu uma arma cair no chão e caminhou em direção ao barulho.  Acendendo a luz da cozinha, viu o irmão, parado sem vida, enquanto olhava para algo.  Contornando seu irmão, ele viu um homem morto envolto em Sakura que estava ofegante.  Empurrando seu irmão contra um conjunto de grandes portas de armário, ele foi até Sakura para tirar o homem sem vida dela e checar sua cunhada.

Sua garganta estava vermelha e os hematomas já estavam se tornando aparentes enquanto ela ofegava.  Um paramédico não estava muito atrás de Itachi, enquanto ele tentava acalmá-la, pois a mulher também se ajoelhava ao lado de Sakura para estabilizá-la.  Jogando seu olhar cinza de volta para Sasuke.  Seu irmão deslizou pelos armários, sentado de bruços, joelhos dobrados, olhando para o nada.

"Onde está o Seto?"  ele perguntou ao irmão.  Não recebendo resposta, ele instruiu outros oficiais a procurar o garoto.  Momentos depois, uma ligação veio de uma sala no térreo que Seto havia sido encontrada, mas também precisava de um paramédico.

A cabeça de Sasuke caiu contra a madeira.  Ele falhou com sua família.  Seto ficou ferido, sua esposa estava ofegante por toda a vida e ele atirou e matou um homem.  Muitos pensariam que alguém da família Uchiha tinha nervos de aço e morte não significava nada.  Mas para ele a vida era tudo e ele havia tirado uma vida.  Ele poderia ter feito algo diferente?  E se ele tivesse atacado o homem com o corpo em vez de tomar o tiro.  O homem ainda pode estar vivo e sob custódia.  Ele poderia obter respostas.  Agora tudo o que ele tinha era outra morte em sua consciência, um vazio dentro dele e a sensação de fracasso.

Três dias depois

As paredes brancas eram muito familiares para ela.  Era como se ela tivesse acabado de sair do hospital para voltar ao hospital.  Ela não conseguia mexer a cabeça, pois estava em uma cinta e sua garganta estava muito inchada para falar.  Sua cabeça latejava constantemente e qualquer luz ou barulho a fazia estremecer.  Ela viu seus pais, os pais de Sasuke e até o próprio Sasuke uma vez.  Seu filho estava em outra enfermaria sendo tratado por veneno.  O pensamento fez lágrimas brotarem em seus olhos.  Em um único exemplo, ela quase perdeu tudo.  Felizmente, os médicos disseram que Seto estava indo bem e que ele deveria se recuperar totalmente.  Não era um veneno comum, mas felizmente um especialista conseguiu identificar o veneno antes que se tornasse letal.

Ela não tinha falado com Sasuke quando ele estava com ela.  Ele apenas olhou para ela com uma expressão vazia antes de sair da sala.  O coração dela chorou por ele.  Itachi a havia informado sobre o que havia acontecido quando ela mal se lembrou de si mesma depois de desaparecer na escuridão logo após Sasuke chegar.  Sabendo como ele se sentia ao matar com uma arma, ela sabia que ele estava levando isso com dificuldade.  Seu único desejo era que isso não aumentasse ainda mais a distância entre eles, mas que talvez o deixasse se voltar para ela.

Uma enfermeira entrou para checá-la e tomou seus sinais vitais antes de inserir outra rodada de remédio em seu IV e em instantes ela estava desaparecendo no escuro novamente.

O nome do homem era Kabuto.  Ele havia sido assistente do cientista que Sasuke havia matado no ano anterior.  O homem conseguiu escapar sem ser detectado quando o ataque aconteceu.  Cavando na vida de Kabuto, parecia que o homem havia sido dedicado ao cientista Orochimaru.  Os oito agora faziam sentido para todos.  Kabuto ao saber da morte de seu mestre nas mãos de Uchiha Sasuke, havia planejado vingança.  Ao investigar seus aposentos, foram encontradas fotos, horários, mapas e biografias de todos os que estavam perto de Sasuke.  A cena havia perturbado os irmãos Uchiha quando a contemplaram.

Sasuke ainda sentia o vazio resultante de tirar a vida do homem.  A morte tinha sido um presente misericordioso para o homem.  Ele deveria ter apodrecido na prisão.  Foi levado a julgamento, mas agora ele estava num necrotério.  Ele havia visitado Sakura apenas uma vez no hospital desde aquela noite.  Ele a viu deitada ali, pálida contra os lençóis brancos com o colar no pescoço e os olhos tremulando tentando se concentrar em alguma coisa.  Só queria pedir desculpas, mas de alguma forma ele não conseguia falar.  Depois de encerrar o caso, ele demoraria um pouco para sair do departamento.  Ele precisava recuperar sua vida em ordem.  O primeiro passo seria conversar com Sakura.  Ela precisava saber tudo.  Desde que finalmente percebeu o que havia acontecido para fazê-lo desligar deveria ter sido empoderador, mas isso o fez se sentir pior.  Sabendo que ele tinha que reconstruir tudo seria um trabalho árduo e, embora ele não sentisse que tinha forças, precisava encontrar essa força para Sakura e Seto.  E talvez até ele mesmo.