One

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Rosas.
Ele era tão clichê!
George é sempre o meu primeiro cliente do dia e depois de dar uma cantada, ele me dava uma rosa, me fazendo prometer que quando o vaso estivesse cheio, eu aceitaria sair com ele.
E assim o fiz.
Em poucos meses, ele me fez sentir como se estivesse no céu.
Me levava pra comer, me dava presentes e ia me buscar na saída da faculdade.
Poucos meses depois me mudei do sótão do meu chefe - e grande amigo - para morar com George, que me prometeu que aquela seria nossa fortaleza e eu seria sua princesa.
Foram os meses mais apaixonantes da minha vida.
E se ele me pedisse pra casar e passar o resto da vida ao seu lado, eu passaria.
Todas as manhãs acordava com café da manhã pronto. Ele me recebia com um beijo e me ajudava com os trabalhos da faculdade.
Sei que as pessoas dizem que não existe vida perfeita.
Mas a minha era.
Uma perfeita ilusão.
Com sua lábia, me deixei convencer e pedi demissão do meu emprego de garçonete e ele pagava minha faculdade.
Pouco tempo depois, descobri que George não andava com as melhores pessoas.
Começou a chegar bêbado em casa.
Drogado.
Alguém que eu não conhecia.
E quando o cobrei, ele me bateu e em seguida chorou.
Prometeu que nunca mais faria e burra fui eu de acreditar.
Deveria ter fugido pra longe, porém não o fiz.
Não demorou para começar a apanhar toda vez que o irritava.
E quando arrumei minhas malas, pronta pra fugir, George tentou me matar. Me enforcou até me ver desmaiada no chão da nossa sala e foi alí que eu soube que não tinha mais saída.
Estava presa no inferno com o próprio demônio e não iria conseguir me livrar disso tão cedo.

Is Never Too LateOnde histórias criam vida. Descubra agora