Dia vinte e um de Maio, a data que minha vida virou de cabeça para baixo, foi quando meu pai se envolveu em um acidente de trânsito que tirou sua vida, depois desse fatídico dia, a vida da minha família mudou, agora éramos apenas eu, minha mãe e meu irmão mais velho.
Hoje, Seis meses depois da tragédia, estamos terminando de colocar nossas coisas no caminhão de mudança e nossas malas no carro da minha mãe, iríamos mudar de cidade e recomeçar em um lugar totalmente novo, vamos para uma cidade pequena chamada Hallstate, minha mãe insiste que é o melhor a se fazer, já que nessa cidade nova minha mãe já teria um emprego garantido e ganharia bem mais do que ganhava em seu antigo emprego.
Ah, que ignorância a minha, prazer meu nome é Antonella, tenho 19 anos, minha mãe, dona Fabiana é um doce de pessoa, mas esses seis meses estão sendo difíceis para nós, ah e meu irmãozão Pietro, tem 21 anos e é o melhor irmão que eu poderia ter, ele é meu melhor amigo e está sempre comigo quando eu preciso.
Saímos da nossa antiga casa era mais ou menos 10 horas da manhã, passamos o dia na estrada, viajamos mais de 500 km para chegar até a nova cidade, chegamos já era noite, a cidade era bem pequena, tinha apenas 1.500 habitantes, já passava das 10 da noite quando finalmente chegamos na casa nova, era uma casa grande, de dois andares, com um gramado que precisava ser aparado na frente, a pintura da casa também precisava ser trocada, mas pelo preço que minha mãe comprou essa casa valeu muito a pena, não entendemos porquê uma casa tão grande estava com um preço tão baixo.
Não tinham muitas casas na nossa nova rua, apenas casas ao lado, nenhuma na frente, ao atravessar a rua tinha um grande bosque com uma área de mata que parecia ser bem fechada, estávamos tirando as malas do carro quando meu irmão falou.
- Mana, já pensou se essa mata tem algum bicho selvagem e carnívoro? cuidado quando andar sozinha Buuu. - Ele fala imitando um fantasma no final.
- Para de ser bebezão Pietro, você já passou da idade de acreditar em historinhas para assustar crianças, francamente, você sabe que essas coisas não existem. - Defendo meu ponto de vista cético em relação a fantasmas.
- Nem tudo é apenas histórias para criança não moça, existe muita coisa obscura espalhada por esse mundão de meu Deus. - Ele se benze ao falar e continua. - Tem coisa que a gente só acredita vendo, e tem coisa que a gente não quer precisar ver pra crer. - Um senhor de cabelos grisalhos e pele enrugada, e com um grande crucifixo de prata em seu pescoço fala enquanto olha fixamente para a mata a nossa frente.
As palavras do senhor já de idade que apareceu de sabe-se lá onde espalham um calafrio de medo que percorre o meu corpo, eu me aproximo do meu irmão.
- Calma moça, não é de mim que vocês devem ter medo, essa cidade abriga coisas que nem Deus nem o Capeta são capazes de controlar, eu sou apenas um velho morador desta cidade, moro na casa 216, aqui do lado, se precisarem de ajuda é só bater na porta, sejam bem-vindos, boa noite e me desculpa por assustar vocês. - O senhor sai sem nem esperar por uma resposta.
- Isso foi um pouco estranho, mas com fantasmas ou não é melhor a gente entrar, vamos meus amores, já está tarde, escolham seus quartos e vão dormir. - Minha mãe fala enquanto tira a ultima mala de dentro do carro.
Entramos em casa, fechamos as portas e subimos para os quartos que ficavam no segundo andar, ao todo, a casa tinha quatro quartos, eu fiquei com o quarto que tinha vista para a rua, ou melhor, para a floresta, já que nossos móveis só chegariam amanhã, tivemos que dormir em colchões infláveis no chão, enquanto eu enchia o meu, fiquei olhando pela janela a enorme lua cheia que brilhava magnífica lá fora.
Depois de encher meu colchão, me deitei e estava quase dormindo, quando comecei a ouvir barulhos no gramado da casa, fiquei quieta, pensei que podia ser apenas o cansaço e o medo do que o velhinho falou me pregando peça.
Adormeci mas não por muito tempo, logo acordei e foi aí que ouvi um barulho alto vindo da rua, olhei e nada vi, o bairro estava bem iluminada pelo luar, mas nada estava na rua, olhei em direção a mata e vi algo que parecia ser um cachorro de tamanho descomunal escondido atrás de uma árvore, fiquei paralisada por um momento até que aquilo sumiu no meio da mata, logo, voltei para o meu colchão e fiquei repetindo para mim mesma em minha mente que tudo aquilo era fruto da minha imaginação, mas será que aquilo era real mesmo real?
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City Of Mysteries
FantasyAs vezes, as aparências podem enganar, nem sempre o que aparenta ser uma pequena e pacata cidade realmente é, pode muitas vezes esconder segredos e mistérios muitas vezes inimagináveis ou que se conheciam apenas como lendas, mas até que ponto chega...