1 - 🐇começando..

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Nesse exato momento eu estou no mercado pra comprar as coisas que faltam em casa, ultimamente eu estava comendo muita besteira, já faz um tempo que não como comida de verdade, e depois que vi minha geladeira e o armário, quase, vazio decide que estava na hora de tomar vergonha na cara e fazer o que deveria ter feito a muito tempo.

Depois de seguir a lista que eu havia feito no meu celular e ter pego tudo que estava nela, levei tudo ao caixa e demorando um tempo até tudo ser passado e eu poder pagar. Fiz malabarismo para conseguir segurar as várias sacolas e conseguir pegar a chave do carro. Meu carro estava do outro lado rua, ao chegar nele consegui guardar tudo no porta-malas e ir para a frente no lado do motorista mas, antes que eu abrisse a porta algo me chamou a atenção.

Atrás de uma pequena casinha de depósitos da construção que tinha aqui. O que me chamou a atenção, foi o barulhinho de choro em miados. Não parecia algo normal de gato, por isso segui até lá, com medo, mas me mantendo firme.

Não era o que eu esperava ver, eu esperava algum gato machucado só que é uma... criança!

Uma criança bem diferente, devo ressaltar.

Não consegui disfarçar a surpresa ao ver que ela estava vestindo um arco na cabeça com orelhinhas compridas de coelho e uma...cauda, que mais parece um pompom. Estava vestido apenas com uma camiseta muito suja e o que eu julgo ser uma cueca por baixo. O que eu deveria fazer? Chamar o Conselho tutelar? Essa criança está sozinha, ao que me parece, dias. Ninguém o viu aqui?

E por que essa criança está sozinha aqui?

ㅡ Oi, tudo bem? - tento me aproximar devagar para não assuta-lo.

ㅡ Moço, o Gukkie não fez nada, ele tá quietinho aqui.- na medida em que dou um passo para frente ele se afasta o dobro para trás abraçando o corpo como se estivesse se protegendo.ㅡ só não machuca eu.- fechou os olhos com força e vi suas bochechas molharem com lágrimas.

ㅡ Eu não vou fazer nada pequeno. - suspirei angustiado com a situação e dei um sorriso para ele assim que abriu os olhos.ㅡ Por que está aqui sozinho?

ㅡ Isso é o que todos falaram para Gukkie e depois machuram muito ele.- seus olhos já estavam meio avermelhados. Disse sem ligar para minha pergunta.

ㅡ Hey, eu não sou essas pessoas, ok? Eu juro que não farei nada que vá te machucar. - dei um passo devagar e ao ver que ele não se afastou eu dei mais um passo meio relutante. ㅡMas quem é Gukkie?

ㅡ Sou eu, eu falo assim quando fico com medo e acabo esquecendo o jeito certo de falar. - balançou a cabeça negativamente olhando para baixo.ㅡ Eu tive que aprender sozinho essas coisas. Meu nome é Jeongguk.

ㅡ você aprendeu tudo isso sozinho Jeongguk? - Pergunto com um tom surpreso e orgulhoso ao mesmo tempo tentando ganhar confiança. Ele assenti envergonhado e eu sorrio novamente. ㅡ Você é muito inteligente sabia?

Ele nega e olha para mim, vejo seu rosto todo vermelhinho de vergonha.

ㅡ Todos dizem que o Gukkie é um garoto burro e mal criado. - e novamente seus olhos marejaram.

ㅡ Eu, particularmente, não iria conseguir aprender tudo que você aprendeu sozinho. -Consegui tocar seus cabelos em um carinho para tentar transmitir que eu não iria lhe fazer nenhum mau. Ele me olhou surpreso mas não se afastou.ㅡ Onde está sua mãe ou seu pai?

ㅡ A minha antiga dona me deixou aqui, ela disse pro Gukkie que ia pegar água porque eu disse que estava com muita sede, mas ela não voltou mais - Abaixou a cabeça começando a brincar com seus dedos.

ㅡ Quanto tempo faz que está aqui Jeongguk? Você se lembra?

ㅡ Eu sei que era sexta mas não sei qual dia é hoje.- fala ainda de cabeça baixa.- moço, você tem alguma coisa 'pra mim comer? Eu tô com muita fome, eu posso trabalhar 'pra você, eu sei fazer os serviços de casa e você pode me dar comida em troca. - pôs as mãos em sua barriga e olhou para baixo, eu estou tão desacreditado com isso que não consigo falar nada por um momento.

Eu nem consigo pensar em muita coisa diante dessa situação. Dois dias que uma criança está sozinha sem ter o que comer, beber e nem um lugar para dormir, se oferecendo para trabalhar em troca de comida, eu tô com tanta raiva dessa situação que eu poderia socar muito a pessoa que fez mau a esse garoto. Eu poderia ter muitos problemas com o que eu vou fazer agora, mas ver essa criança feliz é uma prioridade minha agora. Eu posso cuidar dele até achar um lar definitivo para ele.

ㅡ Pequeno, você quer vir comigo para minha casa? Eu prometo não te machucar. Lá você pode tomar banho e comer o que você quiser, sem precisar fazer nada pra mim, O que acha?- Ele levanta a cabeça me olhando meio pensativo.

ㅡ Eu vou sujar sua casa, meus pés estão sujos e meu cheiro tá fedendo. - diz fazendo uma carinha de desagrado que na minha visão foi tão adorável. Eu não sei se acho fofo por ele estar todo vermelhinho e sem jeito de falar comigo ou bravo por ele pensar numa coisa dessas.

ㅡ Gukkie - ousei usar seu apelido. ㅡ Você não precisa se preocupar com uma coisa dessas. Você quer ir ou não?- ele me olhava com receio e parecia querer negar, mas acho que sua cabecinha estava trabalhando sobre o fato dele poder ficar limpo e comer e assim ele aceitou. ㅡ Então vamos. - começo a caminhar tendo ele me seguindo mas depois de alguns segundos percebo ele lento demais e um pouco longe, parei para observar ele andar e o pequeno mal conseguia se manter equilibrado. Essa criança deve estar sem comer e beber a dias e ninguém ajudou. Fui até ele é tirei minha blusa xadrez de cor azul e verde e envolvi seu corpo pequenino nela e o peguei no colo, caminhando até o carro.

Ele estava bem calmo agora e até apoiou sua mãozinha no meu ombro tentando sustentar seu corpo para que não se desiquilibrasse e caísse.

Cheguei no carro e destravei as portas colocando ele no banco da frente, passei o cinto por seu tronco e antes de sair eu afaguei seus cabelos. Dei a volta no carro e fui para o lado do motorista. Fiz o mesmo processo do cinto e depois de checar mais uma vez ele, eu dei partida para o condomínio.

Meu Pequeno Híbrido Onde histórias criam vida. Descubra agora