“ Você tá bem Constance? Tá mais branca que o normal.” Elisa põe a mão sobre meu ombro me despertando de meus pensamentos.
“ Você sabe onde fica o ponto de ônibus mais próximo? Um amigo precisa de ajuda, tenho que ir na escola buscá-lo.” Eu me levanto pegando minha bolsa, retorno a ligação de Joshua, que caí direto na caixa de mensagem. Sinto minhas pernas fraquejarem.
" Ônibus? Tem um a quase um quilômetro daqui, mas... " ela olha em volta, e para em um ponto fixo, seu olhar se ilumina da mesma forma da vez que descemos a escadaria, oh não, esse olhar não." OI, JOSÉ! VOCÊ PODE NOS DAR UMA CARONA?",olho para trás, vendo um rapaz negro com uma camiseta de um time que desconheço, parado em frente a uma caminhonetezinha vermelha.
Ele olha surpreso para nós e aponta o indicador para si mesmo, e quase consigo escutá-lo falando " Eu?", Elisa me pega pelo braço e me puxa até ele. " Te arrumo um pastel com caldo de cana na volta."
Já a caminho da escola, fico me perguntando desse talento persuasivo de Elisa, ela dá medo, mas ao mesmo tempo com certeza será de grande ajuda em sua futura profissão. Olho de relance para o garoto que dirige, especificamente para o seu brinco de cruz, apenas uma de suas orelhas é furada e me questiono internamente se ele e Elisa são ao menos amigos, ou é só um desconhecido. Penso em Joshua, e se aquele tal do Max possa ter feito alguma coisa ruim com ele, e esse pensamento me leva a meu pai, e me pergunto se essa deveria ser a hora em que eu ligo para ele pedindo ajuda. Por outro lado, ligar para ele significaria expor Joshua, e não sei se cabe a mim essa decisão.
Quando o carro estaciona, custo a esperar Elisa levantar o banco da frente para que eu possa sair. Pulo para o lado de fora olhando ao redor.
" O carro dele está ali!" aponto para uma vaga próxima a nossa. Mas não vejo sinal dele.
" Vamos nos separar para procurar, se alguém achar o... quem é mesmo que estamos procurando?" Elisa passa a língua pelos lábios me encarando.
" Joshua Jones, ele é ruivo e estava usando uma camiseta vermelha"
" Espera, eu tenho que procurar também? Eu nem conheço o cara." José nos olha espantado.
" Mas é claro que você vai procurar, se achar um ruivo, grita." Elisa dá de ombros e cada um de nós vai para um canto.
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Red Thread
RomanceDepois do divórcio dos meus pais, havia uma história a qual minha mãe sempre repetia, uma mito popular japonês que um namoradinho da faculdade contou a ela. A história tratava-se de um fio vermelho, o qual todas as pessoas, desde o nascimento, levam...