Desfecho final

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Numa madrugada de verão, após uma tempestade ter comprometido partes do sistema de iluminação do hospital, as câmeras de segurança que ainda estavam funcionando captaram uma silhueta correndo velozmente para a porta de entrada, sendo perseguida pelos enfermeiros e alguns médicos que estavam cumprindo turno naquela hora. Seus braços estavam quebrados , pela força violenta que teve que fazer para se soltar de suas amarras. Sua boca estava tingida de sangue ainda líquido e escorrente, pertencente ao enfermeiro que ela havia deixado para trás morto pelos corredores, com a garganta aberta jorrando litros de sangue pelo chão, após uma tentativa fracassada e mortal da vítima em imobilizar a fugitiva. Sua pele apresentava uma leve cor acinzentada, enquanto que as veias de seu corpo se encontravam saltados e estranhamente apresentando uma coloração preta. Da mesma forma estavam as escleróticas de seus olhos, devido ao estouro de seus vasos. Rhaiany Simões não era mais uma menina, um ser humano, havia se tornado uma criatura irracional que estava sendo movida pelo extremo instinto de sobrevivência. Foi a última vez que foi vista, antes de desaparecer na neblina fria e apática da madrugada.

A carta de despedida da mãe da Rhaiany traria solução ao caso que chocou a vizinhança de seu bairro e toda a cidade, se os policiais e a perícia movidos pelo empirismo do pensamento cientificista, não tivessem ignorado firmemente o mais óbvio e intuitivo das hipóteses, que permaneceu latente na mente de todos que acompanharam o desenrolar da investigação. A carta que logo foi esquecida com o tempo guardava as seguintes palavras:

"Eu não vo conseguir viver sabendo que aquela endemonhada pode estar em qualquer lugar. Não quero morrer que nem meu marido. Não consigo mais dormir por que sempre tenho insonia. E sempre sonho coisas ruins quando consigo dormir. Qro que quem ler esta carta saiba que quem matou meu marido foi minha própria filha, ela ficou possuída, derrubou ele e fez ele desmaiar quando pulou nele e fez ele bater a cabeça na parede, foi ela que abriu com a boca a garganta do meu marido e depois o tacou a faca várias vezes no bucho dele. Fugi de casa e sumi por medo dela me matar depois. Sempre fui a inocente. Queria entender como e por que tudo isso aconteceu, mas não consigo. Não faz sentido. estou confusa e sofrendo muito, por que perdi meu marido e minha filha. Amo minha familia e o pessoal da quebrada. Tomara que me pedoem pelo que fiz, e um dia me compreendam, por que a vida perdeu sentido para mim. Amo a todos. adeus."

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