Querido, August!

CARTA 4 - TIA SAMARA

Segunda semana, agosto, 2018.

O amor, não tem cor, não tem religião, não tem finanças e muito menos arrogância.

Muitas vezes ficamos domados com uma só preocupação que esquecemos de nos priorizar, esquecemos que nossa mente é nosso bem-estar e que precisamos mantê-lo sádico.

Parada no Centro Plaza de nossa cidade, depositado em mãos guardanapo amasso. Ao meu vizinho de mesa ao lado escutai repugnantes falas rigorosas, exigindo à sua então filha cortar laços amorosos que havia iniciado com seu companheiro favelado, suas palavras saíam frias, pelo simples fato de seu genro aparentar uma diferença social fora de seu meio, meus olhos e ouvidos eram atentos pela tamanha ignorância que ali presenciava.

Querido, sabes que sempre fui contra qualquer discriminação, mas não sabes de uma que me ocorreu.

Era o primeiro aniversário que passava ao seu lado, família esplêndida e transparente. Bom como em toda novela mexicana a vilã é uma megera assim caracterizo sua tia. Talvez se pergunte pelo motivo do afastamento que ocorreu entre mim e ela que sempre foi como sua segunda mãe, acredite você, tentei o máximo guardar esse caso mas mediante o que ocorreu agora em meus olhos, vejo que nunca fui culpada.

24 de outubro, seu aniversário, comemorações.
Dentro do quarto que até então era seu na casa de seus pais entro para pegar o seu presente que havia guardado, nesse meio tempo Samara que até então sempre educada entra atrás de mim fechando a porta com as seguintes palavras na boca: “Precisamos conversar”.

— Bella, observando cada pessoa aqui reunida para comemorar a felicidade de meu garoto em seu mais um ano de vida, se sente confortável em ser a gatinha em meio aos leões? Eu e você sabemos que não está acostumada a frequentar lugares com pessoas mais civilizadas do que o seu. Meu sobrinho é jovem e irá encontrar meninas do porte dele, compreende? Não acha melhor cortar laços antes que você saía machucada. — Abismada com tamanho preconceito, mas não surpresa. Negra, crespa, com forte presença social, em minha vida presenciei vários momentos como este e várias respostas à altura. Todavia, naquele dia a melhor resposta que eu poderia dar foi minha risada e olhar de pena. Aliás, era tudo o que eu sentia... Pena!

Com atenção.
Bella!

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Olá, meus amores. Quanto tempo!

Andava sumida por conta de problemas no celular, consegui resolver ele nesta semana, continua com alguns travamentos mas nada muito grave.

Me diga, alguma vez vocês já presenciaram uma cena de racismo/ discriminação ou já sofreram?

A tia Samara digamos que seja uma "bruvaca".

O que acharam desta carta?